na rua, na chuva ou na fazenda

quinta-feira, junho 27, 2019

dois parágrafos e uma linha pra vanessa



há milhares de dias, um bom tempo atrás, você primaverava meu verão em um junho como este de agora em que veraneia meu outono. Hoje, parafraseando um velho conhecido a quem não posso chamar de amigo (é, a vida tem dessas coisas), tenho mais passado que futuro, e é nesse passado que você se inscreve, se escreve e se insere sorrateira como as sombras no quintal de dona anita que me assombravam, me surpreendiam, mas sobretudo, me encantavam.



você me encanta de várias formas. algumas delas nem sempre agradáveis por me remeterem a dores antigas, anciãs como reumatismo, dores de coluna e achaques de velhice. outras, são ternas como cheiro de jasmins ou patchouli. me traz o olhar amigo e, às vezes, censuroso de anita de quem deve ter herdado partes. muitas partes. me traz ainda alguma poesia raivosa de quem te pariu e a quem, em toda medida possível, amei (talvez não tenha sabido dizê-lo). esta é você. o verão no meu outono que já se sabe inverno.


continue primavera e verão e que seu outono demore, demore muito a chegar!