na rua, na chuva ou na fazenda

terça-feira, outubro 21, 2008

de eloá a ivete passando por um zigoto

Eu até nem gostaria de comentar o assunto mas, como leokrett – é assim mesmo, gente?! - é um assunto do dia aqui, na província e, como bom provinciano, não posso me esquivar. seria até mesmo uma falta de respeito absoluta para com a nossa rainha. mais importante que as eleições para o alcaide médio, o futuro príncipe, mesmo que bolota de células e sangue menor que aquele brotado da cabeça não sei se tão inocente de eloá ou da maldade circense de jornalistas, seria o príncipe do axé. despojou – e jamais desposaria – luiz verdes acordes ajaiô caldas – outro príncipe, pela finura descalça, pela gentileza de sorriso tímido, nas manchetes. nem um! nenhum! nem qualquer dos nossos jornais diários – e olhe que somos parcos deles! em número – deixou de dedicar ao menstro chamado gravidez de filho! - bem que podia ser filha, bem que podia ser quisto (quista, também) bem que podia ser apenas regras (não de três mas de seis semanas atrasadas ou então de 20 centímetros de matéria bem diagramada e bem produzida graficamente!
que me perdoem as ivetes, e outras tantas mães mulheres. que me perdoem mais ainda aquelas que não querem tantos holofotes pois nunca os pretenderam e muito menos os quiseram! eu ando meio gibreeel farishta (e bem que podia ser farrista)! mas me perdoem os tão provincianos quanto eu: a minha província sempre foi cética, sempre foi canalha, sempre foi maledicente e, portanto, o filho que a sangalo ainda não pariu ou fez de conta que o faria, não me bate a passarinha, não me faz acordo, não me impressiona. não tanto quanto a indiferença luliana – e este, o tal lula da silva, é o filho que a ivete jamais pariria muito embora bem próxima por ser de juazeiro, nem eu tampouco pela distância masculina e todos os seus entraves à uma provável parição. A indiferença lulianadasilva às coisas mais sérias que o zigoto da ivete – que seria (e era, pelo menos para ela e todos os jornais baianos) me permite essas e estas digressões aparentemente maldosas e maledicentes típicas de colunistas sociais ou insatisfeitos com a pouca grana que entra na minha conta bancária no fim do (meu) mês (e no deles nem tanto).permite até outras, como a inveja dircelianna que nutro pelo diogo mainardi, pelo paixão barbosa, do alto da sua indiferença grisalha e sincera, do seu desapego pelo fervor e pela indisciplina vasconcelianas de levy; pela santana andréia de cabelos grudados de uma forma que me lembra uma certa boneca desenhada para se tornar ícone da contracultura falimentar norte americana mas, que, por e debaixo deles, se revela sabiamente cosmopolita – por manejar um computador e sua metalinguagem como ninguém – e mais sabiamente linda por se disfarçar melhor que mata-hari.

de volta ao filho que não tivemos

como um rushdie – devo die in a rush? - provavelmente serei alvo da fatwa dos khomeini do axé entrincheirados nas caixas de som que não mais emanam o cheiro umbu-cajaroso (eu nunca o senti, na verdade) do que seria o encontro da cabeça da bahia com as pernas de pernambuco mas fazem a desgraça e o prazer de quem odeia o tlililin-dom-dom-dom da nova música baiana e a falta que fazem certas canções – deverasmente cantadas por quem deverasmente cantava (e olhe que não é bem este o caso da chorada ex-futura mamãe) – que o seja! nunca o fui e, por ser insignificante, não o serei mesmo! Aqui pra nós, gostodemaisdaconta, do tom que a sangalo embebe na voz. mas muito maisdaconta de como ela levanta a galera (aprendí o palavrão!!) quando levanta as pernas bem torneadas e mais ainda cuidadas nos trios elétricos e – agora shows de gravação de devedês) mas detesto quando, não sei se ela, artistas em começo de fim de carreira, apelam para sentimentos maternais, paternais, avózais, resedeáis e apostam numa menstruação alguns dias atrasada para virar manchete de peródicos. odeio mais ainda quando periódicos, diriamos algo respeitáveis, embarcam na onda (surfar é mesmo um barato!) e as ondas que a baía não tem servem de pano de fundo para tamanha babaquice que, segundo um certo veloso lá do subaé chumbado há décadas para um menino do rio que jamais virá a não ser de uma forma bem warholiana: quinze minutos (ou centímetros impressos) de fama.

Inveja. Pura inveja

vai ver que é tudo isto que está inserido no contexto do que estamos chamamos de texto. tem até uma professora da faculdadedecomunicaçãofacomdaúfiba que provavelmente o desconstruiria gostosamente – sem contar os processos e protestos a que me exponho neste espaço. além da queda, o coice. que não seria tão forte assim! porque, afinal, tudo isso não passa de “puêêêêêira ah ah ah! puêêêêiiiiira ah! ah! levantou puêira!”. eloá que o diga, pobre coitada! E nos achamos pensantes! leia a tradução disto em www.bala-no-alvo.blogspot.com/2008/10/pergunta-que-no-quer-calar.html

quinta-feira, outubro 16, 2008

a revolta do rebelde sem causa ou doutor armindo tem razão: azedei!

desisto! me rendi ao nôtibuque, ao computador em si et per si! na verdade, como diz o professor e economista baiano armando avena, a cada cinco segundos, 'verdadeiramente', me rendi ao mundo globalizado em crises. me rendi a leokrett (?) vereador quarto mais votado na capital da bahia, pretensiosa e secularmente postulante a capital do brazil – não a leokret (originariamente sei lá quem? mas masculino e sexualmente plural) – mas (de novo, um “mas”) a ambos, a cidade e ao cidadão que, em nome de mais de 12 mil imbecis ou como preferem se enturmar “revoltados, desiludidos ou até protestantes” sem cair na história da religião, sufragaram nas urnas eletrônicas – modelo terceiromundista para um outro mundo – seu demagogicrático voto nestas eleições para escolher um alcaide.
nada contra leokrettis (com dois “ts”?); nada contra ex (leia-se: équis – é a moda!) ou atuais ou futuros maridos, mulheres, afins ou o diabo a quatro de “as, bs, ou cs da comunidade dita inteligente e formadora de opinião. como eu não formo, não esboço (mentira! esboço, sim!) e tenho a minha própria (no caso, opinião), reservo-me o direito – e hajam hífens e parêntesis – de vomitá-la aqui num espaço que, por ser virtual, assinado por mim e suportado por quem se der ao luxo ou ao nojo de lê-lo (acessá-lo, é mais apropriado).
vamos a ela (opinião, não leokretinice): acredito numa sociedade onde todos os indivíduos (e tome-lhe homofobia desde sócrates, sófocles e tantos outros homofóbicos mas não tanto assim) têm o direito de amar a quem lhe aprouver de fato e de direito. não votei e não votaria jamais em alguém de nome leokrett apenas porque não entendi o seu propósito. convenhamos e aceitemos a minha parca compreensão que pode até ser traduzida em burrice. apenas isto. como todo brasileiro, e que o diga o sociólogo e antropólogo norte americano estampado na istoé que garante que nós nos ferramos (no brasil) por conta da miscigenação e da preponderância da negritude. segundo ele, somos menos inteligentes por sermos mais negros (valei-me! carlinhos brown - hoje marron!). voltemos à minha burrice lembrando que até falo ingrêis: tenho amigos - amigos! pessoas do meu mais profundo respeito e talvez até amor por pessoas do mesmo sexo – aquele amor atávico de jcristo, de buda, cujo nome é complicado demais até para este mais complicado ainda 'post'; maomé, por quem tantos matam por não se saberem matar a si próprios (na verdade, de novo segundo armando avena, não teriam então por quem morrer ou matar) ou até mesmo pelo não morrível ghandi - com quem dizem que eu, memyself, me pareço e que acabou mais matável do que jfk ou, no meu caso específico, martin luther king i have a dream – obama, também. paciência!
a minha revolta revolta revoltáveis como uma editora que carrega no nome o sobrenome mais comum dos negros do brasil: santana; revolta um dos melhores (para mim) gerentes de um dos mais gananciosos bancos do brasil: ednaldo (por acaso, também santana); sacaneia e revolta também uma das cabeças mais pensantes (elas ainda existem!) de salvador: zé de jesus (que apesar do nome simplório, carrega mais nobreza do que os múltiplos sobrenomes que fizeram ou construiram isto a que chamamos nação e o azar – ou sorte - de ser barreto). a minha revolta que é besta, idiota, simplista per si, revolta , acima de tudo, a mim mesmo. não membro, de forma nenhuma, desta confraria da bazófia instituída desde não sei quando, me vejo jogado pra lá e pra cá, à mercê dos humores de todos (aí, sim, sobrenomes ilustres ou ilustrados ao longo dos anos e conchavos) os 'honrados' e poderosos deste país (país?! que país este, ó cazuza?!). aí me volta leokretti (italianei o cara! versacce de deus!); o mott é que, não sendo homofóbico e tendo mais de meia dúzia de filhos, não me interessava, na eleição e em nenhum momento, a opção sexual de cada candidato. como não interessa. mas, ficou uma pergunta. não. não ficou uma pergunta. ficou uma constatação: aqueles mais de doze mil votos teclados em favor de leokem? não foram para ela (é assim que se diz?) foram na verdade aveniana (perdoe-me, armando avena, tantas citações), uma demonstração inequívoca de que, por falta de discernimento, confundimos protesto com avacalhação e, por isto mesmo, avacalhamo-nos a nós próprios e nos medalhamos de ouro, bronze e prata como heróis gregos (a maioria, homossexuais, mas com um conhecimento e uma dignidade que levaremos milhares de anos para conseguir). os mais de doze mil eleitores de alecsandro (alvíssaras! lembrei o nome!) deveriam ter a consciência de que não a tem ou, no mínimo de, no próximo carnaval (época de posse dos eleitos) comprarem a fantasia das muquiranas (têm a honestidade de se travestirem durante o período e depois voltarem para o armário ou, até por respeito a seus pares – a chamada dignidade – a eles nunca mais tornarem) ou dos mascarados da moça menezes – que por si et per si, é fantástica – e se fazerem de conta que fazem de conta.
dito ou escrito isto, lembro de um cirurgião amigo de um amigo meu e de quem eu usurpei a amizade, o papo ao longo de duas ou três latas de cerveja numa barraca de chapa, que acha que – aí ele concorda com um músico fantástico que, em fim de carreira se decidiu a ser ministro de um torneiro tortuoso – eu sou azedo. eu, como bom discípulo de tudo que é arremedo de filosofia neste país arrevezado, concordo com o médico, o músico e o monstro: “... ou não! “ valei-me, são caetano! purificai (ou prurificai meu subaé!)

domingo, outubro 05, 2008

recorrências 2

fui jovem.
adolesci sem sequer perceber.
maturei
como uva ou vinho
e caminhei para a envelhescência
também sem o perceber...
e de repente, percebí!
envelhecí!
não como o vinho ou como o vinho...
avinagrei.
me tornei, de tão velho, intragável

recorrências 2

fui jovem.
adolesci sem sequer perceber.
maturei
como uva ou vinho
e caminhei para a envelhescência
também sem o perceber...
e de repente, percebí!
envelhecí!
não como o vinho ou como o vinho...
avinagrei.
me tornei, de tão velho, intragável