na rua, na chuva ou na fazenda

quarta-feira, outubro 10, 2012

recuerdos de itabuna

desassossegado, estou de volta pro meu aconchego. mal acochambrado de dias infinitos em sua finitude de manha, tarde e noite em frente a um notebook ou seu primo mais velho, revolvo-me em busca de explicações e acabo caindo no mais antigo questionamento humano quando algo não dá certo (para si): "onde foi que eu errei?". Tenho que pluralizar esta imensa questiúncula já que fui parte e não o todo. Em algum lugar de itabuna, vitória da conquista, jequié, salvador ou quixeramobim ou até mesmo em caracas, outros devem estar no caminho inverso e podem até estar se perguntando - pois a dúvida, a incerteza é inerente ao humano - "onde foi que acertamos?"

jogando pra baixo do tapete essas coisas existenciais, itabuna me foi boa, o trabalho me foi bom embora não satisfatório. a despeito de tudo, de todas as confusões, de todos os confusos. foram dias longos, nunca enfadonhos - as noites, estas, quase sempre sim, enfadonhas e ponteadas de picadas de muriçocas, pernilongos e pesadelos.

me valeram no entanto, samukas, ricardinhos, hélios bocões (que figura!), manuelas, silvias, nices - uma laís ranzinza por preguiçosa ao máximo - enfim, prazeres amigos suficientes para adocicar o amargor inesperado de uma derrota mais pra estupro do que coitus consensualis.

deveria, por gratidão, citar nominalmente todos aqueles de quem, sorrateiramente tentei roubar a amizade e que, marotamente fingiram dar-ma. talvez por me saberem um tanto quanto inocente da sua malandragem deram uma de fernando pessoa: fingiram tanto que até chegaram a acreditar. eu, cá do meu lado, espero que o espírito do bendito português de faces mil, aloje-se para sempre em cada um deles e que fiquem assim "ad semper". é  a minha vingança.

sandra 'pessoa' de olhos verdes quase lágrimas; sandra 'solimões' simões, bitter/sweet entre a religião e a política, religiosamente orou per si e pouco pro nobis. mas foi valente. como será que reage à surpresa que nos pregaram (ou nos pregamos nós)? não sei. como não sei ainda se reajo bem. definitivamente, não.

hoje, pela primeira vez, desde o dia 4, visito os blogs de itabuna. parecem estar voltando a um estado menos... digamos, vendilhões do templo antes da expulsão. as análises estão mais claras, parecem menos lamaçais chafurdosos. as simpatias, mais escondidas. afinal, cessou o correr de $sangue na arena. claro que nem todos foram tão sedentos ou sequer o foram. afinal sempre hão de haver ovelhas negras, ainda que do bem. mas é bom.

bom também saber que o ungido nas urnas já vem também com a chancela que sempre refutou nos discursos pro eleitorado ouvir (e ouviu): a de que de puro e besta não tem nada. é a assunção marcada a ferro e a fogo na fria letra da lei. mancha que nenhum programa de rádio ou tevê ou photoshop ou imagemaker ou marketeiro irá apagar. bom? péssimo. itabuna, ainda que a tenha conhecido tão pouco, não merece. de forma nenhuma. mas é o jogo. dados viciados? crupiês mancomunados? joga quem pode.

mas não dá pra desanimar. ainda não. em brasilha, um grandalhão movido a dores de coluna chamado joaquim barbosa tem nos lavado a alma e enxovalhado algumas "ilustres" biografias que, embora seus donos se configurem acima de qualquer verdade - cada um tem a sua -, fizeram por merecer mais muito mais (poor and naif azevedo). nunca, na história de lewandovski ele andou tão por baixo e nunca, na história deste país tentou-se tanto acreditar que... bem deixa pra lula!

e continua não dando pra desanimar: em itabuna, o mpe, numa recidiva dessa doença chamada joaquinite barbosite aguda, jogou duro e conseguiu o afastamento de todos os 13 (treze?!) vereadores locais. entre eles, o ungido e o sub ungido. déo gratias!