na rua, na chuva ou na fazenda

terça-feira, setembro 21, 2021

o brasil redescoberto

a assembleia geral das nações unidas realizada em noviorque neste 21 de setembro deu à luz um novo brasil. diferente daquele a que estamos acostumados - e assombrados - o país recém descoberto pelo navegador brasileiro de origem italiana jair messias (nenhuma relação com mussolini posto que se chama bolsonaro), mantém as cores pujantes de 1.500,
muito menos índios e muito menos matas.

no entanto, como na carta do bardo escrevinhador (na verdade, o primeiro a contar lorotas com sotaque brasileiro) pero vaz de caminha, neste país em se plantando tudo dá: notícias falsas, facadas cinematográficas e uma legião enorme de imbecis dispostos a imbecilizar os que não se deixaram encabrestar.

o novo descobridor do brasil pintou para o mundo um país das maravilhas sem alices ou chapeleiros malucos; um país equilibrado em pernas de pau sob uma lona estrelada.

dos filisteus és mãe gentil, pátria armada, brasil.

o fechamento do brasil na abertura da assembleia da onu


a mordida na fatia de pizza no meio de uma rua lá da big apple me deixou com água na boca de tanta saudade de um país para chamar de meu. porra, véi, que coisa legal ver o presidente do seu país se comportando igual a você, metendo a mão numa suculenta fatia de pizza e enchendo a boca com aquela massa macia e, ao mesmo tempo, crocante! mas isso não acontece.

o dedo médio em riste do ministro queiroga insistiu em quebrar a fantasia, em esbagaçar a quimera. deselegante e rasteiro, o ministro mostrou, com seu dedo transformado em falo, o que pensa do que queremos, do que necessitamos e até mesmo do que pensamos. mas não paramos por aí.

tradicionalmente o puxador dos discursos de abertura da assembleia geral da onu, o brasil desta vez protagonizou um teatro de barbárie, no palavreado chinfrim e seco de fundamentação do nosso estimadíssimo senhor presidente da república. 

na contramão e em alta velocidade, o manda chuva-mor brasileiro fez com os ouvidos de seus pares o que tem feito com os nossos: um imenso penico! mas manteve a sua postura de quem quer, a todo o custo, inaugurar mais uma ditadura nas terras abaixo da linha do equador.

de ivermectina a dedadas, o brasil cagou e andou para a comunidade mundial. andaram dizendo a boca pequena (porque ninguém é maluco de confrontar o presidente brasileiro a menos que se chame adélio e tenha a inteção de elegê-lo) que sua fala foi fakespeech pra nós, que estamos acostumados, nenhuma novidade.

mesmo assim, fiquei speechless.

atualizando um antigo lema, o filho 04 do presidente entrou numa loja de armas para escolher seus novos brinquedos. brasil, arme-o ou deixe-o!

quarta-feira, setembro 15, 2021

o tempora, o mores!


laços que unem - e separam - norteamericanos e brasileiros neste século 21: cada um tem, ou teve, o presidente e o setembro que merecem. lá em cima, tiveram o trump; cá embaixo, temos o que temos; lá, eles tiveram o seu 11 há 20 anos; cá, pintamos o 7. pro bem ou pro mal, algo em comum.

brasilha tem vivido dias quase silenciosos se comparados aos arrotos vulcânicos que prenunciavam uma erupção no dia da pátria (prefiro mátria). houve sim, um certo abalo sísmico mas de tal intensidade que não chegou a sacudir os alicerces da barraca de praia que frequentei há séculos lá no diogo. fluxos piroclásticos então, nem pensar! o que houve em sequência, foi uma grita quase ensurdecedora e depois, um silêncio retumbante..

passados os rompantes e a gritaria, sobrou o silêncio. este sim, perigoso. posto que vindo de onde e de quem vem, dele tudo se pode esperar. até mesmo desculpas esfarrapadas como as que disfarçadamente foram publicizadas sob a forma de uma mensagem à nação construída sabe-se lá a quantas mãos mas com as digitais de michel temer.

se o atual inquilino do palácio do planalto voltou atrás em sua paixão ditatorial, não se sabe, mas a semente que ele vinha plantando foi regada. ele pode ter silenciado temporariamente o movimento das suas tripas autoritárias mas o movimento peristáltico dentro delas continua e cresce. a diarreia ainda pode advir.

legislando em causa própria e famiglia: o chefe lá do planalto, baixou uma medida que institucionalizaria a mentira nas "redes sociais" como verdade absoluta. não deu certo. justificou-se: "quem nunca contou uma mentirinha que seja?" 

no congresso, os inquisidores acabam sendo inquiridos e, em algumas ocasiões, chacoteados por decisões judiciais que beneficiam tão somente aqueles que, aproveitando-se do momento, pretendiam


apenas enriquecer mais um pouquinho nas tetas da vaca profana da república ainda que às custas da morte de milhares de inocentes e outros nem tanto. tornou-se regra "invoco o meu direito de ficar em silêncio!"

enquanto isso, sanpaulo, o maior dos maiores estados brasileiros, publicitariamente comandado por um propagandista, briga com brasilha com olhos em eleições (auditadas?) vindouras. já em brasilha, o ministro da saúde, diz que o brasil já tem vacinas demais (e mortos de menos?).

cícero (o romano, não o brasileiro) estava certo: o tempore, o mores! e a nação, amarrotada vai adiante. vida que segue!