na rua, na chuva ou na fazenda

terça-feira, maio 24, 2011

salvador park: a cidade loteada.

decididamente eu estou relapso. melhor, eu sou relapso. faz algum tempo que quero sentar e postar algo no pobre do blog que deve, como aquela noiva chinesa, estar pensando em suicídio pós abandono e não o faço. mas, aqui estou. dei uma pausa na leitura do caim de saramago (como sempre, algo bom demais da conta) e sentei-me. o problema agora é produzir algo que valha a pena alguém ler. em todo o caso...

salvador, onde trabalho mas não vegeto nem vivo, está insuportável, impraticável, intransitável, detestável (repetí-me?!) intragavável, intratável e com o tempo instável. se você sai de ônibus (baianamente, de buzu) é aquela desgraceira no caminho da feira: superlotação, motoristas suicidas, cobradores mal-educados, assentos sujos e moderninhos com celulares tocando pagodes a 200 mil decibéis ao seu lado. se você é privilegiado e tem carro... aaah! se ferrou de verde e amarelo! não bastassem todos os engarrafamentos e ruas esburacadas, tem o problema de estacionamento. não que faltem. até sobram mas...

em todo canto desta cidade d'oxum (salve gerônimo! salve vevé calazans!) há um estacionamento... privado. não sei onde os caras dos bahias park soteropolitanos descobrem espaços livres assim. e nem precisam ser privados de verdade. eles tem mais faros do que aqueles cães ingleses que caçavam ou caçam raposas nos parques reais. basta uma nesga de terra e eles aparecem com duas cancelas, um bom velhinho e um talonário. eles e os ainda chamados flanelinhas.... pode ser praia, praça, beco, quintal... qualquer lugar, tá bom pra ser estacionamento. isto sem contar os oficiais, oficialmente chamados de zonas azuis.

tem até padrão, com fardas, sinalização e o escambau. na república livre de itapuã tem uma pracinha que, a princípio, era dedicada aos pescadores ali dos "quilos" onde tem aquela costelinha de baleia onde os turistas se encostam pra registrar fotograficamente a visita que, há tempos, está privatizada pela sei-lá-o-quê park. transformou-se em estacionamento. mas somente de sexta a domingo. no restante dos dias é devolvida ao povaréu. morro de medo de chegar em casa qualquer hora dessas e encontrar minha varanda com uma cancelinha daquelas, um guardador com o bloquinho de tickets e a plaquinha de "estacione aqui".

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