na rua, na chuva ou na fazenda

segunda-feira, dezembro 19, 2011

vamos falar de futebol


o que queria a pequena capivara?

três assuntos me queimaram as pestanas no período que antecedeu o parto – doloridíssimo, por sinal, desta crônica. em um deles, perambulava pela minha memória, as imagens de uma capivara buscando abrigo sob a marquise do supremo tribunal federal (stf), em brasília. seus olhinhos de capivara me encaravam com uma capivarice inocente e questionadora que levava às profundezas da miserabilidade humana e meus olhos humanos não conseguiam, não conseguiram captar a mensagem subliminar que, desesperadamente, ela tentava me passar. o que querias, dona capivara?

demorei demais, como todo bom brasileiro, sou lento para capturar sentidos, mensagens subliminares transmitidas por capivaras escondidas sob marquises de tribunais superiores. demorei tanto que a pobre capivara acabou sendo capturada e (isto eu imagino) devolvida ao seu hábitat natural. lugar de capivara é capivarando nos brejos  e não tentando passar mensagens ideológicas para este imbecil sentado à frente do aparelho de tv tentando ruminar as últimas dos bastidores olímpicos da política que se respira e se pratica em brasília.

restou uma pergunta incômoda: o que levou uma capivara, um roedor, parente de um rato a buscar abrigo, sob as togas de cimento de uma suprema corte? que crime cometeu nos seus banhados brasilienses a ponto de fugir de lá desesperada? terá sido a possibilidade de se ver livre dos seus pesadelos recorrentes? algo assim como o que ocorreu com o italiano cesare battisti? afinal, os crimes cometidos lá não são os mesmos cometidos cá. ela também pode ter seu direito de cidadã reconhecido aqui e sorrir em paz para seus acusadores lá do brejo em paz.

casanova precoce: flavinho
o segundo assunto não era assim, digamos, tão subliminar assim. mas me deixou também exausto de tentar entende-lo ou, pelo menos, fazer de conta que o entendia. meu neto, o flávio, do alto dos seus oito, nove anos, está vivendo um drama amoroso digno dos folhetins da globo. encetou um namoro com uma vizinha e a coisa dá sinais de que desandou. pior é que o rapaz investiu pesado na conquista: como a mocinha vem de família evangélica, ele tornou-se evangélico... daqueles do núcleo duro. aprendeu a cantarolar hinos, louvores e a frequência ao templo ganhava de goleada das idas à escola. mas a moça, movida por interesses maiores e mais... espirituais... deu um basta.

vocês acham que o casanova de cueiros desistiu? pois, estão certos. não desistiu mas procurou o pior aconselhador existente na face da terra: o avô. não frequento igrejas, não sou evangélico e já perdi, há muito, a prática das novas (e velhas) conquistas. acabou me dando uma lição: “ó, vô, eu vou continuar a ir pra igreja, só que agora vou junto com a prima dela. daí, na frente dela, pego na mão da prima e fico cantando o louvor. não vai dar outra!” aprendiz de canalha, o rapaz. com quem será que aprendeu?
o terceiro assunto é banal demais até para ser colocado aqui, mas, como citei os três... nada mais justo que o coloque à baila. tratava-se, e trata-se, da corrupção que grassa no país e as reações várias que isto provoca.

mas antes, vamos falar de futebol: vem aí a copa do mundo no brasil! o país inteiro mobiliza-se, discute e debate a copa 2014 no país do futebol. cidades cujos gestores alegam não ter um tostão furado pra melhorar a vida de seus pobres, lançaram-se numa disputa urbicida pela honra de abrigar nem que seja um, unzinho só, jogo do tal torneio (somos ou não somos o país do futebol?). aí, entrou a contrapartida: denúncias de superfaturamento, lobistas atuando a mil por hora, cidades que não tem sequer um transporte de massa digno do século 19 abriram as caixinhas de pandora e exibiram mirabolantes planos de levar de norte a sul dos seus limites, convidados, jogadores e o populacho em veículos que só serão vistos depois que outras copas passarem.

isto sem contar as degolas em série de ministros antes prestigiadíssimos ou as patéticas tentativas dos que ainda estão na fila para manterem seus pescoços intactos (os bolsos também entram nesta definição anatômica). a contrapartida que entrou é a mesma contrapartida com que convivemos há séculos fazendo jus ao texto bíblico que diz “felizes os mansos pois eles herdarão o reino dos céus”.  a nossa mansidão nos permite ver passar aos nossos mansos olhos todo o tipo e tamanho de desvio de conduta sem reação.

um prato cheio para charges como esta
um amigo meu, saudoso dos velhos tempos, me confidenciou por esses dias “meu querido, antigamente, você chegava pro sujeito quando precisava de alguma coisa no governo e dizia: vamos ali almoçar. era tiro e queda. a coisa andava rapidinho. hoje, você não pode oferecer almoço, não. tem que dar o restaurante. de preferência, se tiver umas duas ou três filiais rentáveis”. 


mas, vamos falar de futebol...    

escrito há mais de um mês atrás. mas você duvida da atualidade?

domingo, dezembro 18, 2011

até logo!

amanheceu um dia bonito de dezembro e um amigo disse adeus a esta vida. vá em paz, dom marcos! queria, talvez, dizer algo mais. mas, o quê?

quarta-feira, novembro 02, 2011

lula diagnosticado por house


tá no texto de daniel pereira na veja: “desde julho passado quando antonio palocci foi obrigado a deixar a casa civil sob suspeita de enriquecimento ilícito e tráfico de influência, a presidente dilma rousseff já realizou seis mudanças no ministério – uma impressionante marca de uma troca a cada 24 dia.” (veja, 2241, 2 de novembro,  “escândalo latente”)

tá no texto bíblico: “... e deus fez a terra e os céus e descansou no sétimo dia.” a se fazer a analogia entre os dois textos, guardadas as devidas proporções dos respectivos feitos históricos, a presidente brasileira, está bem perto da marca divina da criação do mundo.  se você se decidir a fazer um exercício de imaginação e colocar os 24 dias de intervalo das trocas ministeriais como se fossem 24 horas de um dia comum, e os quase seis meses, de julho até agora, como dias de uma semana, bem que la rousseff chegou bem perto...

daí você grita sua pergunta: “ô pá, mas que raios é que ela está a criar?” em verdade, em verdade eu vos digo, ela está a criar o próprio ministério já que este que ela está à frente foi criado pelo seu antecessor luiz ignatius lula da silva primeiro e único com embalagem retornável. e ele não está a gostar nem um pouco disso tudo embora, a dilma, com um jogo de cintura de fazer inveja a qualquer ludopedista do quilate de mané garrincha ou, mais recentemente, neymar et caterva, tem aplicado uns dribles desconcertantes na insatisfação do ex-primeiro mandatário brasileiro contumazmente tratado pelos massageadores de eco de plantão de “presidente” – sem o ex que o caracterizaria como realmente o é.

e isto, os dribles desconcertantes e a inexorável caminhada em busca do seu próprio jeito de governar a partir do seu próprio ministério, dona dilma vem mostrando que é quem foi eleita pra ser, e não um títere nas mãos de quem foi, me ganhando e ganhando o brasil a despeito de todos os esforços da legião de seguidores do ex que não se contenta com as exéquias prestadas quando entregou a faixa para a primeira mulher presidente (e é isto o que ela é: presidente do brasil). lula teima em se achar “o” presidente. insiste em mandar na presidente.

bom, ao fim e ao cabo, vendo suas investidas resultarem, na grande maioria das vezes, infrutíferas, o barbudo decidiu mudar de tática. como seu ídolo aqui do lado e, ao que parece, com uma mãozinha biológica, o ex-presidente com pompa e circunstância, foi anunciado esta semana, acometido de uma rouquidão que prenunciava um tumor, logo transformado em câncer, na laringe e, sob holofotes e clarins, fez um primeiro exame que confirmou o diagnóstico preliminar e mesmo com mais de 80 por cento de chances de remissão, a sua tragédia pessoal transformou-se em nacional com direito a protestos, apupos e muita, muita, muita oração. ê povinho religioso! 

nos intervalos, bêbados ao volante matavam pedestres nas calçadas e pontos de ônibus em amanheceres diversos, velhinhas e menininhas morriam nos hospitais por falta de atendimento e outros tantos cânceres matavam  outros tantos brasileiros sem chances sequer do diagnóstico primário. mas nenhum deles era lula. nenhum deles é o presidente lula. que, sem parafrasear getúlio, pode nem querer deixar a vida porque já entrou para a história. mas pode muito bem querer reencarnar depois desse novo papel: o de mártir de si próprio.

aliás, como alguém que deseja se tornar um ser humano melhor e seguindo os ensinamentos do pai celestial, desejo ao ex-presidente – como venho desejando desesperadamente ao meu filho – que o seu tratamento seja totalmente eficaz e que saia dele plenamente curado (até mesmo dessa sede insana de poder).    

domingo, outubro 30, 2011

sobre dores e dores


 reflexões barretianas em uma tarde de domingo...

(perdas)*

Com a morte do pai perde-se uma referência
A perda da mãe significa desamparo
Já o sumiço de um filho... um fim de esperança

**
Ora
as coisas não são
como já foram

**
Aquele cara disse:
‘Meu reino não é desse mundo’

Consumo, demanda
Poderes, grana
Ideologias, idolatrias...

Não faz sentido
No gólgota ou no gueto

Sem reis, outro mundo
Ame!
O cara falou.


*
Lula,
Que moléstia!
Logo na garganta...
Eco do sedutor.
Vida vã

**

(fins de outubro/2011)

*por zédejesusbarreto

quinta-feira, setembro 29, 2011

o alvoroço das togas

a justiça alvoroçada pelo cnj
os recentes escândalos promovidos ou protagonizados por uma boa parcela dos políticos brasileiros não encontram par em nenhuma parte do mundo a não ser nas republiquetas de banana e petróleo dos trópicos ou nas areias escaldantes dos desertos petrolíferos orientais. lá, como cá, manda quem pode, obedece quem tem juizo. juizo?! ô palavrinha maldosa esta! senão, vejamos: juizo: s.m. ato de julgar. faculdade intelectual de julgar, entender, comparar e tirar conclusões.julgamento, apreciação: fazer bom juízo de alguém. sensatez, bom senso, tino, siso.

no entanto, nem só políticos se alvoroçam neste pedaço chamado terra brasilis. esta semana, uma juiza da mais alta corte nacional declarou, em alto e bom som, que em nosso país, bandidos andam de toga. vige, vó! foi um rebuliço que só deus é quem sabe. alvoroçaram-se as magistradas cabeças, arrepanharam-se as togas e o deus-nos-acuda foi generalizado, não teve quieta-acomoda que desse jeito.

de há muito que os magistrados dessa corte tão alta que não lhe lambemos sequer os rastros anda incomodada com um tal de ceenejota que traduzido quer dizer, pura e simplesmente, conselho nacional da justiça, órgão criado para prestar atenção na desatenção desses magistrados para com o que deviam realmente prestar atenção. isto porque ele quer dizer, na verdade, um controle, uma busca de respeito à uma instituição que, por si só, deveria ser do maior respeito. e não tem sido. não tem se dado a tanto. e tem incomodado tanto que os togados dos altíssimos tribunais andam loucos para acabar com ele ou, no mínimo, reduzir o seu poder, a sua ingerência, o seu fuça-fuça.

revoltada, a juiza em questão, abriu o jogo e jogou farofa no ventilador deixando claro um pensamento que passa pela cabeça de todos nós mas que jamais é traduzido em palavras porque tememos a mão pesada da justiça que se considere porventura, injustiçada. a justiça brasileira tem medo de ver tornado público aquilo que ela tem de mais vergonhoso sem se dar conta (ou dando-se conta mas fazendo de conta que não é com ela) de que pior é continuar abrigando seus cânceres para não ter que expô-los à profilaxia benéfica de um mea culpa e um expurgo dos seus males mais intestinos.

enquanto membros dessas cortes (coortes?) confraternizam como uma grande confraria com malfeitores dos mais variados graus - desde aqueles de colarinho brancamente imaculados aos de peitilhos ensanguentados e bolsos mais sujos e mais repletos que os lixões da periferia de são paulo (aqui apenas referenciados por se situarem na maior cidade do país) - em festas de casamento, apadrinhamento (!) ou puros e simples regabofes nós, aqui embaixo, silenciamos tornando cada vez mais real aquela lei que diz a justiça brasileira ainda é feita apenas para pretos e pobres da periferia. que me perdoem se por acaso descobrirem aí algo que seja politicamente incorreto, racista, preconceituoso ou qualquer coisa que o valha. infelizmente, só posso dizer assim. senão perguntem a sarney, luiz estevão, zé dirceu, marcos valério, dorothy stang, nenê constantino... eu, que não tenho juizo...  

bêbado na pista

em que pesem os maus costumes dos adeptos de baco e dionísio que, depois de devidamente abastecidos, jactam-se de parentesco com as divindades e, com isto  tornam-se poderosos, invulneráveis e indestrutíveis como o meu ex-herói superman das histórias em quadrinhos - de repente, fiquei mais adepto de clark kent do que do seu alter-ego - a alegria gerada pela álcool e seus eflúvios, é realmente algo divino.

uma outra qualidade do líquido - ou seria outro defeito? - é que, além de tornar mais belos, mais valentes e mais tudo os seus usuários, liberta-os das amarras sociais, das restrições a que nos impomos em nome do bem viver. deixa-nos sem recalques ou nos torna exageradamente recalcados. um belo exemplo disto, no pior sentido, foi dado pelo ex-deputado pedro lino, atualmente ocupando uma cadeira como conselheiro do tribunal de contas do estado da bahia.

parado em seu veículo durante uma blitz de trânsito visando coibir o abuso do álcool em salvador, o mui ilustre companheiro tão adepto do copo quanto de uma boa briga, aconselhou sua companheira - que estava ao volante e sem consumir nada etílico - que recusasse ser submetida ao teste do bafômetro (engraçado, eu sempre pensei no bafômetro como um grande nariz franzido ao cheirar um sovaco ou um bocejo de manhã cedinho...). obediente, ela assim o fez. vixe, maria!

aí o conselheiro de maus bofes, fígado estragado por ter sido parado - logo ele! uma "autoridade"! - em uma blitz destinada a pobres mortais! e aí soltou o verbo ou, melhor dizendo, os humores alcoolicos pra cima dos prepostos do trânsito desqualificando-os geral, tornando-os assim mais insignificantes diante da sua excelsa presença. até mesmo o diretor do órgão fiscalizador foi tirado da sua sesta dominical para levar carteirada do indignado representante do egrégio tribunal de contas do estado.
o quiprocó gerou imagens no you tube, conversa nos botequins, como era de se esperar, e imensas discussões radiofônicas e televisivas. mas juro pelo mais sagrado gole: ele não havia bebido absolutamente nada! nem água, nem refrigerante, nem suco de uva, nem o leitinho pra dormir, nem o néctar dos deuses. (bom, desse último eu duvido porque, a depender da safra, da idade, dos barris e da cana...)


sábado, setembro 17, 2011

ovelhas sobre rodas

rodoviários param a cidade em mais uma manifestação 

ciclicamente, em períodos cada vez mais curtos, a população de salvador é assolada pela epidemia das “manifestações-relâmpago”.  manifesta-se contra e a favor de tudo. no entanto, a mais notória e letal de todas elas é a dos rodoviários. cientes de que são a base de todo o movimento físico da cidade, esses profissionais fazem dos habitantes de soterópolis e também daqueles que por ela passam, gato e sapato. manobram-nos como querem, levam-nos onde querem nas suas paralisações. não há profilaxia conhecida contra isto. na verdade, há. no entanto, não é aplicada. por quê? pergunte a deus pelos meus pecados.

paradoxalmente, ao fazer do populacho massa de manobra, tornam-se, os rodoviários, a própria massa. isto porque, desapercebidamente alguns e espertamente conscientes outros, deixam-se manipular por outros rodoviários. aqueles do topo da cadeia  político-econômica que a tudo move, que a tudo guia. até mesmo suas paralisações. elenquemo-los pois enquanto subcategoria são apenas dois: aqueles que, apoiados pelo apoio maciço dos seus companheiros, já não sujam as mãos de graxa, nem acordam madrugada ainda para sentar atrás do volante para ouvir gritos do tipo “ô pé de isopor, acelera aê qui tou atrasado pro trampo!” e os outros, aqueles cujos salas envidraçadas não permitem a entrada da fumaça negra dos escapamentos ou o burburinho dos ônibus lotados.

os primeiros, como seu eterno presidente j. carlos e outros entrincheirados no sindicato da categoria fingem lutar contra o patronato (o segundo – do qual falaremos já) em busca de melhorias laborais. os segundos, são os patrões que, embora empresários, não deixam de ser uma subespécie de rodoviários já que são os donos dos ônibus, fingem defender melhoramentos nos serviços prestados e para isto, defendem aumento de tarifas. 

para consumo externo, se digladiam. por trás dos vidros fumês de restaurantes, salas de reunião ou spas, confraternizam e buscam maneiras ainda mais eficazes de atazanar a vida dos usuários do seu sistema em busca de lucro. fazem da massa, massa de manobra contra autoridades e assim fazendo, os primeiros – os rodoviários que pegam no pesado – também são manobrados. e poucos deles se dão conta disso. a prova é a sempre maciça adesão a qualquer convocação.

como ovelhas, obedecem. e como lobos devoram nossa paciência, nosso bom humor e, ao fim e ao cabo, nossas economias quando com suas vitórias, nos deixam a mercê de aumentos de tarifas. e assim, enfileiram-se ao lado dos vencedores muito embora, como nós, sejam eternos vencidos. nós por não termos alternativas senão a de arcar com o custo da ganância daqueles de terno e gravata e eles – operadores destes – por, no final, perderem de nós o olhar complacente com que sempre vimos suas lutas.

esta semana, eles – os de terno e discurso e os que pegam no pesado – voltaram ao ataque e fizeram de nós, outra vez, gato e sapato. a motivação? os tais rodoviários (quais deles?) consideram abusivo o número de multas aplicadas pelo órgão competente contra as empresas – a maioria – e contra os profissionais (por infrações de trânsito das mais simples às mais graves). e nós? já fomos punidos com horas a fio parados nas avenidas esperando pela contra-ordem emanada dos pastores dessas ovelhas sobre rodas chamadas de rodoviários.      
  

quinta-feira, setembro 15, 2011

t'esconjuro!

histriônica a performance do radialista raimundo varela em seu "programa" na repetidora da rede record nesta quinta-feira (15). impagável! mostrando olhos indignados e expressão facial não menos ainda, o camaleônico - em todos os sentidos - radialista declarou solenemente "guerra" ao vetusto jornal 'a tarde'. tudo por conta da repercussão de uma matéria distribuida, como de praxe no meio jornalístico (parece que o varela não sabe disto) por uma agência de notícias.
furibundo e teatral, o apresentador declarou-se "indignado" com a publicação acusando os seus diretores, editores, fotógrafos, pessoal de apoio e o escambau de serem vendidos ou vendilhões (ó espelho meu!). acusou o jornal de já ser contumaz na prática e aí citou 'béu' do chiclete com banana e acredito que alguns outros "vitimados" pelos proprietários do diário. excetuando-se o caso de um jovem jornalista - este sim um caso em que 'a tarde' pisou, e feio, na bola, o radialista que começou a vida no rádio e na tv corretando comerciais nas lojas de salvador, fez uma das mais ardentes e absolutamente cretinas além de engraçadas defesas que já pude ouvir e presenciar na minha vida. me embolei de rir! rir a bandeiras despregadas. aliás, só de lembrar da cara, dos gestos e do resto, voltei a gargalhar e isto me atrapalha até mesmo o raciocínio!

no final de tudo, ele ainda perpetrou mais um teatrinho: com um ventilador fora do olho da câmera e uma lata de lixo no foco central, rasgou a edição do diário em tirinhas soltas ao vento amigo e fechou com chave de ouro: "nem o lixo quer!" quáquáquá!!! impossível descrever... perdoem-me, mas vou parar. preciso rir mais um pouco! só pra não ser taxado de egoista, divido com vocês a razão de não me aguentar.  aliás, em um trecho do seu comentário ou da sua diatribe, varela diz que "prefeitos se mijam de medo..." já eu, caro amigo, com você, tou a ponto de me mijar... de rir.

quarta-feira, agosto 10, 2011

direito de arena no carnaval... quem seriam os bois mesmo?

direito de arena no carnaval?
pipocou, por esses dias, uma discussão muito interessante no desinteressante cenário carnavalesco de salvador-capital-da-bahia: a cobrança do direito de arena por parte de blocos, trios et caterva que "desfilam" nas ruas e avenidas da cidade. essa discussão promete. o quê, ninguém sabe. mas promete.

interessante é ver o posicionamento do band leader do chiclete com banana, um dos "ícones" da "música" carnavalesca da bahia, "bell" (originariamente "béu") marques que declarou peremptoriamente que "se quiserem acabar o carnaval, que acabem!"

falando em acabar, vou findar por acabar a tecla de aspas de tanto usá-la. concordo com o estridente chicleteiro (pena que a goma de mascar não grude sua boca): acaba! e logo!

voltemos à peleja: a idéia é interessante mas parece que esqueceram de incluir no pacote de beneficiários desse tal direito de arena, quem, de vera, entra na arena: o povo. é. aqueles milhares de pessoas a quem chamamos genericamente de povão, eliminando de vez o indivíduo, fica de fora. justo ele (o povo, zé povinho, povão... chame como quiser), é quem fica de fora. o que seria de béu, sem o povo atrás do trio elétrico em que ele toca e diz cantar? me diga! o que seria?

por favor, incluam o zé povinho nessa dança. afinal, sem ele, não existiriam os camarotes (que foram construidos para que ele fosse observado durante sua catarse carnavalesca), béu (atualmente "bell") não teria ficado milionário e mais presunçoso nem o carnaval baiano, que foi feito por ele e para ele, não teria sido destruido como o foi.

falando nisso, tenho que me lembrar de pedir desculpas ao béu ou bell marques por tê-lo citado (e somente a ele) deixando os outros "grandes nomes" de lado mas a culpa é dele mesmo. quem manda fazer jus à tradução da transmutação do seu apelido? até onde me lembro das parcas aulas de inglês nos tempos em que ainda existia o "ginásio", "bell", significa sino, campainha e outras coisinhas relativas a estridência. e "bell" é sim, estridente. in extremis.        

quarta-feira, julho 13, 2011

o machismo pebolístico de barretin’ em…

...As ‘meninas’ do Brasil 
(por zédejesusbarreto)


Meu editor-chefe Nelsinho Rocha me pediu para falar da Seleção Feminina de Futebol. No dia seguinte o time de Marta, a melhor jogadora do mundo, perdeu dos EUA e não chegou às finais do Campeonato Mundial. As meninas do Brasil perderam em função do tamanho e da força física das americanas.
Aprecio o jogo de Marta, genial nalguns instantes em campo, de Cristiane, de Pretinha(baiana) ... mas, cá dentro do coração deste ‘jovem ancião’ sempre há uma ressalva: o futebol é um esporte duro demais, diria que até violento demais para o corpo feminino. Gosto de mulheres leves, sinuosas, salientes, delicadas. Um pouco de peito, boas ancas, pernas fornidas, pele macia... enfim, sou uma macho, hetero ainda, que me perdoem os (as) homoafetivos(as).
A cada cotovelada das brutamontes norte-americanas, a cada canelada, a cada bolada, a cada matada de bola nos seios... sinto um dor por dentro, como se fosse uma agressão à natureza... não me agrada ver.
Joguei bola e sei como é aquilo, tenho canelas marcadas, tomei boladas que me tiraram do ar, dei entradas maldosas e cotoveladas, troquei pontapés, queria ganhar a todo custo. Acho que os machos foram dotados para o combate, a guerra, a caça, as pancadas... As mulheres não. Prefiro-as na natação, apesar dos costados musculosos,no tênis, no vôlei até pois não há contato físico. E os movimentos são menos bruscos, elas continuam belas, voam soltas...
Pensamentos, sentimentos de outra geração, de um tempo que já se acaba... Mas não gosto de pernas musculosas, de barriga de tanquinho, de biceps malhado, de peito siliconado, de cara plastificada, daquele beiço bico de pato, de bunda que não rebola ...
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O futebol é um jogo duro, brabo, de choque... e mulher, pra mim, sempre pede carícia, carece de ternura, afago, dengo... A craque Marta que me desculpe, o amigo Nelsinho que me perdoe ... Futebol é pra homem. E tem umas jogadoras de bola que eu não encaro. De vera!

segunda-feira, julho 11, 2011

aceita cartão?

já não estou mais naquela idade em que adolescentes e até jovens adultos me olham e me chamam de “tio”. a essa altura do campeonato idade em que me encontro está mais fácil – e mais coerente até – me chamarem de vovô. mas, um velho adágio reza que o tempo nos traz sabedoria... mentira! e da grossa! quer saber?
Foto: M. Pavan 

numa dessas manhãs brumosas de junho, lá estava eu em frente à igreja de itapuã, notório bairro da capital baiana e que já foi até cantado em verso e prosa antes do crack, a prostituição e outras drogas tais transformarem a sua poesia em fumaça (as brumas a que me referi  linhas atrás não eram desta ‘fumaça’ de agora) quando fui abordado por um garoto mirrado aparentando, no máximo, 12 anos. vozinha triste e educada, recitou-me uma ladainha mais triste ainda que findava com a seguinte estrofe “...para comprar um saquinho de balas de maçã para fazer dinheiro e comprar uma sandália.” (e aí, mostrou-me os  restos de uma sandália nos pés rugosos mas limpos)”.  meu coração de  ex-repórter de polícia apequenou-se e, decidi a catar algumas moedas  no bolso. minha cabeça, mais lúcida, menos afeita a laivos de ternura dizia: “vai com ele aí na padaria ao lado e compra as balas!” meu coração, já na lona, nem pestanejava: “que mesquinhez!” venceu o coração.

dos 50 centavos originalmente pretendidos à doação, acabei sapecando nas mãos do moleque 4 reais em moedas de r$ 1, novinhas em folha. pareciam de ouro! meu coração vencedor soltou o foguetório! recém-enfartado, rejuvenesceu e não perdeu o compasso no resto do dia de uma longa viagem até a chapada diamantina.

dias depois, bem perto da pracinha da igreja, à beira da praia onde os “sacizeiros” de todas as idades fizeram seu baluarte sob os barcos de alumínio ou velhas catraias de madeira, me deparo com as tristes figuras dependentes do crack, da cocaína, da maconha e até mesmo da prosaica cachaça 51, algumas a pedir, outras a ameaçar tomar à força um trocado “para um pão”. entre elas, o garoto triste de tempos atrás com seu “pacote de balas de maçã”: um copo plástico, daqueles de água mineral, uma espécie de cachimbo e três pedrinhas de crack cinza-amareladas na mão. e na carinha de santo um sorriso bestificado.

nunca, na história deste país – como diria certo ex-nordestino – alguém se sentiu mais ingênuo do que eu. mas não aprendi a lição: horas atrás, uma senhora, numa esquina de outra cidade, me abordou com uma criança aboletada nos quadris e duas outras de mãos dadas como caranguejos e rezou sua ladainha: “...é pra butar uma sandáia nos pé dus minino e comprar uma rôpinha pr’essaqui (a do colo)”. meu coração alvoroçou-se no peito. por sorte, eu não tinha nada no bolso ou nas mãos. mas deu vontade de perguntar: aceita cartão? 
  

sábado, julho 09, 2011

conselho e água...

prefeitos presos na Operação Carcará (rep. revista ISTOÉ)
deveria ter sido um dia comum para mim e para milhões de outros “eus” como este que
lhes escreve. não foi. de súbito, uma revista jogada na mesa de centro da barbearia abre
sua reportagem e me joga contra uma realidade à qual não me habituo nunca: escândalos,
denúncias e prisões de ‘autoridades’.

deveria me rejubilar: “estamos entrando nos eixos da civilidade!” não pude. que civilidade
é esta onde aqueles que escolhemos para nos representar ou nos gerenciar não nos
representam, não nos gerenciam e, tangencialmente, nos roubam? fica complicado pensar assim, viver assim.

que mal há, afinal, em se acrescentar dois ou três zerinhos a mais ou a menos aqui e ali? que mal há em se tentar ajudar aquele compadrinho que a gente conheceu semana passada e nos
conselhos ao pé do ouvido...
mostrou a sua empresazinha tão arrumadinha? que mal há, gente do céu? que mal há em se ter uma pequena empresa que cresce apenas 86.500 por cento? só porque o pai do dono - por sinal, menino bem empreendedor - é ministro do governo lá em brasilha?

Por essas e outras é que um amigo, ex-prefeito, e apesar de tudo, ainda quer voltar a sê-lo se cerca de cuidados: não fala a sério no celular, só conversa em mesas de bares lotados onde ninguém ouve ninguém e se cala em meio aos silêncios alheios. certíssimo. nesses tempos bicudos onde uma simples licitação gera tamanhos mal-entendidos que resultam em barras na janela...

...acabam assim.
eu até teria alguns conselhos a dar a ele e a quem mais interessar possa. no entanto, como conselho (provado por patinhas, milionário por saber aconselhar lula et caterva) e água (provado pelas empresas de abastecimento) só se dá a quem paga...

terça-feira, junho 28, 2011

mais uma de barretin!

como sempre, posso me vangloriar de poder repetir neste blog, a verve do poeta escrevinhador zé de jesus barreto. o texto a seguir foi publicado no jornal de maior circulação da bahia, o "a tarde" (escreve-se com maiúsculas, hein!) de uma terça-feira, 28 de junho (vixe! 29 é aniversário da minha filha, vanessa! quantos anos, filha?).
p.s.: não toquei numa vírgula sequer. não tenho intimidade pra tanto.

O arraiá curturá
de nossa capitá



Vagueio errante pelas ruas vazias da cidade no feriadão junino e perguntas martelam: O que estamos fazendo de Salvador, afinal, o que queremos para nossa capital, a primeira do Brasil? Nas praças, sob viadutos e marquises da Avenida Sete, principal artéria do dito Centro Antigo, molambos humanos dormem ao sol, desfigurados, ou embrulhados em cobertores imundos que lhes ocultam a identidade. Parece que ninguém mais se dá conta desses trapos, tropeçamos e nem olhamos.
Vi o Terreiro de Jesus, a Praça da Sé, a Praça Municipal e ruas do Pelô ocupados por palanques, toldos, barracas de lona coloridas imundas, fios e equipamentos de som, mesinhas e cadeiras de plástico, isopores, engradados, tabuleiros, ambulantes, artesanato de má procedência, vagabundos, pedintes, sacis, trabalhadores também, é claro, e turistas branquelos zanzando sem compreender bem aquilo tudo em volta... Igrejas centenárias fechadas, o casario escondido pelas bandeirolas óbvias, a Sé Primacial abandonada, lixo e cheiro de mijo encardido, o Rio Branco, o Elevador, o Thomé de Souza, a Câmara, cadê? “Um armengue, um brega!’, arrematou o negão em bom baianês, indignado com a bagunça. Mas é ‘de gratis’, solta os foguetes!
História, cultura... tudo é forró. São João, Xangô menino, o santo das fogueiras, o orixá do fogo e da justiça, lembra? O foco é o negócio, o patrocínio, a mídia, os números arranjados do balanço final do ‘arraiá’. Feito o estrago, a faxina, sobra o quê? O mesmo Centro Histórico com cara de ressaca e abandono. Já sabem qual a vocação do Pelô? Shopping, prostíbulos, artes, bodegas, pousadas e moradores... quem? O Pelô resiste pela insistência de Clarindo, a briga de Aninha Franco, o Olodum, Gandhi, meia dúzia de lojistas e restaurantes, a corda no pescoço. Acudam! Por Santo Antonio, São João, São Pedro, São Francisco, os caboclos do Dois de Julho, Nossa Senhora do Rosário dos Pretos ! Oremos. Nossa Mãe Preta quer cuidados! Não consigo pregar os olhos, entristecido.

Zédejesusbarreto, jornalista e escrevinhador (27jun/2011)

sábado, junho 18, 2011

governador da bahia confirma: dilma é o avatar de lula!

bem que eu disse neste mesmo blog há trocentas postagens atrás. Dilma é o avatar de lula! ninguém levantou um dedo para me apoiar, ninguém levantou um sussurro para dizer amém. ninguém! mas agora, que inês não é morta, nem por overdose de paloccis, eis que o governador da bahia, numa gloriosa e chuvosa manhã de junho, inadvertida ou propositadamente, dispara aos quatro cantos, através de uma emissora de rádio, a verdade nua e crua: dilma é o avatar de lula! bem que eu já dizia, há terabites atrás.

pois bem. conto-vos, descrentes. à época em que este escriba profetizava esta grande verdade, nenhuma vozinha se dispôs a dar me crédito. pelo contrário. diziam que estaria ficando gagá, doido de pedra, louco varrido. de onde tiraria tal sandice? como poderia tal coisa acontecer? como ele poderia se disfarçar tanto assim? pois bem, por trás daqueles cabelos à la sei lá o quê, aquele tom de voz culto e amineirado, estava o pernambucano apaulistado que todos nós estávamos carecas (pelo menos eu estava) de conhecer. era ele, sim. com ou sem saias, de tailleur ou casaquinho, mas era ele, sim. e agora, o jaques wagner, já de barba que o patrocinador do corte ainda não domou, veio confirmar. e a plenos pulmões em entrevista matutina*.

era uma sexta-feira, 17 de junho, e o governador baiano em segundo mandato, ex-ministro de luizignatiusgloriosusexcelsiordominus, desmistificava o processo de compra de um novo apartamento para ele ter onde cair vivo depois de deixar o cargo (quem não pode diz “para ter onde cair morto” o que não é o caso do ex e agora quase novamente barbudo wagner). lindamente, o carioca mais conhecido nas rodas lulianas de antanho como galego, explicou-se e não deixou sombras de dúvidas da legitimidade da aquisição da sua nova morada. vendeu a morada antiga, tomou dinheiro emprestado ao irmão e pronto! ei-lo quase indo de malas e cuias para a vitória, vetusto e classudo bairro da capital baiana que tem uma das mais esplendorosas vistas da baía de todos os santos e vizinhas gloriosas como ivete sangalo e patinhas, o publicitário-mor de ignatiuspublius. explicado o perfeitamente explicável (coisa que palocci, burramente, não o fez) wagner passou para conversas mais amenas como o projeto recém lançado pelo povo de brasilha, o “minha casa, minha vida 2” e foi aí que seu a revelação. a epifania.

entusiasmado, falando da sua bahia (nossa. ele é que tomou de assalto através de votos), que dentro desse plano montou mais casas que o resto dos nordestinos, o barbudinho gente boa tascou nos microfones a verdade mal escondida: “... a presidenta lula.../... depois de oito anos e cinco meses e dias...” (ouça aqui)
. viram?! sentiram?! eu tinha razão. toda razão! wagner sempre foi (e talvez continue sendo) um dos mais constantes e íntimos interlocutores do patrono de battisti e por isso mesmo sabia e sabe bem do peso das suas palavras. duvidar de wagner, quem há de? de mim, claro, nem precisaram duvidar. apenas não acreditaram e fizeram ouvidos moucos. no entanto, me sinto agora de alma lavada pela chuva e pelas palavras wagnerianas de sexta-feira, 17 de junho. dia histórico. pena que não deu manchete nos jornais. mas pra mim valeu: dilma é o avatar de lula¹!

¹) apesar de tudo, ela tem dado cada sacudidela que vai acabar se livrando dele mais dia menos dia.
*) a entrevista foi concedida ao radialista, empresário e ex-prefeito de Salvador, mário de mello kértèsz, na rádio metrópole fm.

sexta-feira, junho 10, 2011

só dói quando eu rio

vixe maria! nem bem deixaram esfriar o cadáver político de palocci ou acabarem os ecos dos aplausos de benvenutta (para lembrar battisti) à recém entronizada ministra de todos os ministérios gleizi hoffmann e a turma do "eu quero ver o circo pegar fogo" já entrou em ação. insatisfeitos com a própria insatisfação e com a fome de cargos mal-saciada, aliados e nem tanto assim do palácio do planalto já sacodem brasilha e seus arredores e as tintas da imprensa continuam sombrias. senão vejamos: já espoucaram em todos os cantos foguetes avisando que a moça que acaba de se tornar toda poderosa no governo pós luliano (embora não tenha deixado de sê-lo) a exemplo do médico sanitarista também teve empresa de assessoria (consultoria empresarial) junto com a irmã (só não dizem se chegou a virar moeda de troca. esperemos que não). Pelo menos, ao contrário do médico simpático e de língua meio 'plesa', ela revelou os clientes atendidos. O melhor de tudo é que a sua assunção cria o primeiro casal ministerial do país (seu marido, paulo bernardo, é ministro das comunicações). Ela não agrada a certos setores do pmdb (o que é bom) e desagrada a outros do pt (o que é melhor ainda).

ainda palocci, ninguém ainda está totalmente satisfeito: demissão não foi o bastante e a oposição quer, por divina força que o empresário palocci ressuscite o alter ego político para explicar as manobras que não foram de nenhum poltergeist ou de leprenchaum mas o deixaram mais rico (milionário, é o correto). a situação não quer isto nem que a vaca tussa e prefere os restos políticos sepultados tão fundo que se aproximem da china ou do japão (de preferência que sejam simplesmente vaporizados ao passarem perto do núcleo incandescente do planeta). Seria conveniente para alguém em algum lugar. Nem mesmo o semblante fechado da presidente convenceu a tchurma de que palocci são águas (ainda que mais sujas que as do tietê) passadas.

vige, vó! a mais alta corte do país acaba de confirmar uma fama bem brasileira e que vem desde tempos d'antanho: a de que sabe receber bem. essa hospitalidade brasileira é conhecida até nesses novos planetas descobertos recentemente pela bisbilhotice dos americanos do norte. tchézare batíste, aquele italiano com cara daquele personagem arquiinimigo herói do desenho animado rrí-men, ganhou a liberdade e não vai ser mandado de volta pro seu país onde, de inocente, puro e besta não tem nada. na terra de berlusconi, battisti foi condenado à prisão perpétua por quatro homicídios e algumas lesões graves quando brincava de terrorismo. expulso da frança de outros lugares não tão hospitaleiros assim (pelo menos com gente desse calibre), battisti ganhou, por aqui, status de refugiado político, apesar de suas conhecidas atividades criminosas (vamos pegar mais leve... aqui a turma também apronta... é só abrir os jornais). e agora, já não respira o ar da papuda, nem vê o sol quadrado e foi rápido no gatilho (característica que o tornou famoso na itália): já pediu visto de permanente no passaporte e vai se dedicar à literatura. valei-me santo ronald biggs!

peço licença, faço reverência e suplico que a autora do vídeo sobre o carnaval que (vocês não podem deixar de ver) estou postando aqui agora não se aborreça por não ter lhe pedido permissão. quanta coragem, dessa moça! e que texto meu santo! que a inveja não me mate! a moça dá um banho de realidade e franqueza. com sua devida vênia, madame, eu não resistí e espero em deus que não processe este pobre escriba que, por não ter com que pagar sequer as custas do selo do processo, sairia da falência direto pra tumba (eu hoje estou mesmo mórbido, cruzes!)

quinta-feira, junho 09, 2011

relfexões sobre certas tristezas

é cedo e estou a caminho do trabalho. no horizonte de amaralina na bela e triste salvador da bahia, um veleiro tristonho ignora (eu imagino assim) o que se passa no coração da terra brasilis onde fica o mar no qual navega.

passei a noite em transe (ave, glauber!) circunspectando como estaria se sentindo a presidente dilma rousseff envolta na tristeza a que lhe remeteu a defenestração do amigo ministro luliano antonio palocci. deve ser uma dor muito profunda esta que faz a ex-ministra e atual dona do cargo de presidente, fechar o semblante e economizar mais do que nunca, as mineiras palavras. aceitar a demissão do amigo indicado para o cargo que já foi dela, deve ter sido muito, muito difícil. mais difícil ainda no saber da pressão exercida até por quem, de ofício e trato, deveria nunca pressionar nesse sentido. aliados. ah, os aliados! quem dera ela não os tivesse nesses "diaes irae". só consola o fato de que o indicador deu-se por satisfeito (afinal, ele ainda manda!)

outro consolo partiu das plataformas petrolíferas onde se aboleta josé sérgio gabrielli. também inconsolado com tamanha ingratidão petista, peeemedebista, pessedista e outros istas sem contar uns tais de "cratas" como democratas, burocratas e sem lembrar da população, gabrielli, como dilma, considera que o ilustre médico sanitarista que soube enriquecer rapidamente como poucos ao se tornar importante moeda de troca nos corredores bem aquinhoados de brasilha, não merecia tanto. e já partiu em defesa da sua permanência no conselho da estatal do petróleo brasileiro em reconhecimento à sua capacidade. certo, zé sérgio (como era conhecido em salvador). certíssimo. palocci é capaz. muito capaz. nós é que não o somos!

no horizonte de amaralina, na bela e triste salvador, o veleiro indiferente continua sua viagem em ventos muito mais calmos do que os que sopram os cabelos de dona dilma.

terça-feira, junho 07, 2011

...alguma coisa acontece,,.

caiu palocci! já não era sem tempo a sua queda. no entanto, o que ela significa afinal? significa uma derrota do pt? uma vitória da oposição? uma mostra de força da presidente dilma rousseff? não. nenhuma das alternativas anteriores. a queda da mais nova moeda de troca (ou a sua desvalorização) brasileira significa uma vitória petista diante do próprio pt que quer tudo menos perder sua enorme fatia no bolo tanto que, para isto, corta o próprio coração, significa uma derrota da oposição já que palocci, diante da sua fome petista (tenhamos pena e respeito pelos cães: lembra da expressão fome canina? neste caso não pode e nem deve ser usada) pelo poder e pelo dinheiro (de verdade), derrotou a si próprio pela segunda vez - se bem que, na primeira, foi derrotado pelo caseiro francenildo e foi uma derrota de dilma que, como presidente demonstrou não ter gana de presidente e, como seu antecessor, fez de conta que não viu nem ouviu nada e deixou que o rio seguisse seu curso até a cachoeira que o destruiu nas pedras. mas o ganhador foi o próprio palocci que sai do governo mais rico do que o que entrou e sem precisar (pelo menos até agora) se explicar pra ninguém. perdemos todos. outros paloccis virão, sempre. sempre e sempre. e nós veremos, como numa comédia pastelão, brasilha se dobrar a interesses menores em pátria e maiores em patrimônio.

quem é mais indecoroso? jair bolsonaro ou leo krett mostrando os peitos e o novo namorado na praia e postando fotos e beijos e poses na rede social? sem homofobias ou falsos moralismos mas a postagem do (a) vereador (a) de salvador é deprimente.

e césar borges no ferry boat? o discurso foi movido a quantas doses? de qualquer forma, o ex-senador e ex-governador inventou ou descobriu um novo palanque e um novo plenário. fica a idéia pros marqueteiros: na próxima campanha de césar, levem-no sempre ao ferry mais esculhambado que houver e com o maior atraso possível. lá, sempre há de haver platéia.

o prefeito de salvador, ainda que pessoa de fino trato, precisa se repensar enquanto figura pública. inventou agora que vai nadar na travessia ribeira a algum lugar. tem que tomar duas precauções: uma com as bombas dos pescadores de plantão naquela área que não sabem o que é um caniço e podem confundí-lo com um peixão e a outra com os próprios peixes que podem resolver vaiá-lo em plena enseada.

em um "post" de muito tempo atrás, bloguei que "dilma era o avatar de lula" alguém duvida?

sexta-feira, junho 03, 2011

os novos traficantes ou a nova forma de traficância

o novo (novo, não recente) imbroglio do ministro-chefe da casa civil do governo, o médico sanitarista antonio palocci não é tão novo assim e remete a raízes ancestrais fincadas nos primórdios da era luliana (os paleontólogos políticos ainda não conseguiram precisar a data devido à nossa facilidade em esquecer fatos importantes como recentemente demonstrado pelo senador josé sarney, para quem o impeachment de collor não foi um fato histórico e, portanto, não teve importância) quando um tal partido dos trabalhadores (hoje, se já os teve não os tem mais entre seus quadros) assumiu o poder em brasilha. por marco da era luliana, tome-se um certo caseiro de nome bem nordestino, francenildo. inesquecível, mas como todo marco histórico (segundo sarney) dispensável. àquela época, o ex-prefeito de uma cidade do interior paulista, guindado à condição de homem-forte dos corredores palacianos (aquilo lá é mesmo um palácio?) entrou no seu primeiro escândalo e lá, como agora, silenciou o mais que pode. como agora, agarrou-se de unhas dentes e aliados à uma hipotética tábua de salvação.

a bem da verdade, o médico sanitarista, hoje transmutado em estrela dos noticiários, apenas se tornou, nos dias de hoje, o ícone de uma profissão antiquíssima (êpa! favor não misturar com a outra!) com nome mais marqueteável para os dias de hoje: lobbista. em termos mais leigos para obtusos como eu, traficante. com todas as letras. traficante. só que de influências. por ter trânsito livre entre autoridades e outros poderosos quais e tais, esse tipo de traficante hoje chamado lobbista, tem influência. influência até para não admitir que influencia ou que trafica a dita cuja. o lobbista moderno não se contenta com trinta moedas. prefere trinta milhões delas. mas, verdade seja novamente dita: está certo o médico sanitarista do interior de são paulo e que, como quase todos os seus companheiros, puxa um pouquinho da língua plesa: ele não está sozinho. acompanham-no na traficância (de influência e poder, é claro) zé dirceu, zé genoíno, delúbio soares e outros tantos tantos que nem sobra espaço pra nomear. pobre dilma! que belas companhias!

quarta-feira, maio 25, 2011

paralelos brasileiros para dsk (ainda que sem sangue)

antonio marcos pimenta neves, 74 anos, foi preso na última terça-feira, 24, onze anos depois de matar a tiros a ex-namorada colega de profissão, sandra gomide. editor do conceituado jornal o estado de são paulo,pimenta neves conseguiu, ao longo desse período, esgotar todos os recursos possíveis e imagináveis da engenharia judicial para não cumprir a sentença de 15 anos a que foi condenado e agora, com a decisão do stf, deve, finalmente, cumprir sua pena.

muita gente, com alguma razão, festejou a prisão do assassino. réu confesso, pimenta neves “se entregou” aos policiais que cercaram sua casa em um bairro nobre de são paulo e na manhã desta quarta-feira, deve seguir para um presídio. qual o motivo da comemoração dessas muitas gentes ditas acima? por se prender um assassino? por se fazer, finalmente, cumprir uma decisão da justiça ainda que com onze anos de atraso? isto tudo deveria ser, a bem da seriedade, e a bem da própria justiça, motivo para lamentação com direito (sem trocadilho de espécie alguma) a lágrimas.

bem sucedido pessoal e profissionalmente, pimenta neves é um representante típico de uma das maiores e piores anomalias a grassar neste país de impunidades mil. Foram onze anos de liberdade ainda que assombrada. foram onze anos de escárnio sob o disfarce de recursos judiciais. aos 74 anos, a sentença pode até nem pesar tanto assim para ele. No entanto, os onze anos de liberdade devem pesar muito sobre a balança do ícone da justiça – que, neste caso e na minha modesta opinião, não foi feita -, sobre essa sociedade que hoje comemora e noticia aos quatro ventos essa “vitória”.

fosse pimenta neves, menos poderoso, de preferência, pobre...

o mundo se estarrece ainda (já nem tanto) com a prisão, a bordo da primeira classe de um avião que o levaria à sua frança natal, do agora ex-todo poderoso diretor FMI e preferido dos seus compatriotas a substituir nicholas sarkozy no palácio dos champs elysées, dominique strauss-kahn por crime sexual. dsk não chegou nem perto da proeza de pimenta neves.foi preso logo depois do crime, amargou as barras de uma cadeia e hoje,depois de pagar uma fiança milionária, continua preso já que ganhou como adereço uma algema eletrônica e não pode sair do conforto do seu domicílio nem pra comprar pão em uma padaria de qualquer esquina novaiorquina. e, na terra onde “o réu ainda é considerado inocente até que seja provada a sua culpa”, dsk faz com que nossos aplausos para a prisão tardia de pimenta Neves soem assim como algo...

nota: há quatro anos, dois seguranças da secretaria municipal da educação de salvador estão presos acusados da morte do servidor neylton souza da silveira. supostos executores do servidor, os dois ainda aguardam julgamento.

terça-feira, maio 24, 2011

salvador park: a cidade loteada.

decididamente eu estou relapso. melhor, eu sou relapso. faz algum tempo que quero sentar e postar algo no pobre do blog que deve, como aquela noiva chinesa, estar pensando em suicídio pós abandono e não o faço. mas, aqui estou. dei uma pausa na leitura do caim de saramago (como sempre, algo bom demais da conta) e sentei-me. o problema agora é produzir algo que valha a pena alguém ler. em todo o caso...

salvador, onde trabalho mas não vegeto nem vivo, está insuportável, impraticável, intransitável, detestável (repetí-me?!) intragavável, intratável e com o tempo instável. se você sai de ônibus (baianamente, de buzu) é aquela desgraceira no caminho da feira: superlotação, motoristas suicidas, cobradores mal-educados, assentos sujos e moderninhos com celulares tocando pagodes a 200 mil decibéis ao seu lado. se você é privilegiado e tem carro... aaah! se ferrou de verde e amarelo! não bastassem todos os engarrafamentos e ruas esburacadas, tem o problema de estacionamento. não que faltem. até sobram mas...

em todo canto desta cidade d'oxum (salve gerônimo! salve vevé calazans!) há um estacionamento... privado. não sei onde os caras dos bahias park soteropolitanos descobrem espaços livres assim. e nem precisam ser privados de verdade. eles tem mais faros do que aqueles cães ingleses que caçavam ou caçam raposas nos parques reais. basta uma nesga de terra e eles aparecem com duas cancelas, um bom velhinho e um talonário. eles e os ainda chamados flanelinhas.... pode ser praia, praça, beco, quintal... qualquer lugar, tá bom pra ser estacionamento. isto sem contar os oficiais, oficialmente chamados de zonas azuis.

tem até padrão, com fardas, sinalização e o escambau. na república livre de itapuã tem uma pracinha que, a princípio, era dedicada aos pescadores ali dos "quilos" onde tem aquela costelinha de baleia onde os turistas se encostam pra registrar fotograficamente a visita que, há tempos, está privatizada pela sei-lá-o-quê park. transformou-se em estacionamento. mas somente de sexta a domingo. no restante dos dias é devolvida ao povaréu. morro de medo de chegar em casa qualquer hora dessas e encontrar minha varanda com uma cancelinha daquelas, um guardador com o bloquinho de tickets e a plaquinha de "estacione aqui".

quarta-feira, maio 11, 2011

allegro... ma non troppo?

melhor que pescar de bomba em aquário raso...
pode ser que recebamos pela cara mais uma idéia genial de quem não tem mais nada a fazer a não ser pensar em genialidades que possam dar mais uma tungada indiretas nos nossos já combalidos bolsos. o ex-presidente da central única dos trabalhadores (cut), o deputado vicentinho, apresentou à câmara um projeto destinado a obrigar as emissoras de rádio e tv do país a transmitir 40 minutos de programação produzida pelas centrais sindicais. o projeto é o irmão gêmeo do horário político eleitoral gratuito ou uma voz do brasil de macacão. Em vez do megafone nas portas das empresas ou pelas ruas, as ondas do rádio e as imagens da tevê. a conta? ah... a conta! seria custeada por benefícios fiscais. quer dizer, por mim, por você e por nós...

a empresa baiana de água e saneamento, embasa, esperneou, chiou, pediu e acabou sendo autorizada a aumentar a sua tarifa bem acima da inflação. justificou-se: esse aumento é absolutamente necessário para fazer frente aos pesados investimentos que a empresa vem fazendo e faz na área em todo o estado (milhões de "clientes consumidores" - aspas por minha conta). tudo bem, não fosse água e saneamento bens comuns e absolutamente necessários e responsabilidade do governo. no entanto, nessa rubrica de "pesados investimentos" incluem-se patrocínios a times de futebol, carnavais, micaretas, shows, gravações de dvd's e balões de são joão? não se aborreçam. é apenas uma dúvida de um péssimo entendedor e péssimo cidadão e péssimo torcedor e péssimo carnavalesco, pior micaretesco e ausente frequentador de shows, não figurante de gravações e inimigo confesso de balões sejam eles quais forem. e vem aí, no próximo sábado, pelo que se diz, uma festança privê somente para diretores e funcionários no wet'n'wild (ou, como se diz em bom baianês: no éten uáide).

"...volta, vem viver outra vez ao meu lado..." delúbio soares, defenestrado do partido dos companheiros há um tempo atrás, deu a volta por cima... nem a morte do bin laden fez com que sua figurinha passasse batida por quem observa o brasil direito. mesmo assim, o retorno tem algo de triunfal diante do que ele passou. mas os ex-companheiros que em priscas eras corriam dele como o diabo deve correr da cruz, festejaram à larga.

inacreditável! depois de prender em flagrante um soldado pm que se dedicava a espancar estilosamente a, sei lá se atual ou ex, companheira, um delegado da polícia civil baiana desabafou corajosamente frente às câmaras de tv criticando o fato de o meticuloso espancador, que fez questão de deixar suas marcas em locais bem visíveis da sua indigitada vítima, ter sido liberado imediatamente após a prisão. resultado do desabafo: o delegado de sangue quente e língua afiada foi suspenso das funções por trinta dias. justificativa dos seus superiores: ele já respondia a sindicância interna. bem conveniente, não? em tempo, a mulher, consolidando o adágio de que "quem apanha é que fica apanhado e quem bate esquece" preferiu não prestar queixa. ahhhh, maria da penha!

panis et circenses - a moda pegou: mais churrasco pros companheiros!


recentemente, a secretaria estadual da agricultura – seagri -, no centro administrativo da bahia, foi ocupada por centenas de integrantes do movimento dos trabalhadores sem terra como parte das celebrações (?) do “abril vermelho”, uma ação para marcar o chamado massacre de eldorado dos carajás, quando 19 pessoas morreram, no pará. acampados, nos jardins e nas dependências do prédio, os “sem terra” foram tratados a pão de ló, como ilustres (até certo ponto) visitantes. na falta de acomodações melhores, os acampados – não seria melhor dizer ‘assentados’? – receberam, da secretaria, 600 quilos diários de carne para serem charqueadas, churrasqueadas ou qualquer outro tratamento culinário que o valha, banheiros químicos e um convite para participar de uma sessão especial na assembléia legislativa à qual compareceram munidos de foices, facões, enxadas e o escambau. foram embora e deixaram para trás um rastro de destruição na vegetação circundante digna de qualquer “latifundiário improdutivo” que derruba desde touceiras de capim a grandes árvores a troco de nada além de uma interrogação no ministério público: a troco de quê, receberam as benesses?

a resposta governamental foi imediata: “fazem parte de um movimento social e é obrigação do governo tratá-los dignamente. dando-lhes acomodação e estrutura.” massa! tem toda a razão e a explicação é perfeitamente plausível não tivessem os “sem terra” construído a reputação de depredadores que atualmente carregam. como formigas (ou o brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o brasil!), eles deixam um rastro de destruição na maioria dos lugares por onde passam (capim só cresce onde boi não pisa!), em atos de vandalismo que os governos (em suas três esferas: federal, estadual e municipal) e os parlamentares se recusam a enxergar. afinal, é a companheirada mostrando serviço (mesmo que em prol de ninguém e de nada).

pois bem. acabou por aí? nem pensar. estimulados pelo sucesso da primeira (não foi e nem será a primeira mas, neste caso, deixemos como se fosse) turma, mil e quinhentas pessoas da pastoral da terra (arrrgh!) voltaram a ocupar a receptiva secretaria. reivindicações? as mesmas do mst de quem a pastoral, ligada aos movimentos dos trabalhadores desempregados e dos trabalhadores assentados, acampados e quilombolas não deixa de ser um braço. isto, anteontem, ontem, essa leva foi engrossada por mais duas ou três centenas. em comum, além da invasão (ou visita, como preferem alguns), a determinação de ganhar também carne para a churrascada, banheiros químicos, o direito à depredação da área verde e, talvez, um convite para uma “sessão especial” qualquer na assembléia. é bom demais da conta!

o melhor de tudo é que a avacalhação generalizada é bem vinda, bem vista e benquista. pelo menos sob a ótica do discurso de posse, semana passada, da secretária de políticas para mulheres do estado da bahia, ex-militante do mst. nele (no discurso), a ex sem terra, num incentivo direto a essas ocupações, afirmou que, se sua secretaria fosse invadida por integrantes dos movimentos sociais, iria “parabenizar” os agora antigos companheiros “pela iniciativa de fazer o protesto da ocupação porque é legítimo”. assim, até eu protesto.

pior é que o ministério público (mp) pediu e, até agora, não recebeu nenhuma explicação sobre a compra da carne, o aluguel dos banheiros químicos e as justificativas para tal atitude da seagri. mas tudo bem. afinal o mp é um pé no saco, só sabe criar picuinhas na defesa da probidade administrativa, na transparência das ações e na proteção do bolso do restante da população que não faz parte da companheirada cujas bandeiras tremulam pelos quatro cantos de todo lugar deste imenso rincão.

a seagri foi “visitada”, “ocupada” ou invadida – escolham a opção que lhes aprouver – há vinte dias atrás. à época, os manifestantes se restringiram ao estacionamento e entorno do órgão. agora, eles ocupam corredores, escadarias e até a entrada do chefe do gabinete do secretário eduardo salles. interessante notar que, nos dois casos, tanto o governador quanto o titular da seagri estavam em viagem oficial (neste, eles se encontram na itália e, naquele, na china).

por essas e outras, continua na minha cabeça um certo poema...

sábado, abril 16, 2011

curtas e... nem tão grossas assim

subvertendo provérbios.
original: “debaixo desse angu tem carne!” – na relação do governo da Bahia e o mst deveria ser: debaixo dessa lona tem churrasco. por causa da doação de 600 quilos diários de carne a integrantes do mst que acamparam (para não dizer invadiram) a área da secretaria da agricultura do estado, o ministério público estadual deve instaurar um processo para investigar a utilização de dinheiro público para essa compra e também para a criação de infra-estrutura (banheiros químicos, lonas e otras cositas más) para os invasores permanecerem no local. autoridades governamentais estranharam a grita geral provocada pela atitude alegando que o mst é um movimento social e o governo tem obrigação de apoiá-lo. na última sexta-feira, os integrantes do movimento foram à assembléia legislativa para participar de uma sessão que lembrou o massacre de eldorado dos carajás, ocorrido há 15 anos, no pará. armados de facões que foram usados na devastação da mata que cerca a área da secretaria que ora ocupam, os militantes foram em peso. o convite partiu de um deputado. em tese, lá não se deveria entrar nem com um cortador de unhas.

original: “direito tem quem direito anda” - quem acreditava que o direito de ir e vir preconizado na constituição era sagrado, acaba de constatar que o sagrado já não é tão sagrado assim. como rosas em um imenso jardim, praças de pedágio florescem a cada manhã em nossas estradas. salvador, por exemplo, já está cercada deles. portanto, o seu direito de ir e vir, tem preço. e, às vezes, alto. pior: as estradas continuam esburacadas, com péssima sinalização, sem acostamento e sem duplicação. essas melhorias, que deveriam vir antes da cobrança, ficaram todas para depois. e existem alguns descalabros: o mais gritante deles é o da estrada do coco, onde moradores de camaçari para ir de uma lado a outro da vila praieira de jauá tem de coçar o bolso. portanto, direito tem quem direito paga!

de boa:
políticos de todas as matizes (localizadas na oposição) se abespinharam com uma declaração que sugeria que o povão já não deve ser mais o público alvo da categoria. a justificativa baseava-se na simples constatação de que, aquinhoados a torto e a direito por programas sociais do governo (bolsas isto e aquilo), o povaréu já não se entusiasma tanto com o discurso de mudanças proposto pela oposição. e tem razão. mudar pra que? é melhor jogar dominó à sombra de uma ingazeira nos sertões nordestinos e correr de bala perdida nas favelas cariocas tendo dinheiro em caixa no fim do mês do que ficar ouvindo conversa de cerca-lourenço de quem, volta e meia, enfia dindim pelas meias e outros cantos menos votados ou então se manda pra espanha ver uma partida de futebol.

camões, beethoven, drummond, bach, castro alves, yeats… in memorian

Em um cenário digno de hollywood do dendê, premiou-se, dias atrás, a nata da produção musical e, por tabelinha, literária no âmbito carnavalesco da bahia. não entremos em detalhes quanto a quem organizou ou outros tópicos deverasmente importantes mas que não cabem nas parcas linhas deste post que pretende homenagear (lamentando) tão somente a verve criativa dos nossos mais prolíficos músicos e poetas atuais. inventores de novos e multi-utilitários vocábulos (?) como "tchubirabirom" que significa... hmmm, bem, é... deixa pra lá! mas pode ser utilizada – segundo seus criadores geniais – para designar "comida", esses artistas tiveram e terão, se dependerem da organização do nosso nobel carnavalesco, seus quinze minutos de fama ad saeculum saeculorum. tudo bem que eu sou um velho chato, irascível e intolerante no que diz respeito à nova música popular da bahia, mais comumente chamada de pagode. a começar pela nomenclatura das bandas, pela monocórdia melodia (?) que se convencionou apelidar de suingue (do inglês "swing"). daí em diante, o resto é pior ainda.

no tocante às letras – e aqui está a razão de ser do título e da postagem – façamos uma homenagem aos poetas e músicos citados acima e também àqueles não epigrafados transcrevendo-as neste espaço. E aí vamos nós:

para drummond:

Acelera aê
(tentemos lembrar algo drummondiano que possa, de alguma forma, parecer com isto)


 

Mão com mão

Eu, você, curtição

O beat é bom

Pense bem, mente sã, corpo são

To feliz, to afim, to legal

E nesse astral

Vou ficar até o amanhecer

Acelera aê

O coração

Hoje é dia de Ivete!


 

Para camões:

Liga da justiça
(um épico...)


 

Superman ficou fraco,

O pingüim jogou kriptonita

Lex Luthor e coringa roubaram o

Laço da mulher maravilha

Liga da justiça toda dominada,

Agora só tem uma saída!

Foge! Foge, mulher maravilha.

Foge! Foge com o superman.


 

Para (...ah, esta é universal!):

Tchubirabirom


 

Olha pra frente, pra frente

Cintura, cabeça tchubirabirom

Eu disse dancinha legal,

Todo mundo vai fazer

É nesse carnaval,

Eu sei que vai ferver


 

Você quer, tome aí,

Swingueira pra mexer

Pega na cabeça e vai


 

bom, aí estão as três pérolas do grammy do nosso cancioneiro no quesito literatura (poesia, letra, lirismo e o escambau). quanto à música... bem, tentem se lembrar da complexidade harmônica dos acordes e terão formado assim, uma opinião absolutamente concordante com aqueles que as escolheram como a quintessência da musicalidade baiana. e, ao ouvi-las (somente as três premiadas) mentalmente, dediquem-nas a beethoven que, por sorte, já não está entre nós faz tempo e, além de tudo, ficou surdo. melhor do que se tchubirabirom. pobres dodô e osmar!


 

em tempo (e para dar a cesar o que é de cesar) os laureadíssimos autores dessas pérolas acima transcritas são: gigi, marcos santana, fabinho o'brian e dan kambalah (acelera aê); márcio victor e j. telles (liga da justiça) e léo santana, nenel, saulinho e osmar cardoso (tchubirabirom). e vocês não imaginam a dificuldade que tive em escrever tchubirabirom tantas vezes... quem acabou me socorrendo foi o velho "ctrl c + ctrl v"

quarta-feira, abril 13, 2011

melhor do que isto...

espero em deus não cair na pieguice até certo ponto retrógrada de reclamar que “isto poderia estar sendo distribuído entre os pobres da periferia e bla, bla, bla e etc e tal” mas é mesmo de estranhar, de mesmerizar ou, sertanejamente falando, “de lascar” a atitude do governo do estado, aqui devidamente representado pela secretaria de agricultura com relação aos integrantes do movimento dos sem terra ou êmeéssetê como se querem ser chamados que aportaram às portas da dita cuja supracitada acima referendada secretaria.


parece mentira, seu minino! homequásiormedeixe! comemorando um tal de abril vermelho (ou negro) para “lembrar da chacina de eldorado dos carajás quando morreram quase duas dezenas de militantes” (e onde já se viu lembrar tragédias com comemorações?) os militantes dessa facção notoriamente associada ao partido dos trabalhadores – nada contra o partido, hoje no alto do poder -, já invadiram, até o momento desta postagem, 30 fazendas e pretendem aumentar este número para cinqüenta, aqui, na bahia. há dias, acampam no coração do governo, no centro administrativo, em plena capital.



sitiada cavalheirescamente, a seagri, digo o governo, também reage à altura: cavalheirescamente. é assim que se faz. os sem-terra se alojaram por lá numa boa e o estado, como é do seu dever, providencia a infra-estrutura para que nada incomode os invasores: banheiros químicos (higiene e saneamento são fundamentais para o sucesso de qualquer invasão! que o digam aquelas espalhadas por toda salvador!) e, para coroar o desempenho dessa produção toda, iniciou a distribuição diária de 600 quilos de carne para os mais de três mil integrantes dessa nova casta de baderneiros legalmente reconhecidos.


aliás, a situação é tão esdrúxula, mas tão compreensivelmente diplomática (em termos de diplomacia, o povo da seagri poderia dar um banho em celso amorim, reconhecidamente o maior diplomata petista) que próceres do órgão governamental desdobram-se em demonstrações de camaradagem para com os invasores. tanto que a diretora geral do mêsitê fez questão de anunciar o fornecimento, por parte do governo, de lonas, toldos, água e ainda dois chuveiros improvisados. isto, praticamente no saguão da seagri! fossem outros os invasores... (não resisti ao ataque de pieguice, sorry y’all).


a bem da verdade, esta postagem quer mostrar, não indignação, como pode parecer, mas estupefação, ignorância absoluta do que é governar ou garantir governabilidade através do diálogo e de gestos de tolerância fundamentados no desejo de harmonizar as mais diversas correntes do pensamento e da ação políticas. reconheço: nestes terrenos sou muito pior do que um zero à esquerda dessa minha esquerda varonil. continuo canhoto enquantos eles se fazem canhestros. algo me lembra um certo poema de um certo russo...


talvez por essas e outras, a nível de terra brasilis, mereçamos os bolsonaros, tiriricas, romários e outros tantos como nossos legítimos representantes num congresso que, de nacional, tem apenas o fato de que todos são brasileiros e batem ponto (quando o fazem) em brasilha.

terça-feira, março 22, 2011

salamaleques a mil mas, cadê o lula?



que espetáculo, a visita do barack "o cara" obama! que arraso! salamaleques a mil! cês viram a cara do cabral (sérgio)? e os comentários globais (em canais abertos, fechados, mais ou menos e etc)? o supra sumo da mesmice de 1808 ou 1822 (valha-me são laurentino gomes!)quando a terra brasilis ainda imitava ou tentava imitar os mui lusitanos hábitos e sotaques. qualquer nota! e as análises? fala sério!!! o bom é que obama se esbaldou! mais do que pinto em milho! depois de confirmar in loco que a enorme fatia de terra falante em português situada no sul do continente americano continua uma reles colônia ou, pelo menos, desejando se manter como tal (agora dos irmãos do norte), o brother lá das bandas de cima não tinha como manter o sorrisão encofrado na boca. pra quê? Vai que é tua, tafarrel (ihhhh, ato falho!)!




falando sério, nunca vi tamanha subserviência em meus cinquenta e balaiada de primaveras, verões e tragédias humanas. pareceu-me em alguns momentos, que zeus abdicara, por dois dias, das belezuras do olimpo e desceu à terra brasilis (pra ficar longe da líbia e de ghadaffi. afinal, o complexo do alemão pra eles lá é fichinha). Mas, apesar da babaovice generalizada, do "me engana que eu gosto" e do passa-moleque dado na brasilhada toda chamando-nos de o futuro presente, obama provou que "yes, we can!"

só faltou o luiz ignacio "o cara" lula. por onde andou???

sexta-feira, março 18, 2011

a saga do prazo de validade ou a lenda do celular na ante-sala do céu


no post anterior, dei conta do susto passado com o alerta de que o meu prazo de validade começou a vencer. não sei ainda se foi apenas um aviso ou se estou na base do overtime. enquanto isso, vou vivendo... mesmo que à base de remédios. terremotos japoneses à parte e com todo o meu pesar e respeito pelas vítimas, vivi meu tsunami particular nesses breves dias.


morrendo de timidez (e de dores) pelos banhos de gato aplicado pelas enfermeiras dedicadas e gentis, todo espetado parecendo até almofada de "mulé rendêra" festejei como um grito de independencia o meu primeiro banho de chuveiro on my own, sem a prestimosa ajuda de femininas e desconhecidas mãos (o que, noutras circunstâncias, teria apreciado muitissimo demais da conta). fiz a festa em curtíssimos dez minutos. curtos para um belo e desejado banho mas longo o bastante para alguém achar que por já estar numa u.t.i - consequentemente, na antesala do cemitério - o meu novíssimo aparelho celular (objeto de desejo de dez entre dez aproveitadores) não mais me seria tão útil assim. desta forma, voltei do banho, lépido e fagueiro, encontrei cama (leito é o nome hospitalar) feita e de lençóis, fronhas e travesseiros trocados e, claro, a equipe de prontidão para repor os espetos que me levavam fluidos medicamentosos corpo adentro de volta a seus devidos buracos (acessos, hospitalarmente falando). depois de exemplarmente paramentado de "uteísta", lembrei de ligar para avisar aos entes queridos que tudo estava como dantes no quartel de abrantes. mas, cadê a mais importante invenção humana nos últimos doze milhões de anos em termos de comunicação? sumiu, escafedeu-se entre dobras de lençóis e cobertores! agora é juntar grana, afinal, comunicação é fundamental, para comprar outro.

u.t.i - episódio dois.

transferido de hospital para "procedimento" cirúrgico (meteram-me uma mola peito adentro por mea culpa, mea maxima culpa) ví-me, como sempre, espetado a torto e a direito com jovens doutores discutindo-me e a outros pacientes pacientemente esperando algo (bom? ruim? péssimo?) acontecer "a subclávia direita e tererê tererê" "o àtrio esquerdo e tererê tererê" quando adentram o "pa" (pronto atendimento)dois elegantes senhores vomitando ordens a dois outros senhores (malajambrados em uniformes azuis de operários da construção civil): "fura aqui, bota ali, transfere dacolá... e se reclamarem, fala que fui eu quem mandei (sic)". não deu outra: manda quem pode, obedece quem tem juizo. os operários nem pestanejaram. sacaram suas espadas (ooops! escadas), furadeiras e começaram a brocar as paredes e teto onde mais de uma dezena de infelizes pagadores de caros planos de saúde pagavam seus pecados e cigarros bem tragados ao longo desta curta vida. dá pra acreditar? ao meu lado (minha suíte hospitalar, na verdade um cubículo separado dos outros por uma espécie de cortina de pvc articulada para nimguém achar sua miséria mais miserável que a dos outros) uma senhora de oitenta e poucos anos penava uma doença pulmonar e as furadeiras... tome-lhe poeira. e, num local onde se exige silêncio, tome-lhe "zuiiiiiiiiiiimmmmm". fantástico! claro que chiamos (quem tinha saúde pra chiar) horrores e somente então o digníssimo cidadão elegante de cãs prateadas desceu do olimpo onde se aboletava (era o dono ou sócio da clínica que se denomina fundação) e compreendendo a sua própria incompreensão determinou a parada das obras de reforma da então totalmente ocupada unidade. acabamos sendo transferidos para apartamentos e, lá embaixo, provavelmente, em algum momento, a balbúrdia construtiva, recomeçou. não mais a vi, nem ouvi, nem senti. de alta médica, obrigado a me manter quieto, longe dos cigarros que me ajudaram a chegar lá e condenado engolir comprimidos quatro vezes ao dia, me pego pensando com saudades no tal do aparelhinho: será que ele está feliz?

observação: não sei postar o silêncio da minha alma ou algo que o represente diante da tragédia japonesa. que deus tenha piedade de todos nós.

quinta-feira, março 10, 2011

vencimento de prazo de validade


depois de um dia de semana daqueles pra lá de parados - na paradisíaca imbassahy, acabei descobrindo, três dias depois na unidade de tratamento semi intensivo do hospital jorge valente, em salvador, que o meu prazo de validade está praticamente vencido. num primeiro momento, pensei seriamente em prestar queixa do chefão ao procon ao qual ele, como qualquer fornecedor, deve explicações e, em caso de 'queixo duro' ou molhação de mão... meter bronca nas instâncias superiores. mas aí esbarrei numa parede solidissíssima: quem é ou qual é a instância mais superior do que o dito cidadão (do qual não ouso dizer o nome para que ele, irritado por ter sido citado nominalmente, abrevie ainda mais o tal do prazo de validade determinado para esta pessoa cá que, diga-se de passagem, não vale tanto assim)? fosse cá embaixo da linha do equador, pras bandas de brasilha, onde semianalfabeto se torna membro de comissões de cultura e vorazes devoradores do dinheiro alheio sob todas as modalidades de ladroagem são elevados às comissões de ética, reforma política e de cara... poderia dar um jeitinho já que dizem que o supra citado cidadão lá de cima é brasileiro. deve ser não, menino! deve ser não. vai ver, ele só se diverte com quem acredita nisso!

se eu fosse mais corajoso (ou cara de pau) como os caras lá de brasilha (o pior é que eles são de todos os lugares deste lugar chamado brazil, por alguns, e de puteiro, pelo finado cazuza), se eu fosse mais corajoso, faria um trato com ele, o grandão lá de cima: ele pararia com essa coisa de meu prazo de validade vencido ou já vencendo e eu passaria a acreditar piamente em tudo o que contassem: papai-noel, prêmio individual da mega-sena hiper-duper acumulada com aposta mínima; país do futuro; desemprego em queda vertiginosa(vertigem, a bem da verdade, sentí no dia que o relógio interno acionou o alarme de que esta peça aqui está passando do prazo). acreditaria ainda que luizignatiululadasilvaprimeiroúnicoeeterno foi mais milagreiro que padim pade ciço e salvou a terra brasilis de tudo de ruim que seus antecessores deixaram prontinho o pra estourar na cabeça da gente. ave, lula! qui ingressus morituri te salutant (cruzes! latim mais tosco só se acha assim!).

mas, querido chefe - tomara que puxasaquismo adiante - acredito mesmo é no senhor e, vamos deixar para a hora agá ou fora da hora agá. cheguei na letra jota e agora é tarde pra pular de letra ou dizer que perdí o começo do alfabeto. seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu (até mesmo no de brasilha).

p.s.: quando a enfermeira adentra o apartamento 207 do nosocômio onde the clock is ticking minhas veias, outrora pujantes e varonis, na mais acovardada e ignóbil atitude, escondem-se feito toupeiras. não há um pingo de coragem nesses canudinhos. falando nisso, alguém aí conhece alguma história - que não seja a de benjamin button - de driblar essas tais "fatalidades"? parece ser urgente conhecê-la!