na rua, na chuva ou na fazenda

terça-feira, agosto 15, 2017

reconhecimento de paternidade ou o que falta do que fazer não faz?

 hoje cedo, nas minhas viagens pelos sites de notícias da cidade da bahia, me deparei com uma notícia deveras assustadora para quem, como eu, gosta de animais ou mais sofisticadamente falando, "pets". a desalentadora notícia tinha como pano de fundo a iniciativa de uma vereadora (escrevo assim por ignorar completamente o feminino de 'edil' e tenho a vaidade de querer escrever de forma culta) que pretende obrigar os cartórios a emitirem certidões de nascimento para cães e gatos soteropolitanos tornando por consequência, os declarantes dos dados constantes dessas certidões mães e pais dos canídeos e felinos que com eles convivem. 

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a moça - que me perdoe a presunção - afirma que sua iniciativa vai promover uma maior integração entre os animais e a família dos seus donos (quero dizer, pais) e ainda vai facilitar a locomoção dos bichanos e totós nas viagens da família porque, ao lado da tal certidão de nascimento, vai também uma "carteira de identidade" dos bichinhos com direito a foto e devidamente reconhecida pela autoridade cartorária. ah, sim, haverá também a obrigatoriedade de "dar o nome" ao bicho. quer dizer: na hora em que o bicho é reconhecido em cartório como membro da família, ele ganha também o direito de usar o seu sobrenome. 

lá em casa, em priscas eras, quando um casal de akitas era dono do terreiro, ia ser uma festa! uroi, um akita tigrado, iria se chamar uroi vittorio roma de santana. peraê! dona dida teria parido um cachorro?! valha-me deus! pior seria se um 'adevogado' desses mal intencionados resolvesse exigir que o meu cachorro, a partir do momento em que foi reconhecido como filho tivesse todo o direito inerente à sua nova posição no seio familiar? 

isto que cito acima é apenas a ponta visível do iceberg do projeto da ilustre defensora dos pets. em sua justificativa, ela chega a dizer "eu tenho vontade de ter o registro do meu animal, do meu filho!" aí eu me pego imaginando uma cena em que ela, vai caminhando com seu maltezinho ou chihuaha ou vira-latas e encontra uma amiga de longas datas: "matilde, querida, há quanto tempo!" "oi, mila, menina, você não mudou nada e que cachorrinho lindo esse!" "ah, menina, este é meu filhinho toby, de dois anos" "ah, querida, e você casou quando?"

pior é se, seguindo sua iniciativa, outros parlamentares da mesma linha de defensores dos animais resolverem aperfeiçoar sua ideia e estenderem-na para outras espécies. nossenhora! o que vai ter de orgulhosos pais dizendo "meu filho é um jumento" ou mães gloriosas curtindo no face "olha só a vaca da minha filha!"

o que a falta do que fazer não faz?