na rua, na chuva ou na fazenda

quarta-feira, janeiro 18, 2006

olê, mulè rendêra, olê, mulé redá... -no bom sentido -

hojeutôretadopacopiar! acabei de ler uma frase daquela mulé - no bom sentido - heloísa helena. retada de boa - no caso a frase, e no bom sentido -: "o poder não muda as pessoas, apenas as revela". êta baianidade que me corrompe o latim - no bom sentido! - e me faz nordestaneiar cada vez mais! êilá! além de -se não for por sangue, descendência ou coisa que o valha, no mínimo é por nordestineidade, alagoineidade ou coisa que o valha. mas é bom. retado de bom. melhor que macaxêra manhãcedo. mas deixa uma pergunta varrumando o côco: revela o quê? é bom ou é rúim? táquiopariu (tô ficando craque nesse termo)! fica difícil saber. tentemos descobrir (ou revelar) o que a singela frase da heloísa nos quer dizer.
opção 1 - se você (ou eu) podemos adentrar ao supermercado pela porta da frente e por ela sair, temos "poder"...de compra. podemos então, comer esse nosso poder. classifiquemo-nos então: consumidores, com certo "poder".
opção 2 - se, a cada final de ano, compramos e compramos e compramos. presentes pra mãe, pros filhos - se os podemos tê-los ( e olhe que no plural, já é exagero) - temos um "poder" diferente: temos p o d e r. classifiquemo-nos, de novo: consumidores com "algum poder".
opção três: se, além de (1) entrar e sair pela porta dianteira do supermercado; (2) comprar desnecessariamente, presentes de natal, comemorar halloween ou outras imbelicidades mis, podemos ainda ter (a) carro próprio - ainda que um lada russo antediluviano - (b) morar em barraco próprio (não vale barracão de lona de um 'ms' qualquer) (c) gatear a sky ou a net ou mesmo só ver novela e big brother...táqueopariu! tornamo-nos classe média!
bom, tentar a sorte de crescer um pouquinho mais a partir daqui, é meio phoda, convenhamos. e é aí que entra 'héló', ou 'isa' ou 'lena' ou 'leninha' ou seja lá como os seus nordestinos -como eu - parentes a chamem e a sua frasesinha linda. o poder não muda as pessoas, apenas as revela. beleza de creuza, comadre! pago pra ver se eu não mudo se sapecar na cabeça da pule um milhar do primeiro ao quinto valendo dez conto! troco de buteco, troco de peixeiro, não compro mais na caderneta nem peço emprestado a vizinho! e isso é só pra começar!
vai piorar - ou melhor, mudar - mais ainda, se eu tascar uma mega-sena acumulada por cinco meses e botar um bucadodemilhão na conta que o cara do banco do brasil vive doido pra encerrar por falta de fundo pra se segurar - ah, se não fosse o salário de todo o mês! - metia bronca: era carro novo, escola particular pros muleques que já fizeram muleques, em vez de 51, era uísque. em vez de mocotó...uns camarãozinho metido a besta (que nem os que lula e a digníssima fizeram os caras do cerimonia correrem atrás em tempo de defeso: "sete barba!"). botava pra lá! mesmo! juro!
mas héló tá certa: o poder não muda as pessoas. apenas as revela. como eu me revelaria, como você se revelaria. como padre pinto se revelou e se desrevelou. como a opus dei não se revela - e olhe que sou católico, dom geraldo! - como nós todos nos revelaremos um dia. vai do gosto. biblicamente: tu és pó e ao pó retornarás. roqueiramente, à la david bowie - ou padre pinto sem inspiração afro-brasileira no momento - : ashes to ashes.
nos revelamos na nossa mudança. depende do montante de grana. que entre ou que saia. pra uns a cadeia. pra outros, bom...

pior fome é boca pura

"Um dia vieram e levaram meu
vizinho que era judeu. Como não
sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram
meu outro vizinho que era
comunista. Como não sou
comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram
meu vizinho católico. Como não sou
católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me
levaram; já não havia mais
ninguém para reclamar..."
Martin Niemoller, 1933
hoje acordei...como se diz na moda, revendo todos os meus conceitos. me revendo. aí, é que deu! comecei por um conceito emitido pelo mais filósofo dos filósofos que eu conheço: chico, ou melhor, chiquinho motorista lá da repartição onde trabalhamos. "pior fome é de boca vazia". dá-lhe, chico! profundíssimo. claro! de barriga vazia a gente não pensa, não analisa, não faz boas escolhas...o que vier é troco. verdade. de barriga vazia a gente até come feijão dormido de seis dias atrás e já com aquele cheirinho que até cachorro rejeita. vamos então, desconstruir - palavra nova no pedaço! (pelo menos para mim) - esse conceito chiquiniano.
foi por causa dele, do conceito, não de chico, que eu, de barriga vazia de democracia verdadeira, com fome de um presidente do povo e escolhido (mesmo!) pelo povo e com cara de povo, tasquei um voto grandioso e sonhador num apelido de quatro letras e mil toneladas de esperanças. esquecí-me, por conta daquela fome, de que por trás do apelidozinho carinhoso, tão pequeno quanto fácil de falar, até mais fácil do ter que dizer fêagácê - pouca gente sabia o que era aquilo - , dizer "lula" soava como chocolate branco derretendo na boca; levava jeito de...ahnnn...vamos exagerar...beijo de amor. daqueles bem novelescos. imbuído - ê aurélio, morre de inveja! - sapequei-lhe meu voto lulístico e aí eu digo do que esqueci. esqueci que por trás daquele tal apelidozinho carinhoso havia a sua matriz pomposa: luiz ignácio lula da silva. o apelido tinha virado nome do meio. táqueopariu! a fome de barriga vazia de um presidente que falasse a minha língua e entendesse as minhas necessidades escondeu a possibilidade daquele ente imperial "luiz ignácio lula da silva" aflorasse do "lula" zépovinho como eu e o subjugasse. foi aí que me ferrei. ria, não besta. cê também se ferrou. sem nunca o ter sido, agarrei bandeiras petistas e as brandí em meio ao populacho ensandecido. festejei a vitória brasileiramente.
e agora? bom, aos poucos o operário se deixou convencer pelo imperador que o melhor era trocar de avião, mudar a decoração da casinha lá de brasília, derrubar uma estrela do céu e plantá-la no jardim da granja, bem vermelha. e o pior é que seus ajudantes o incitavam mais e mais a se deixar imperializar.
o seu richelieu, acostumado a brigas de galo, o fez provar do mais puro néctar do olimpo: um romaneé conti - é assim que se escreve? - de mais de sete contos de réis - coisa impensável prum operário criado a 51. ensinou-lhe também que viajar faz um bem danado e, tome-lhe viagens. o que ele deve ter de calo na bunda de tanto viajar não em nenhuma mão de operário que se preze. mas ele é o imperador.
e como imperador, se deu ao luxo de avacalhar minha fome de um presidente presidente.
tem nada não. amanhã, dizia o poeta, há de ser outro dia. e aí quem vai ignorá-lo imperial, solene e olimpicamente, serei eu. daqui de baixo, da poeira do meu chão de zépovinho que deixou de acreditar em sonhos, operários, papai noel e saci-pererê (pra ser mais brasileiro e menos aculturado). vou votar na opus dei (pelo menos acredita em virgindade, silícios, suplícios e coisa e tal) e, isso eu garanto, não passa fome nem que a vaca tussa! nem fome de comida, nem fome de poder - porque já o tem em excesso - ou mesmo de renovar esperanças.
a melhor fome é pensar nela como algo que não existe.
e não me enganem de novo com apelidos porque gato escaldado de água quente tem medo até de desenho de torneira .
e viva o mst que não explora petróleo mas ganhou verba da petrobrás. salve duda mendonça que soube ganhar o dele - que ninguém é besta - só repetindo "não basta ser pai, tem que participar" não basta ser remédio, tem que ser gelol" "não basta ser ótica, tem que ser ernesto". maluf que fez! umm um

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Entre a Lula e o Pinto...o bicho pegapontocom

é sério! a despeito de todas as tentativas do grande ratzinger - que nome prum papa! - de moralizar a veneranda e secular católica e apostólica romana igreja, tem gente, do seu próprio seio (da igreja, não do ratzinger -nomezinho infame!) doido pra esculhambar. mas a seriedade do rrrrr...não escrevo mais esse nome, é edificante. sob algum ponto de vista (não o meu, claro!). paremos por aqui e voltemos à razão do título: vivo num brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro (o que isso quer dizer, o diabo -valha-me deus!- sabe!) que elegeu um operário (valha-me são lech walesa!) presidente e uma manicure, primeira dama. nada a censurar por que o "céu nasceu para todos" inclusive este aqui abaixo da linha do equador. o problema "são os outros". o meu presidente, eleito num feito raro aqui por baixo dos trópicos, democraticamente, reelegeu-se em si um deus grego. esqueceu-se, olímpicamente, de ser presidente duma republiqueta com ares de potência cósmica "abaixo bush?!" e ignora, solenemente, suas próprias responsabilidades para com os irresponsáveis que o puseram no trono de zeus tropicalista (desculpas, caetano e turma). táqueopariu! nunca vi tamanha insensatez - dá-lhe tom jobim!- nem tampouco tamanha resistência a um visquizinho à cowboy - reencarna, vinicius! - numa pessoa só.
tudo bem. vamo parar de falar mal do moço. afinal, dizia minha vó: gato que nunca foi à bahia, come acarajé da cira, e acaba se lambuzando de azeite. simbora, nóis! o príncipe, quer dizer, o deus, quer dizer, o presidente - que coisa!- se esqueceu de tanta coisa que eu nem sei mais do que é que ele se lembra mesmo -ô, chefe! não se esqueça de que ainda é p r e s i d e n t e! pelamordedeus!-. se é do dirceu, pum! esqueceu! do valério, nem nunca viu; delúbio? quem será esse?! mensalão??? é aquele riacho lá de pernambuco véi de guerra? tá. tá bom que a gente que faz umas 'mão de gole' vez em quando sofre de uma degeneração que os médicos com aquela empolação - leia-se embromação - hipocratiana definem como amnésia (valei-me, minha ex-sogra!) etílica temporária ou, ainda melhor, os loucos denominados psiquiatras ou psicólogos ou seguidores de freud, jung e outros tantos também costumem analisar, quando sóbrios, como memória seletiva. tradução de beira de balcão: faz de conta que não lembra pra não se comprometer - já imaginou acordar do lado de um dragão que gravou tua voz dizendo, eu te amo, meu amor? merda pura! - e, se for assim, o barbudo lá de brasília/garanhuns/abc/pernambuco, meu pai!, é mestre! mesmo! tá bom. já falei que não falaria mais dele. não falo mais. desde que ele não vá mais pro fantástico tentar enrolar pedro bial como enrolou a mim que sou inocente, puro e besta. não vá mais! mas ele vai. vai por que quem mente e gosta, mente duas vezes. ou se esquece que mentiu. TÁ BOM!!! NÃO FALO MAIS!!!
bom. fui obrigado a falar em maiúsculas só pro seu prazer. o rrrrr - jurei, lá em cima, não escrever mais o nome - papa, tá querendo acabar com o limbo. danou-se o mundo e eu não me chamo raimundo! ondéquele vai botar todo esse povo que mudou-se da vida sem os sacramentos (não valem cláudio, joão ou maria do socorro sacramento pois são meus amigos)? na capela sistina? em riba de joãozinho beleza pura? aaah! tá! só por isso, um padre artista, aqui da velha bahia, terra onde ninguém nasce, estréia nizaneamente, um tal de padre pinto de cara pintada como ney matogrosso nos tempos de secos&molhados só que anos-luz mais velho e mais...bem deixa pra lá, deu a louca por conta de uma granazinha mixuruca pra botar o bloco dele na rua. bloco, não. terno de reis. e se vestiu de pomba-gira, de oxum, sei lá mais do que e rodou a baiana! (coitada da dinha do acarajé!) com a cara da líciafábio -ô mulé feia!- esperneou no altar: eu quero morrer aquiiiiiiii!
te esconjuro!
apesar de tudo, entre o pinto e o lula, sou mais o pinto. pelo menos saiu do armário de vez e trancou tudo com cadeado.