na rua, na chuva ou na fazenda

sexta-feira, março 27, 2009

crise? Que crise?

É fantástica a capacidade que o governo brasileiro tem de se distanciar ou não ver aquilo que não quer ou não sabe enfrentar. quando a crise global começou, lá fora, todos se precaviam. aqui se dizia que era uma marolinha. quando, lá fora, economias começaram a ruir, aqui se dizia que o país crescia. um dia, reconheceram que, realmente, havia uma crise... mas, “lá fora”. agora, em plena campanha eleitoral fora de época, se reconhece que há, sim, uma crise e que ela já se instalou por aqui há mais tempo do que o que supunham nossos bolsos vazios.

Uma ponte longe demais

se luizignatiusprimeiroeúltimo tem lá seus arroubos faraônicos em prol da ascensão roussefiana ao planalto, o nosso querido franco-germânico jacques wagner não fica para trás: aproveitando o balão de ensaio lançado pelo seu chefe, tascou nas barbas lulianas e no colo roussefiano o seu não menos desvairado projeto. já que ignatius garante um milhão de casas para o populacho (que o governo não construirá preferindo jogar o pepino para iniciativa privada), wagner quer que ele garanta também o seu devaneio de ver, em menos de dez anos, uma linda ponte unindo a península soteropolitana à antigamente paradisíaca ilha de itaparica. a propósito da análise de lula para a crise global: será que wagner também é culpado? ele é branco e tem olhos azuis.

A casa dos meus sonhos (the house of the rising sun)

com pompa e circunstância, o principe regente (lá vou eu) luizignatiusluladasilva novamente primeiro e único, esteve na capital da bahia para lançar um mega projeto (leia-se candidatura de dilma roussef) habitacional que pretende cobrir com um teto a cabeça de alguns milhões de brasileiros. claro que ele trouxe na algibeira, o queixo quadrado da ministra devidamente recauchutada por alguns bisturis e gotas (talvez litros) de botox. foi um arraso. a idéia é construir um milhão de casas para o populacho a preços pra lá de módicos (a partir de 50 paus mensais). legal. a pá de cal no projeto é que, quem tem de edificar essas moradias celestiais é a iniciativa privada. o governo diz que dará "apoio" aos compradores e aos estados que disponibilizarem áreas para tanto. quer dizer, o projeto é apenas projeto. a campanha pró dilma é realidade.

abobrinhas verde amarelas

recepcionando o primeiro ministro britânico, gordon brown, o presidente luizignatiusluladasilvaprimeiroeúnico saiu-se com uma pérola de deselegância e racismo ao analisar a origem da crise econômica mundial. de acordo com o pensamento (?) luliano, que é um exemplo de xenofobia disfarçada de análise econômica, a crise foi criada “por essa gente branca de olhos azuis” que, ainda seguindo sua linha de raciocínio (?), não soube lidar com o problema que acabou se alastrando pelo resto do mundo. beleza! genial! brown, fleumático como todo inglês que se preze, apenas esbugalhou os olhos.

segunda-feira, março 09, 2009

caco baleiro vende...

drops de giló...

o amargor vem à boca assim que começamos a repensar a igreja católica. Não a fé. Mas a igreja, seus dogmas, seus homens e mulheres. complicado e amargo. nesta semana, uma menina, não, uma criança, no começo do começo da infância, teve de parir. de uma forma ou de outra, parir. parir dois frutos que ela sequer se sabia capaz de produzir. mas produziu. estuprada e seguidas vezes molestada pelo padrasto, engravidou. aos nove anos! e de gêmeos! pecado elevado aos extremos segundo a igreja católica. infantil mãe, pariria, seguindo os desígnios da roma eterna. não pariu e foi excomungada pela mãe igreja. não. Por um dos seus próceres. emprenhada (este é o termo) por aquele que deveria cuidá-la como segundo pai, corria risco de morte junto aos filhos que provavelmente assumiria brinquedos. nove anos! dois filhos! de vez! gêmeos da canalhice de um anjo caído ou de um demônio elevado? a lei dos homens (de bom senso) esbarrou na lei de deus. mas que deus? o do bispo de olinda e recife que – apesar dos desvairados de batina que, entre trocentas paredes, nos monastérios, nas catacumbas, nas catedrais, batinados, se tornam piores até do que o padronstro – condenou a piedade humana – a qual provavelmente não está nas dobras nem nas entrelinhas do seu discurso – e, excomungou, de vez, todos aqueles que participaram deste (verdadeiro, na essência) ato de piedade cristã ao facultarem àquela criança a licença de destruir o pecado original. morreram caim e abel? morreram adão e eva? não. nasceram a consciência, o respeito e a fé! Verdade, a fé! Não a fé que matou joana d'arc na fogueira, não a fé que renega ( ainda hoje) o holocausto, não a fé que esconde segredos inconfessáveis mas, a fé que olha pro céu interior e percebe a inocência vilipendiada e não entende porque aqueles que tanto a defendem a denigrem e a excomungam porque pecados nossos são apenas erros e os alheios são imperdoáveis. porque a igreja católica perde tantos fiéis? perdão a quem merece...

...e depois de tudo e achando tudo muito pouco, o bispo lá de olinda e recife saiu-se com a jóia da coroa ao defender o miserável padrasto dizendo que o pecado dele foi um mal menor.

sururu de capote nos quartéis da polícia militar baiana com a prisão de coronéis tão estrelados quanto céu de noites sem lua. há quem programe (ou prometa) revanche.

terça-feira, março 03, 2009

na contramão

decididamente, o ministro da justiça, tarso genro (de quem?) gosta mesmo de contradizer o seu chefe e ir na contramão da opinião geral. certo que "toda unanimidade é burra" mas, peraê, pô!
no caso do italiano acusado e condenado por quatro homicídios na terrinha dele, o ministro viajou na maionese e concedeu asilo político a quem ganhou prisão perpétua decidida por seus conterrâneos. e continua "se achando" o bambambam da jurisprudência por ter provocado um tremelique diplomático entre os dois países.

agora, nem bem esfriaram direito os quatro cadáveres dos empregados de duas fazendas pernambucanas invadidas por sem terra (mas com dinheiro) e o ministro diz que aquilo não significa violência no campo, foi..."arrojo!"
ora, segundo o aurélio, dentre as várias definições, 'arrojo' é um substantivo masculino que significa temeridade, ousadia, audácia ou atrevimento.
em pernambuco, os sem teto não demonstraram nada disso a menos que, para o genro, assassinatos perpetrados em invasões propriedades alheias sejam um ato de coragem.

bem o disse o tambem ministro gilmar mendes: quem apoia o ilícito está cometendo uma ilicitude. e olha que ele é o presidente do stf e falou isso condenando...justamente a tal da invasão e a insistência do governo de luizignatius em locupletar as burras do mst só porque esse movimento, como alguns outros, nasceu do útero petista.

pra não dizer que só faço falar mal daquele que nunca leu um livro, desta vez, mais precisamente, ontem (02/03/2009) ele se resolveu a reconhecer que há um erro grave nessa brincadeira do mst e condenou, tanto a invasão dos sem terra (mas com teto e dinheiro) como as mortes dos vigilantes (seguranças) das fazendas invadidas.

voltando ao aurélio e à palavra utilizada por tarso genro: arrojo vem também do verbo arrojar que significa, entre outras coisas, levar ou trazer de rastos alguém ou alguma coisa ou ainda atirar, arremessar. pois é, o mst e as opiniões do genro arrojam nossa constituição, nossos direitos e nossas leis na lama e depois arrojam-nos a todos para o fundo do monturo.