na rua, na chuva ou na fazenda

quinta-feira, agosto 19, 2021

quo vadis, renan? (ah, excelência com todo respeito, eu vou exercer minha prerrogativa de me manter em silêncio)

neste país de enxovalhamentos diversos, em algum momento alguém deve ter pensado "a cpi da covid vai dar em algum lugar!" à medida que o tempo passa, os bate-bocas, o mutismo e as atitudes mais deslavadas que o plenário da cpi se nos apresenta, tenho quase certeza de que não vai dar em outro lugar senão a gaveta mais remota e profunda do congresso.


lotado de personagens às vezes histriônicos, o plenário onde se desenrola essa cpi muito se assemelha ao que está contido em a gaiola das loucas, fogueira das vaidades, a nau dos insensatos e contos da carochinha(?). Testemunhas e/ou depoentes se garantem o direito à mudez (e muito se fala em liberdade de expressão) deixando os inquiridores em palpos de aranha e sem se sentirem desmoralizados; senadores se prestam a moleques de recado e defensores de frascos e comprimidos não dando a mínima para o respeito que, em tese, deveriam ter para (pelo menos) com aqueles que os elegeram.

esses mereceriam pelo menos tópicos à parte. eduardo girão, marco rogério, fernando bezerra, renan calheiros (para ficar nos que mais estão expostos) cada um à sua maneira desconstrói a imagem que deveríamos ter e manter de um congresso sério, de parlamentares sérios.

girão, rogério e bezerra seriam, em outras circunstâncias, aqueles a quem caberia a pecha de jagunços, paus mandados, ou em casos heróicos, buchas de canhão. tudo o que fazem é manter a cabeça-de-ponte instalada pelo pranalto em todas as frentes de batalha. já o calheiros, coitado, como relator vê agonizarem suas esperanças de desconstruir a imagem que tem no imaginário de muita gente substituindo-a por uma novinha em folha: a de paladino da pandemia.

o rogério (marcos), ah, o rogério! este é um caso à parte. sempre se colocando como 'jornalista' defende, com garras e dentes, tudo aquilo que todo jornalista, à exceção dos "ícones" da estirpe de alexandre garcia, considerariam indefensáveis. mas, como os sites de pornô costumam destacar naquelas ocasiões em que as atrizes se submetem a posições de fazer inveja ao lado dark do kama sutra, é apenas uma questão de pov (point of view).

ao cabo e ao fim ou vice-e-versa, estamos todos sendo enganados estrepitosamente em som e imagem e textos. em redes sociais ou antissociais (é assim que se escreve?); em desfiles mixurucas fazendo de tanques caminhões postais; em briguinhas de compadres envolvendo togas e faixas e mais toscamente no silêncio ensurdecedor das "testemunhas-chave" chamadas à cpi.

a lixeira espera, de boca escancarada, os resultados de tamanha encenação. ah, cazuza, que país é este?


Um comentário:

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