na rua, na chuva ou na fazenda

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

dalila, carnaval e o pó - dust to dust - que morra a poesia e viva o tomate!

de acordo com o vaticínio, “cadê dalila” foi premiada como a “música” do carnaval de salvador. oficialmente? extraoficialmete? informalmente? cafungadamente? são perguntas irrespondíveis por enquanto. porque, extraoficialmente, tudo é oficial no carnaval de salvador. varia de acordo com a emissora de tv, a emissora de rádio, o jornal “a”, o jornal “b”, o jornal “c” e, claro, o tamanho do jabá que corre nas laterais do campo.
não é a primeira vez que a música, de mãos dadas com a droga, caem na boca (no nariz, ouvidos e veias) do povo. temos exemplos clássicos que vem de kingstom; das ruas – abaixo do nível do mar – da holanda; de las plantaciones cocaleras de colombia y venezuela; e dos morrões fumegantes do brasil. nada a ver e tudo a ver. a explicitude é fantástica nesses tempos bicudos de crise financeira mundial. o melhor de tudo é que é um filão e tanto! enquanto as bocas se abrem – se escancaram, na verdade -, as burras de quem as comandam e, por comandarem-nas, comandam também quem se sustentam de la leche que elas emanam, se enchem.
no carnaval baiano não foi diferente posto que, indiferentes ao seu sentido, muitos se esbaldaram aos gritos de “cadê dalila?” e às súplicas de acharem-na o mais rápido possível. dalila desceu e subiu os morros para se consagrar no asfalto nas narinas e nas cabeças de todos. sem a serpente mas sendo serpentina branca, espalhou-se na bandeja negra dos circuitos carnavalescos e tornou-se hino de quem aprendeu e se tornou mestre na arte de ganhar com a desgraça alheia. aliás, o garotinho de pouco mais de oito ou dez anos que se perguntava por ela, visto nas telas da tevê nos últimos momentos do carnaval, terá o mesmo destino dos seus seguidores? tanto faz qual deles: se o que a exalta e enriquece ou se aquele que mata e morre por ela.
carnaval é tão bom que a maior pérola vem dele pela boca de um “cantor” que decretou: “que morra a poesia...!” ao dizer que queria “ouvir a galera fazendo barulho” o resto é quase todo impublicável como o que se disse que ivete sangalo disse a um renomado radialista em plena avenida ao ser 'premiada' como “revelação” depois de tantos anos de praia – ou asfalto! se dalila já é assim... como será sansão?

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

carnaval, dalila em pó - dust to dust

sincera e honestamente, a nova música baiana não embala minhas noites, nem meus dias, nem meus momentos, nem minhas viagens. novamente, já é (já foi) carnaval, cidade! e ivete sangalo, daniela mercury, cláudia – originalmente leite e agora leitte - fantasmão, psirico, bandas nãoseidasquantas, parangolé (traduzindo: confusão) e outros tantos esquisitos – talvez esquizofrênicos – desandam (enquanto tresandam a falar e cantar bobagens) a encher nossos - seu, talvez não porque voce pode adorar – ouvidos de merda monocórdia.
imaginem que a música – pode se chamar assim? - que deverá ser eleita a “música” do carnaval chama-se dalila. alguns tolos metidos a críticos ou historiadores metidos a musicólogos dizem que o seu autor remete-se à bíblica figura do mesmo nome. outros, nem tão tolos, nem tão inocentes e nem um pouco marqueteiros vão fundo na questão e desvendam o grande segredo: é apenas o marketing da cocaína. é! é verdade! é assim que o pó é chamado nas bocadas, nas quebradas, nos becos, nos guetos e, sobretudo, nas bocas. vai buscar dalila! correndo! é assim que se pede o papelote.
do outro lado, dizem que foram buscar em angola africanamente ancestral a nova dança da moda: o kuduro! (o 'rap' que se pratica por lá). e todos se poem a dançar e cantar o refrão. Se na questão de dalila cocainônama a coisa é uma droga, a música pretensamente angola soa a merda. e a platéia aplaude e ainda pede bis. enquanto isto, em brasilha, todos se calam diante da podridão do congresso. calamos, portanto consentimos. na merda, no pó (dust to dust) e na corrupção! e viva o povo brasileiro!

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

walter: no paraíso também haviam serpentes

meu caro amigo walter, fiquei emburrado por alguns dias tentando encontrar argumentos fortes o suficiente para construir uma resposta aos seus argumentos postados neste humilde blog. em vão. minha cabeça deletéria não conseguia, de forma alguma, executar a ordem. no entanto, condoído da minha pobreza mental, o senador da república pelo pmdb, jarbas vasconcelos, mui piedosamente, veio em meu auxílio através das páginas amarelas da revista veja e passou a demonstrar (como eu gostaria de fazê-lo e não fui capaz) o por quê dessa minha decepção com os homens que governam e legislam neste país. na verdade, caro walter, como você, o senador e eu amamos este país. sabemo-lo grande, com um futuro brilhante. o problema é que ainda não aprendemos direito a escolher nossos líderes.
vamos aos esclarecimentos (com o devido pedido de licença tanto ao repórter otávio cabral quanto à revista veja e ao próprio senador vasconcelos).
sobre o senado: "a eleição de sarney (josé) para a presidência do senado foi um processo tortuoso e vergonhoso... de repente, sarney apareceu como candidato, sem nenhum compromisso ético... a moralização e a renovação são incompatíveis com a figura do senador"
sobre lula ignácio: "o marketing de lula mexe com o país. ele optou pelo assistencialismo, o que é uma chave para a popularidade em um país pobre. o bolsa família é o maior programa oficial de compra de votos do mundo."
então, meu amigo walter, não somente eu penso dessa forma. ainda existem pessoas sérias que pensam como eu. lula é um equívoco praticado por todos os brasileiros. mas é um equívoco que nos leva a amadurecer. em termos de democracia, ainda somos muito jovens, estamos ainda engatinhando e, portanto, podemos sim, cometer esses pequenos erros.
o brasil é um paraíso. mas mesmo no paraíso ainda existem serpentes. adão que o diga!
em tempo: hugo chavez conseguiu o que todo ditador persegue: a eternidade!