na rua, na chuva ou na fazenda

terça-feira, março 22, 2011

salamaleques a mil mas, cadê o lula?



que espetáculo, a visita do barack "o cara" obama! que arraso! salamaleques a mil! cês viram a cara do cabral (sérgio)? e os comentários globais (em canais abertos, fechados, mais ou menos e etc)? o supra sumo da mesmice de 1808 ou 1822 (valha-me são laurentino gomes!)quando a terra brasilis ainda imitava ou tentava imitar os mui lusitanos hábitos e sotaques. qualquer nota! e as análises? fala sério!!! o bom é que obama se esbaldou! mais do que pinto em milho! depois de confirmar in loco que a enorme fatia de terra falante em português situada no sul do continente americano continua uma reles colônia ou, pelo menos, desejando se manter como tal (agora dos irmãos do norte), o brother lá das bandas de cima não tinha como manter o sorrisão encofrado na boca. pra quê? Vai que é tua, tafarrel (ihhhh, ato falho!)!




falando sério, nunca vi tamanha subserviência em meus cinquenta e balaiada de primaveras, verões e tragédias humanas. pareceu-me em alguns momentos, que zeus abdicara, por dois dias, das belezuras do olimpo e desceu à terra brasilis (pra ficar longe da líbia e de ghadaffi. afinal, o complexo do alemão pra eles lá é fichinha). Mas, apesar da babaovice generalizada, do "me engana que eu gosto" e do passa-moleque dado na brasilhada toda chamando-nos de o futuro presente, obama provou que "yes, we can!"

só faltou o luiz ignacio "o cara" lula. por onde andou???

sexta-feira, março 18, 2011

a saga do prazo de validade ou a lenda do celular na ante-sala do céu


no post anterior, dei conta do susto passado com o alerta de que o meu prazo de validade começou a vencer. não sei ainda se foi apenas um aviso ou se estou na base do overtime. enquanto isso, vou vivendo... mesmo que à base de remédios. terremotos japoneses à parte e com todo o meu pesar e respeito pelas vítimas, vivi meu tsunami particular nesses breves dias.


morrendo de timidez (e de dores) pelos banhos de gato aplicado pelas enfermeiras dedicadas e gentis, todo espetado parecendo até almofada de "mulé rendêra" festejei como um grito de independencia o meu primeiro banho de chuveiro on my own, sem a prestimosa ajuda de femininas e desconhecidas mãos (o que, noutras circunstâncias, teria apreciado muitissimo demais da conta). fiz a festa em curtíssimos dez minutos. curtos para um belo e desejado banho mas longo o bastante para alguém achar que por já estar numa u.t.i - consequentemente, na antesala do cemitério - o meu novíssimo aparelho celular (objeto de desejo de dez entre dez aproveitadores) não mais me seria tão útil assim. desta forma, voltei do banho, lépido e fagueiro, encontrei cama (leito é o nome hospitalar) feita e de lençóis, fronhas e travesseiros trocados e, claro, a equipe de prontidão para repor os espetos que me levavam fluidos medicamentosos corpo adentro de volta a seus devidos buracos (acessos, hospitalarmente falando). depois de exemplarmente paramentado de "uteísta", lembrei de ligar para avisar aos entes queridos que tudo estava como dantes no quartel de abrantes. mas, cadê a mais importante invenção humana nos últimos doze milhões de anos em termos de comunicação? sumiu, escafedeu-se entre dobras de lençóis e cobertores! agora é juntar grana, afinal, comunicação é fundamental, para comprar outro.

u.t.i - episódio dois.

transferido de hospital para "procedimento" cirúrgico (meteram-me uma mola peito adentro por mea culpa, mea maxima culpa) ví-me, como sempre, espetado a torto e a direito com jovens doutores discutindo-me e a outros pacientes pacientemente esperando algo (bom? ruim? péssimo?) acontecer "a subclávia direita e tererê tererê" "o àtrio esquerdo e tererê tererê" quando adentram o "pa" (pronto atendimento)dois elegantes senhores vomitando ordens a dois outros senhores (malajambrados em uniformes azuis de operários da construção civil): "fura aqui, bota ali, transfere dacolá... e se reclamarem, fala que fui eu quem mandei (sic)". não deu outra: manda quem pode, obedece quem tem juizo. os operários nem pestanejaram. sacaram suas espadas (ooops! escadas), furadeiras e começaram a brocar as paredes e teto onde mais de uma dezena de infelizes pagadores de caros planos de saúde pagavam seus pecados e cigarros bem tragados ao longo desta curta vida. dá pra acreditar? ao meu lado (minha suíte hospitalar, na verdade um cubículo separado dos outros por uma espécie de cortina de pvc articulada para nimguém achar sua miséria mais miserável que a dos outros) uma senhora de oitenta e poucos anos penava uma doença pulmonar e as furadeiras... tome-lhe poeira. e, num local onde se exige silêncio, tome-lhe "zuiiiiiiiiiiimmmmm". fantástico! claro que chiamos (quem tinha saúde pra chiar) horrores e somente então o digníssimo cidadão elegante de cãs prateadas desceu do olimpo onde se aboletava (era o dono ou sócio da clínica que se denomina fundação) e compreendendo a sua própria incompreensão determinou a parada das obras de reforma da então totalmente ocupada unidade. acabamos sendo transferidos para apartamentos e, lá embaixo, provavelmente, em algum momento, a balbúrdia construtiva, recomeçou. não mais a vi, nem ouvi, nem senti. de alta médica, obrigado a me manter quieto, longe dos cigarros que me ajudaram a chegar lá e condenado engolir comprimidos quatro vezes ao dia, me pego pensando com saudades no tal do aparelhinho: será que ele está feliz?

observação: não sei postar o silêncio da minha alma ou algo que o represente diante da tragédia japonesa. que deus tenha piedade de todos nós.

quinta-feira, março 10, 2011

vencimento de prazo de validade


depois de um dia de semana daqueles pra lá de parados - na paradisíaca imbassahy, acabei descobrindo, três dias depois na unidade de tratamento semi intensivo do hospital jorge valente, em salvador, que o meu prazo de validade está praticamente vencido. num primeiro momento, pensei seriamente em prestar queixa do chefão ao procon ao qual ele, como qualquer fornecedor, deve explicações e, em caso de 'queixo duro' ou molhação de mão... meter bronca nas instâncias superiores. mas aí esbarrei numa parede solidissíssima: quem é ou qual é a instância mais superior do que o dito cidadão (do qual não ouso dizer o nome para que ele, irritado por ter sido citado nominalmente, abrevie ainda mais o tal do prazo de validade determinado para esta pessoa cá que, diga-se de passagem, não vale tanto assim)? fosse cá embaixo da linha do equador, pras bandas de brasilha, onde semianalfabeto se torna membro de comissões de cultura e vorazes devoradores do dinheiro alheio sob todas as modalidades de ladroagem são elevados às comissões de ética, reforma política e de cara... poderia dar um jeitinho já que dizem que o supra citado cidadão lá de cima é brasileiro. deve ser não, menino! deve ser não. vai ver, ele só se diverte com quem acredita nisso!

se eu fosse mais corajoso (ou cara de pau) como os caras lá de brasilha (o pior é que eles são de todos os lugares deste lugar chamado brazil, por alguns, e de puteiro, pelo finado cazuza), se eu fosse mais corajoso, faria um trato com ele, o grandão lá de cima: ele pararia com essa coisa de meu prazo de validade vencido ou já vencendo e eu passaria a acreditar piamente em tudo o que contassem: papai-noel, prêmio individual da mega-sena hiper-duper acumulada com aposta mínima; país do futuro; desemprego em queda vertiginosa(vertigem, a bem da verdade, sentí no dia que o relógio interno acionou o alarme de que esta peça aqui está passando do prazo). acreditaria ainda que luizignatiululadasilvaprimeiroúnicoeeterno foi mais milagreiro que padim pade ciço e salvou a terra brasilis de tudo de ruim que seus antecessores deixaram prontinho o pra estourar na cabeça da gente. ave, lula! qui ingressus morituri te salutant (cruzes! latim mais tosco só se acha assim!).

mas, querido chefe - tomara que puxasaquismo adiante - acredito mesmo é no senhor e, vamos deixar para a hora agá ou fora da hora agá. cheguei na letra jota e agora é tarde pra pular de letra ou dizer que perdí o começo do alfabeto. seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu (até mesmo no de brasilha).

p.s.: quando a enfermeira adentra o apartamento 207 do nosocômio onde the clock is ticking minhas veias, outrora pujantes e varonis, na mais acovardada e ignóbil atitude, escondem-se feito toupeiras. não há um pingo de coragem nesses canudinhos. falando nisso, alguém aí conhece alguma história - que não seja a de benjamin button - de driblar essas tais "fatalidades"? parece ser urgente conhecê-la!

quinta-feira, março 03, 2011

divina comédia


findo o reinado de dom luiz primeiro e único, eis que desponta nos céus de brasilha uma nova estrela: a presidente(alguns a preferem "presidenta") dilma rousseff. eleita nos rastro da popularidade de ignatius e a ainda a reboque de programas sociais paternalistas, oportunistas e acima de tudo eleitoreiros que sobrevivem desde quando o brasil existe em si, dilma se mostra algo de muito promissor nestes tempos pós luizignatius. não só pelo fato de ser mulher, mas ainda pelo fato de ser "ela". em si e per si. as opiniões e atitudes da presidente (a) são da presidente e não do alto comissariado brasilhense ou o chamado núcleo duro de um partido que se perdeu em si no meio do caminho. aliás, não foi o partido, mas alguns dos seus "quadros" na ânsia de, em se vendo poderosos, quiseram (e querem) mais poder. ponto para dilma.

a divina comédia, no entanto, se perpetra, se engendra e se perpetua nos bastidores daqueles cognominados - por culpa minha e sua - de "representantes do povo". senadores, deputados, vereadores, governadores et caterva, dão um show de horrores neste imenso palco (picadeiro, para os mais pessimistas, dentre os quais inlcuo-me sem a menor cerimônia). Senão, vejamos: na formação das mais variadas e inúteis comissões do congresso temos um time maravilhoso. tiririca (nada contra a pessoa), eleito o mais votado dos congressistas, quase perde o mandato sob a suspeita de analfabetismo, foi entronizado na comissão de educação e cultura (a dúvida sobre a sua alfabetização permanece pairando sobre as cabeças de todos nós); maluf (raposa mais velha do que o ato de andar para a frente) carimbou sua entrada na comissão que vai discutir coisas como a reforma política (que inclui, dentre outros assuntos, as questões da reeleição e o projeto - sonhos de inocentes - ficha limpa. logo quem?!!! mas, ao lado dele, temos o deputado do castelo mineiro e alguns mensaleiros como eduardo azeredo. sarney, como sempre é magrianamente "imexível". no amazonas, no bojo de desastres naturais como os que assolaram a zona serrana do ridejaneiro, o prefeito da capital candidamente exortou uma moradora de uma área de risco que lhe questionava para onde deveria ir se não tinha nada: "então morra, minha filha, morra!". depois, ao saber que a indigitada criatura vinha do pará, justificou-se: "viu só? não é daqui! eu vou fazer o que?" brava gente brasileira essa que atulha os gabinetes de posse de mandatos dados pelo povo a que tanto desdenham!