na rua, na chuva ou na fazenda

terça-feira, fevereiro 07, 2012

motim na pm: a mão armada da audiência


na busca de audiência vale tudo: valores éticos que se danem
beira o non-sense, vadeia a absoluta loucura a sanha de jornalistas que se metem a disputar a audiência do
povaréu. se do lado da vênus platinada, temos as sandices dos bbbs, com suas cenas que fariam corar pamela anderson da juventude de hugh hefner, do lado menos glamuroso, menos global - por assim dizer - temos que suportar estoicamente os festivais de absurdo dos datenas e seus iguais.

 aqui, na terrinha de todas as greves de porta de carnaval, elevamos ao grau "formadores de opinião" (a bem da verdade eles o são) varelas, eduardos 'bocão', aloiltons batatinhas - este já nem tanto mais - et caterva. no desenrolar deste motim policial que vemos a fomentar ataques e atos de terrorismo explícito contra uma população acovardada pelo fato de que seus patronos são, em sua maioria, homens que deveriam estar zelando por ela (vide as cenas de policiais travestidos de bandidos, mascarados e de armas em punho sequestrando ônibus e interceptando automóveis), um se destaca: o jornalista/apresentador televisivo uziel bueno, da tv band (outrora - e mais séria - bandeirantes).

na sua fome de fama, o jornalista e a emissora que o emprega deixaram de lado tudo que preconiza o bom jornalismo e investiram maciçamente no sensacionalismo. do mais barato possível e imaginável. assim, os saques (reais) ocorridos por exemplo, nos primeiros dias da eclosão do movimento, tornaram-se as imagens mais difundidas pelo programa do apresentador ao longo das várias horas em que este permanece no ar.
da forma como eram mostradas, com o estardalhaço e as pantomimas faciais do tal bueno (o da globo as faz com a garganta) essas imagens - repetidas à exaustão sem se darem sequer ao cuidado de maquiá-las com alguma edição para confundir alguém mais atento - ganhavam o contorno do momento e alcançavam os objetivos tanto do apresentador quanto do orquestrador do motim: espalhavam medo. terror. pânico. porquanto eram as imagens que já estavam registradas no imaginário do povaréu sitiado.

hoje, no site de samuel celestino - decano da a.b.i - festejava-se o pico de audiência do uziel com as tais imagens - agora chamadas de cobertura jornalísticas da greve. inacreditável!

lendo dora kramer em sua coluna, tomei a licenciosidade e a petulância de transcrever-lhe um pensamento: "reivindicações todos têm. mas nem todos detém o poder de recorrer ao terror como fizeram os policiais baianos". tem toda razão a dora kramer.
na busca de salários melhores vale tudo: até o terror

se o amotinado marco prisco - que tem nome de general romano - faz por onde merecer o desprezo em seu desejo louco por holofotes e um lugar à sombra na câmara de vereadores de salvador mesmo que à custa do enclausuramento de dezenas, centenas de milhares de pessoas numa bolha de medo, no quarto do pânico, merecem-no muito mais jornalistas, apresentadores de rádio e tv como estes que manipulam fatos e imagens geradas por estes fatos para criar mais pânico e ascenderem ao panteão da glória de serem reconhecidos nas ruas como campeões de audiência. é de vomitar. se bem que não sei direito se me dá nojo ou se tenho dó.      

o "líder" marco prisco: em busca de um lugar à sombra