na rua, na chuva ou na fazenda

sexta-feira, janeiro 26, 2007

mau humor

definitivamente, o lula é um chávez! ou melhor, um chato! se eu já não gostava da sua figura de zé-povinho metido a simpático, barbudamente papai-noel – em quem eu também não acredito – e por isso mesmo, simpático de verdade, agora desgostei de vez. por vários motivos. o primeiro, e menos importante é que o tal do barbudinho pernambulista (pernambucano que se torna paulista) brinca de estadista, se julga o bambambam e faz de conta que sabe o que diz. mentiroso demais da conta, anuncia obras que nem são projetos e projetos que nem são sonhos. de arrepiar mesmo é a sua subserviência ao seu “compañero” hugo chávez. aliás, qual dos dois é pior?
as américas nos tem dado, nos últimos tempos, líderes que... putaqueopariu! vejamos: evo morales, pinochet, carlito menez, fernando collor alfredo stroessner, george bush filho, huguito chávez e, pasmem!, lula!!! esses três últimos duas vezes ungidos. perguntou porque faltou fidel? explico-lhe, meu caro: fidel é móvel da casa desde a sua construção. perpetua-se e deteriora-se como o próprio imóvel do qual faz parte. é o câncer do câncer metastasiado em si mesmo. e, os nossos dois últimos da listinha – chavito e lulito – pretendem, sonham, desejam, imploram, suplicam e planejam seguir sua trajetória. o primeiro, pela truculência e pelo discurso assoberbado de anti-americanismo – leia-se anti-bushismo – alimentado pela sacrossanta ignorância do nosso povo desde a patagônia até o chifre dos estadosunidosdamérica (se bem que a parte de cima dessas Américas não é lá tão ignorante assim). o segundo, já bem escaldado de ter vivido escanteado nos anos dourados dos rapazes que carregam estrelas nos ombros, prefere utilizar uma tática diferente: ganhou a todos com sua barbinha simpática, sua língua plesa, seu sotaque nordestista, seu pendor pela pinga (em público. no escurinho do cinema, ele prefere um bom scotch) e com a mudança de nomes de programas sociais – paternalismo a rodo – criados pelo seu antecessor. inteligente. muito inteligente, o ex-retirante. mas, burro. burro até a alma. sua alma é patinhas, codinome joão santana, publicitário discreto, mas eficiente. tanto que garantiu este segundo mandato que lulito se pretende permanecer na cadeirona lá de brasilha ad seculum seculorum. como?, é o que patinhas pretende descobrir propagandeando superávites, transposição de rios, mares e ares.
milico de sangre caliente, chavito poderia até se parecer com bush. abre parêntesis: em ingrêis, bush quer dizer arbusto, que pode ser maconha – que não é tão arbusto assim – que remete a coca e que chega ao ridejanêro. fecha parêntesis. chavito poderia mesmo parecer com bush mas não parece. é baixinho e atarracado. mas é valentão. tanto que lulito vem se transformando no seu maior lambe-botas (pra não dizer coisa pior). a verdade é que, de líder embrionário, lulito renascido virou liderado. daqueles que dizem amém a tudo emanado do chefe, até mesmo flatulências. rola na internet um papo-cabeça de que a amazônia corre sério risco de ser norte-americanizada pelos estadunidenses do norte e retirada dos estadunidenses do sul que por acaso somos nós, aqui chamados de brasileiros. mentira! o perigo mora ao lado e tem petróleo pra dar e vender!
tá. vou parar de falar dessas coisas. cê pode estar se aborrecendo com minha catilinária e pensando “esse cara é só mais um mal humorado por conta da vitória acachapante do nosso presidentehomemdopovo” e é verdade. a mais cristalina verdade. e eu até colaborei na construção dessa verdade por que confesso, na falta do que fazer, votei no lula – perdoai-me pai, pois não sabia o que fazia – e até pensei, num momento de embriaguês domecquiana lá nas bandas de ipitanga, onde busco implementar um principado, que ele iria se regenerar e se tornar, de fato, um presidente. puta erro. reconheço. puta erro. tão grande que nem a fadinha perdoou e, com a desculpa de que não tínhamos tempo pra nós dois, picou a mula e me deixou com o fígado azedo e o coração em pedaços. de fato, tou mal humorado.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

felicidade? feli...o quê? como? quando? onde?

não me lembro bem de quanto cheguei a ser feliz. devo ter sido, algumas vezes. estas, provavelmente tão raras que acabei jogando-as em algum canto escuro das minhas lembranças.
“bela maneira de se começar um texto para postar na internet e um monte de voyeurs ficarem fuçando suas intimidades” me diz aqui de sobre – e de dentro – da minha cabeça aquilo que uns intelectuais fróidianos rotulam de consciência. deixemo-la então, de lado. Ainda mais porque, neste momento, neste caso, não quero tê-la. talvez a queira por perto qualquer outro dia, qualquer outro momento. não neste. não agora. inclusive por querer me permitir ser visto de uma forma como nunca permiti. real. inteiro. de dentro pra fora. fazer dos meus sentimentos vísceras e mostrá-las como numa cintilografia. talvez assim – hoje eu estou phodinha nos ‘talvez’ nem eu mesmo estou me agüentando – consiga domar o imbecil que é o meu alter ego ou superar a minha incompetência de preservar aquilo ou aqueles que mais me importam um pouco mais perto de mim.
chega de enrolação e voltemos ao princípio: essa coisa de não me lembrar de ter sido feliz é um tanto quanto mentirosa e reticente. a bem da verdade – bela expressão! – não consigo alcançar esse conceito “felicidade”. o que é afinal? seria aquele susto imenso e um rápido calafrio quando, sob um sol escaldante em um janeiro qualquer se consegue ouvir o próprio nome gritado acima da algazarra que é a saída da procissão do senhor do bonfim em pleno largo da conceição da praia numa cidade festeira e festiva chamada salvador? não. não deve ser isto pois foi breve demais e dizem que felicidade entra que nem furacão e inunda que nem tsunami. ainda assim, a despeito da brevidade do que foi, foi bom demais da conta.
então vai ver que, já que não foi o momento acima descrito, essa coisa deva ser então muitos breves beijos – hoje chamados de ‘selinhos’ – na azáfama do carnaval dessa mesma cidade chamada salvador, na maior correria, sob o mesmo sol escaldante, sob olhares risonhos de espectadores já mais do que acostumados a cenas iguais – eu é que não estava pois estava acontecendo comigo e, por incrível que possa parecer, sou recatado, pudico, sim...tímido! – e por isso mesmo nem estranhavam. não. não deve ter sido. dizem que beijos, mesmo selinhos, fazem pipocar estrelas, luzir tochas...nada disso ocorreu. vai ver que foi culpa da luz do sol pois estava ofuscante. mesmo assim, eram bons demais da conta.
ou então, e isto realmente deve ter sido a tal da felicidade, ouvir, em momentos variadíssimos, a voz, sentir a preocupação, sentir o prazer que chegava a travar a garganta de tão grande que era (lembra como a garganta parece que se fecha e fica um gostinho salgado quando a gente ameaça chorar?) só de ficar ouvindo a voz... não. não deve ter sido. não foi mesmo.
ou, quem sabe, foi ficar olhando olhos nos olhos, falando bobagens, no jardim de um museu, esperando uma sessão de cinema. também não era e não foi. mas foi e era coisa de outro mundo. apenas um parêntesis: cometi a heresia de andar de mãos dadas, trocar beijos em restaurantes...pintei o sete! acho que aí eu cheguei bem perto desse tal negócio. mas ainda - quanta exigência! – não o era na essência.
já achei! eureka! finalmente! ei-la: foi na primeira noite! dormir com promessa de apenas dormir, descansar e nada mais e descobrir que só dormir seria impossível e derrubar de vez a barreira de uma década foi algo como a queda do muro de berlim ou das torres gêmeas do world trade center e acordar de tudo isto quase sem ter dormido e descobrir que não fora um sonho e fazer tudo outra vez. será que foi? não sei. acho que não. foi maravilhosamente bom demais da conta mas não ainda felicidade.
quer saber? felicidade com letras maiúsculas e sólida como rocha foi estar na ilha de maré e embora houvessem todos, só havíamos nós, só havia você. ali foi felicidade pura. acredite, cheguei a ser feliz. isto é felicidade!? isto foi a felicidade? não. não foi. mas eu devo ter sido feliz. muito feliz. conosco. enquanto éramos nós. feliz demais da conta nesses e em todos os outros momentos vividos e que, quando me lembro, me vem aquele gosto de salzinho lacrimoso apertando a garganta e a boca esboça um sorriso muito embora os olhos se tornem represas. definitivamente, eu fui feliz. muito feliz. não demais da conta. mas, bastante. no entanto, como tudo que é bom, durou quase nada.