na rua, na chuva ou na fazenda

quarta-feira, novembro 21, 2007

patinhas prá que?

quando moleque, eu acalentava um sonho (valha-me, luther king!): queria ser piloto de caça. me via em céu de brigadeiro pilotando um potente jato cheio de metralhadoras derrubando andorinhas que eram meus inimigos (nazistas ou não). eram meus sonhos de guerreiro. no máximo cometia assassinatos de alados outros como morcegos, pombas-rolas, bem-te-vis e um dia, triste sina!, de um beija flor. crescí e, ao contrário do belicismo infantil, prosaicamente, tornei-me quase pacifista porque essa história de levar um tabefe de um lado da cara e oferecer o outro para mais um bofetão não cai muito bem nas minhas idéias.
bem, um outro cara, em menino provavelmente sonhava com uma mesa farta, água à vontade e roupas limpas. esse aí deu certo. sertanejo, deixou de sê-lo e pau-de-araramente, apaulistou-se, cresceu, abarbudou-se, politizou-se e deu no que deu: de luiz inácio da silva - sem "g" no meio do "inácio" sem "lula" no meio do nome, até porque apelido é apenas apelido - tornou-se presidente. primeiro de sindicato, depois, de partido político e, finalmente, de brasilha e dos brasileiros. e aí acrescentou o charmoso e elegante "g"no meio do "inácio" consolidou o apelido no meio do nome, caiu no gosto do povo como uma boa cachaça mineira ou santamarense de antigamente ou até mesmo das atuais de abaíra. de muito bom grado, trocou as cachaças do abc paulista pelos uísques importados. só não trocou de amigos (dirceu que o diga, delúbio, idem) ganhou novos, até. tão novos que falam outra língua. mas ele os entende e bem. afinal, a linguagem do coração - e dos interesses escusos - é universal. ficaram amigos de infância e um influencia o outro e outro influencia o um. é tamanha essa influência que tentando seguir os passos de um deles, o nosso ex-nordestino sonhador já se articula como grande chefe da nação brasilis e pensa permanecer sentado naquela cadeira de alto espaldar na casinha de brasilha por mais um tempo para que possamos apreciá-lo um pouco mais. nada mais justo.
justo e frouxo. afinal, ele saiu do nordeste que é um brasil que o outro brasil não conhece e maltrata mas recebe bem a sua força de trabalho; lutou, viu e venceu (valei-me, césar, aníbal e outros tantos da antiguidade!). mostrou-se íntimo dos pobres, por ter sido um; mostrou-se o campeão do povo, pois um dia chegou a sê-lo e, fazendo alarde da sua condição de trabalhador maltratado pelos poderosos, chegou ao poder. fica apenas uma peergunta: pra que diabos luiz ignacio lula da silva chávez contratou o célebre marqueteiro baiano joão irmão de balila santana? pobre patinhas! com a experiência que tem sem nunca ter posto os pés numa agência de publicidade, chávito brasileño o põe no chinelo de olhos fechados! e de tanta amizade que tem pelo caudilho de fala espanhola que desafiou um rei vai ver que, como justa homenagem, vai ficar com um nome retumbante. imaginem como ficaria! aceitam-se sugestões: luiz ignatiusluladasilvachavez é a primeira que me passa pela cabeça.

sexta-feira, novembro 16, 2007

jobinianas atômicas

duas declarações surpreendentes foram feitas ontem: a primeira delas, a do nelson, que alguns desavisados trocam por tom, jobim e a segunda, do general-de-exército josé benedito de barros moreira. ambos são do ministério da defesa de luiz ignácio lula chavez da silva. o primeiro é o titular da pasta, é ministro; o segundo é secretário de política, estratégia e relações internacionais desse ministério. ambos mostraram-se infectados pelo vírus que atacou o cara lá da coréia do norte: querem a nuclearização do brasil.
jobim, não o tom mas o nelson, baseado na descoberta nem tão recente assim, da mega jazida de petróleo nas águas de santos, quer que o país construa um submarino nuclear para, segundo ele, defender a nossa riqueza.
benedito, que tem nome de papa, mas não parece ser santo, já está prevendo um ataque à nossa água, à amazônia e ao petróleo e prefere logo a radicalização: vamos construir uma bomba nuclear! valha-me deus!
aliás, a nossa prodigalidade em gerar projetos plenos de imbecilidade está cada vez mais fantástica senão, vejamos: de tanto ser maltratado, o rio são francisco está morrendo mas nós elaboramos um milionário projeto para fazer a transposição das suas águas para terras nunca dantes irrigadas pelo velho chico; as queimadas estão devastando cerrados e eco-sistemas aqui, no mato grosso e em toda a amazônia; no entanto, o nosso melhor projeto para evitar isto é entregar a fazendeiros e garimpeiros o direito de cuidar desses lugares ou seja: entregamos o galinheiro de bandeja pra raposa.
enquanto isso, o ministro e seu subalterno sonham com submarinos e armas nucleares e eu fico de cá pensando na falta de escolas, de saúde, de saneamento... mas também continuo achando que arembepe ainda tem muito de paraíso se não fosse a beleza urbana de guarajuba.