na rua, na chuva ou na fazenda

terça-feira, julho 24, 2012

...mas a culpa é do ricardinho...

"kolynos faz do seu sorriso um sorriso mais brilhante"
alongada ' in extremis', a greve dos professores estaduais da bahia não perde o fôlego nem quando descamba ladeira abaixo como mijo nos corredores e tenta voltar ao topo em meio aos escorregões do rui oliveira que se vangloria de "ter dinheiro para poder pagar o melhor (no caso, escola) para o seu filho". línguas de fora à parte, alguns personagens tornaram-se ingratos para outros tantos, outros folclorizaram-se tanto que são até repudiados pelos seus pares, como a diretora da aplb que acenou com a parada da paralisação, foi apupada solenemente, teve a cabeça colocada a prêmio (o salário do mês?) mas já disse que não deixa o cargo nem a pau. apega-se a ele mais do que ostra à pedra. nada mais justo: ser sindicalista no brasil é mais do que profissão de fé e pode levar ao poder supremo: o trono lá de brasilha onde pontuou sir loola, jaguar heart. repararam no detalhe da sequência dos dois pontos? eu reparei.

mas a culpa é do ricardinho, um jornalista que assimilei como amigo no sul da bahia, onde me jogaram como mala velha e, já que perdi o bonde da história que ia contar, falemos um pouco desse insígne escrevinhador e rábula. ricardinho é deficiente de centimetragem o que, embora não o desmereça fisicamente, faz-lhe mal se tivesse de ser colunista e dependesse da sua altura para dimensionar o seu espaço. por outro lado, e isso é ótimo, por ser pequeno, cabe em qualquer canto. até nesta postagem. voltemos à história que eu pretendia contar. voltemos à greve dos professores que já passou dos cem dias e gerou um bate-boca deverasmente instigante (não foi aquele entre a professora com esfíncter urinário deficitário e a pobre moça saneadora de banheiros e correlatos. não. de forma nenhuma.).

marcelo nilo, que adora ser chamado de 'dotô' numa espécie de power training para quando realizar o seu velho desejo de ser governador (e do jeito que o wagner vai pode ser até que dê certo) e o rui oliveira, acima citado, trocaram elogios britânicos e cheios de realeza. nilo tascou no rui o epíteto de 'rainha da inglaterra' em detrimento de sua majestade real lá dos gringos e recebeu de volta, um "se eu sou uma rainha da inglaterra (novamente o desrespeito a sua majestade real lá das brumas de avalon e de marion zimmer bradley) o nilo é o meu bobo da corte." mentira! dos dois! bobos somos nós pais de todos os filhos que deveriam estar nas escolas e estão em casa enchendo nossos sacos e calçolas, esvaziando geladeiras, travando computadores e esperando pelos aulões de portugal.

eureka!! lembrei do que queria contar! o portugal não disse (quer dizer, escreveu) no moribundo jornal a tarde - estrebuchante é mais nordestino, não? - que abria mão da verba destinada a seu midiático band aid para curar um câncer? ou eu li errado? ou eu vi errado? ou eu sou tão amigo do jorginho que li o que gostaria que ele escrevesse? ou eu gosto tanto desse amigo jorginho lá de santamaro que compreendi o que ele escreveu do jeito que eu queria que ele agisse? sei lá!

seja lá de que jeito for, o que eu queria contar e vou acabar gastando todo o espaço do meu brogue sem dizer nada é que, por esses dias, encontrei o portugal no aeroporto de ilhéus. depois dos abraços de praxe entre dois bons amigos (?) ele me revelou que estava na cidade finalizando os detalhes para começar os tais dos aulões da discórdia e que corroem a maneira wagner de governar (me lembra até um certo "ex" eternizado pelas pessoas): "nunca na história deste país...".

ué?! mas ele não tinha escrito, dito, falado, sussurrado e resmungado lá no jornal a tarde que abriria mão desse negócio? sei não... a esta altura do campeonato, vai ver que eu sonhei.
mas a culpa é do ricardinho.      

sexta-feira, julho 20, 2012

blog impugna candidatura de a a z

campanha política sempre dá o que falar. ou o que não falar. na semana passada, ganhou a rede um vídeo com um candidato a vereador se enrolando nas palavras (e nos palavrões) durante uma briga com o texto que deveria recitar na sua participação no programa eleitoral do seu partido em belém do pará.
ainda na semana passada, antes do recesso branco, o deputado federal amaury teixeira, aproveitou o plenário vazio da câmara como cenário para gravar as exortações ao eleitorado dos seus muitos apoiados em vários municípios (aliás, cenário bem apropriado...).
em itabuna, um secretário municipal perdeu as estribeiras e do alto dos seus quase dois metros, arrebatou o gravador de um repórter durante uma caminhada. o quiprocó, ainda que (quase) subterrâneo foi imenso, diluviano. após inúmeras conferências no plenário da onu local, o conflito foi dado como encerrado, morto e sepultado com uma retratação.
Eis que, das cinzas do combate a fênix renasce esplendorosa: o blog ao qual o profissional é vinculado faz valer o ditado que reza: "vingança é um prato que se come frio". e o que f|ez? nada. nadica de nada a não ser docemente, inocentemente, brandamente, ignorar solenemente (gostaram) a candidatura do atual prefeito.
assim, em todas as suas postagens onde divulga a agenda dos candidatos, o blog lista todos. até mesmo os que não enviaram informações. mas o indigitado chefe do secretário motivo de tamanha indignação nem aparece.
aliás, parece que a indignação foi proporcional ao tamanho daquele que a provocou.

quarta-feira, julho 11, 2012

seis por meia dúzia

só com o anjo da guarda (honório  jacometto/tv anhanguera
acabou o suplício do senador - desculpem! ex-senador - demóstenes torres. defenestrado por 59 companheiros, defendido por 19 e ignorado mas nem tanto assim por outros 5, o carecoso ilustre perdeu a patente por causa de suas relações perigosas com carlinhos cachoeira. bom? pro demóstenes, não. e pro senado? me perguntaria você com essa carinha desenxabida de quem quer ironizar a ironia. nem tanto assim. responderia eu com essa minha atávica mania de não saber de nada (devo ter adquirido a síndrome de luizignatiussilvaticus quando presidente). de qualquer forma, alguns muitos respiraram aliviados achando que deram um show de ética, que acabaram o corporativismo, que o brasil já não é mais aqueles e que cueiros de recém nascido são tão limpos quanto anúncios da johnson&johnson e com isso, o brasil fora de brasilha passa a acreditar mais nessa parcelazinha de brasileiros em quem depositaram sua fé transmutada em voto. o negócio foi tão sério que até o bigode do sarney retorceu-se de alegria. o meu, não. decididamente, meu bigode é do contra.

demóstenes despede-se da vida senatorial (acredite, ó enérgumeno!) e entra para a história (viva, getúlio!) como o segundo senador a ser cassado. antes dele, vários outros oscilaram perigosamente pela beirada desse desvio da política. deixemo-los todos em paz pois panela que muitos mexem acaba azedando o caldo. mas - o triste em todas as histórias, mesmo aquelas de finais felizes, é que existe um 'mas') trocamos seis por meia dúzia.sai demóstenes, entra demóstenes. quer dizer: sai um, entra o mesmo, com outro nome.

acusado disto e daquilo com carlinhos cachoeira, sai demóstenes torres e entra wilder moraes, acusado de ligações nebulosas com... carlinhos cachoeira! (se bem que pra mim, ser ex da atual mulher do cachoeira é privilégio e não desfavor). saímos do paraíso numa velocidade tão grande que nem chegamos a perceber que havíamos entrado! mas não há de ser nada. sempre haverá aquele momento em que, frente à sacrossanta urna, ergueremos os olhos aos céus em muda e súplice oração e pediremos ao senhor uma luz: como é mesmo o número dele? mas isto só lá pra 2027. até lá já terei ido abraçar meus ancestrais e não me importarei tanto com essas picuinhas.
 

segunda-feira, julho 02, 2012

o sorriso do lagarto

não sei nem de onde me veio a ideia do título acima: se de joão ubaldo ribeiro ou se da imagem que crio quando vejo a foto que ilustra tudo que tem sido publicado envolvendo jorge portugal, agora alçado a alvo número um de professores revoltados e estudantes idem por ter sido contratado como salvador da pátria e judas idem na questão da greve do professorado estadual.

se de um lado, o empresário jorge portugal, representado na sua empresa abais pelas queridas (assim acredito) esposa e filha, tem todo o direito - como assim o tem aqueles moços lá de brasilha - de meter a mão no erário público, o professor e queridinho dos pré vestibulandos jorge portugal, deu uma escorregada feia na maionese com algumas declarações que contradizem o bom mocismo de que sempre foi protagonista (pelo menos assim aparentava).

a grana que portugal empresário defende está dentro da legalidade embora afronte todos os seus colegas. mas afronta menos do que algumas declarações dadas por esse alter ego do professor que desqualificou seus pares que queimam pestanas e suam camisas para ganhar alguns reais por hora/aula em detrimento daqueles que desfilam nos quadros dos seus programas de tevê "são professores de ponta, dos melhores colégios de salvador!"

a revolta que move céus e terras do planeta escola pública contra o empresário/professor/midiático/boa gente/sorriso fácil e generoso jorge portugal, tem lá suas razões de ser e todas elas, pertinentes. com um pé na escola, portugal está fora dela. pelo menos daquela de onde é egresso: a escola pública a que avilta e humilha publicamente na medida em que desqualifica colocando-a em termos difíceis de se definir. se os colégios privados são o que há de melhor e por isso mesmo, inacessíveis à massa (lembra, portugal?) as escolas públicas são então, o rebotalho. e, por isso mesmo, dignas da massa (lembra, portugal?).

mas se o populacho se revolta contra o portugal empresário, outro portugal, o midiático, toma as dores e o defende criticando justamente a mídia que o elevou ao topo ou, como ele mesmo diz em sua configuração empresarial, à ponta. "estou sendo bombardeado por um sensacionalismo moralista" discursou contra a imprensa.

melhor se saiu josé sérgio gabrielli em meio ás vaias do dois de julho, com ares de futuro governador e seguindo à risca a cartilha que o divino mestre lulaoniscienteprimoetuno concebeu e passou para wagner: "a gente não pode subordinar os interesses do conjunto do povo baiano a uma categoria."

é. dizer mais o quê?
   

mea culpa

ernesto marques 
“... Assim, do lugar onde me vejo, como militante do Partido dos Trabalhadores, e como livre-pensador irredutível, tenho obrigação de exercitar a crítica. 
O PT vive as dores profundas das suas maiores contradições por cumprir seu destino como partido de massas, e o exercício do poder acentua e expõe naturalmente essas contradições. Perdemos substância quando cedemos ao pragmatismo além da conta. Na origem, é o mesmo impulso que leva a compor uma cena bizarra e registrar para a posteridade. A gente não merece muita coisa, como ouvir Maluf dizer que está à esquerda de Lula, depois daquela foto.”

o texto acima foi extraído de uma carta publicada pelo jornalista ernesto marques, ex-candidato a candidato petista ao cargo de vereador em salvador logo depois da convenção que referendou os nomes do partido na disputa eleitoral deste ano.
lula, haddad & maluf: diferentes?
extremamente lúcido, este "exercício da crítica" do ernesto, deveria ter sido protagonizado pelo principal expoente do partido dos trabalhadores, luizignatiusprimoetuno. mas ele não consegue ver mais do que o próprio umbigo. caminho seguido pela grande maioria dos seus seguidores. por falta de autocríticas como estas, a cada dia o pt se ditatorializa mais e assim se distancia mais daquela que foi a sua base de criação, sustentação e crescimento: a massa. o pt de hoje tem fome e sede de poder. apenas isto. nada mais que isto. e para saciar essas necessidades, não mede esforços nem escolhe caminhos. muito menos aliados (foto acima).