na rua, na chuva ou na fazenda

sábado, outubro 31, 2020

as várias facetas de um candidato à eternidade

não foi por falta de tempo ou de assunto o súbito e continuado desparecimento de novos textos nesse - nem tão democrático assim - espaço. foi mesmo aquela coisa de estar de mal comigo por não me saber bom o suficiente para falar daquilo que todos falam o tempo todo. até porque seria chover no molhado.

dia desses, conversando com joão "o bonitão" leão, por voto vice-governador da Bahia, recebi um sábio conselho: "você escreve bem mas escreve demais, bonitão! seja mais conciso, depois do tuíter e do zap, ninguém quer saber de muito texto, de muita leitura!"

sábio joão!

então, aí vai a minha primeira tentativa de me reduzir aos termos da "nova leitura" nesse novo normal panderiano.

em itabuna, o octogenário fernando "cuma" gomes, no cargo de prefeito se aferra à possibilidade de continuar sentado na cadeira de mandatário e não mede esforços: joga borra de asfalto sobre ruas enlameadas e posa entre os espalhadores do betume misturado com cascalho capturando cenas para seu programa eleitoral. a justiça eleitoral sequer ergue a venda pra olhar.

fazendo história, o histriônico prefeito manda um eleitor enfiar o voto no c*!; ao outro, ele simplesmente avisa: "você não manda em nada! o prefeito aqui sou eu!" sem lembrar que pede o "voto de gratidão" em seu trabalho de convencimento do eleitor. elegante e pretensioso, na abertura do seu programa, sua imagem aparece sobrepondo-se à cidade vista de cima e, como uma divindade, proclama: quem manda em mim não está aqui. é deus e nossa senhora! e desfia todo o seu rosário.

famoso desde sempre pelo "cuma" fernando decretou a abertura do comércio itabunense (então sob o mais intenso ataque da covid-19 no estado) na base do "morra quem morrer". Isto em julho, no pico da pandemia (e das mortes na cidade). 

agora, na campanha, tenta se redimir, "evita" aglomerações e diz que "em respeito à vida suspendeu as carreatas e caminhadas." na prática, aumentou-as. é o fernandinho de sempre: bigodinho à la cantinflas, só que torto como sua boca; a fala engrolada como um bêbado que não vê a equilibrista e a pose de um gigolô dos tempos áureos do cacau.

melhor mesmo é a leitura (se é que se pode chamar assim) dos bloques locais. é difícil saber quem cobra mais para copiar e colar releases das assessorias. novos tempos. o novo normal do jabá!

em tempo, ó sabio joão: ainda não consegui reduzir a verborragia por mais que o tente!