na rua, na chuva ou na fazenda

quarta-feira, junho 09, 2021

a ópera-bufa da covid 19 invade brasilha

 

"o povo brasileiro é brincalhão, feliz, hospitaleiro e bonachão". alguém disse isto em algum lugar, em algum tempo. não sei de quem foi a boca ou a pena que cravou esta definição deste povo que vive neste lugar abaixo da da linha do equador chamado de terra brasilis. portanto, livro-me aqui e alhures de incorrer em erro. apenas repito como papagaio, aquilo que não estou careca de ouvir posto que careca sou por questões de genética.

a afirmação/definição carece de fundamentos ou, na melhor das hipóteses, de complementos. o brasileiro só brinca com o que é sério; o brasileiro, não é feliz - parafraseando aquele poeta português - ele finge que é felicidade a felicidade que deveras não sente e aqui, o adendo é meu: brasileiro só é feliz na infelicidade alheia. pelo menos se formos prestar atenção ao enorme debate político (se digo debate é para evitar palavra pior) que se trava em torno das ações de combate à pandemia que assola o mundo e, em especial, o brasil.

instituiu-se, no senado, a cpi da covid. formou-se um circo de horrores. de um lado, aqueles que se autodefinem como defensores do povo; do outro, os que defendem as linhas traçadas pelo cidadão que sonha em se eternizar como o messias do século 21. 

é de entristecer qualquer  palhaço. brasileiro ou não. pior é que enxovalham tudo que abordam. no imenso lodaçal que vem sendo criado, chafurdam os marcos rogérios, eduardos girão e seus ombreados civis que se querem militares nomeados como "tropa de choque".

esse teatro de absurdos só não é maior porque nem todos dão atenção à fogueira de vaidades e jogo de interesses escusos que a cpi de boas intenções e nenhum resultado até agora nos tem proporcionado.

marcos rogério, respaldado talvez em sua passagem no episódio de cassação de eduardo cunha, então presidente da câmara dos deputados e hoje embrião de escritor, tenta, de todas as formas possíveis e imagináveis, extrair o pior de si e dos outros na defesa de seu comandante; eduardo girão (que tem o mesmo sobrenome e espero que não parentesco com um grande amigo meu) faz o mesmo, quem sabe lembrando o seu tempo de presidente do fortaleza futebol clube.

por enquanto, estamos todos na mesma cova. sofrendo a mesma derrota e, pior de tudo, assistindo a uma ópera-bufa comandada de longe por um sujeito cujo maior prazer é ver o circo pegar fogo.