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segunda-feira, janeiro 11, 2016

jacques, sem 'c' e o pragmatismo da "cumpanherada"

sempre fui aconselhado pelos mais velhos - ou mais experientes - a nunca tentar me defender desqualificando meu ou meus acusadores. isto, até quem tem qualquer fio de cabelo a mais do que eu - que não tenho tantos assim - está careca de saber. até mesmo velhos 'cumpanhêros' do partido organizado no brasil com o propósito de servir à classe dos trabalhadores. intenções à parte (já que não conheço partido algum que defenda interesses de classe outra que não a dos seus integrantes), parece que a militância (é assim que chamam a massa que o acompanha em suas manobras) o tal do partido dá mostras, e de sobra, que a máxima a que me referi não surte o menor efeito em seus dirigentes mais diligentes.

envolvido até o talo no festival de horrores que se apresenta no palco da política brasileira, o partido ou seus próceres, para não me tornar tão injusto assim, faz elegia à autocrítica mas não aceita, sob nenhuma hipótese, a crítica. nem aquela que, partindo do seu próprio seio, deveria ser mais bem digerida por ser uma autocrítica, um reconhecimento dos erros cometidos e um possível farol para um novo caminho. 

por esses dias, o ex-governador baiano e atual ministro da casa civil de dona dilma rousseff, jaques wagner - cujo nome perdeu o 'c' da grafia original para se aportuguesar e se tornar um pouco mais baiano - teve a ousadia (e a coragem, diga-se de passagem) de manifestar-se e dizer, com todas as letras, que a agremiação da qual ele é um dos expoentes, "se lambuzou no poder" ao reproduzir metodologias antigas. wagner não descobriu a pólvora ao citar aquele ditado dos nossos avós que diziam que gato que nunca comeu melado, quando come se lambuza. mas foi de uma honestidade nunca vista dantes na história do partido dos 'cumpanhêros e 'cumpanhêras'. e sua honestidade custou caro porque, "nunca, na história deste país" como diria o portador de deficiência física em uma das mãos, luizinácioluladasilva, primeiro e único, ninguém tem o direito de criticar o partido que tirou o povo do afogamento econômico e social por estar abaixo da linha de pobreza. nem mesmo seus melhores quadros. como é o caso de wagner.

pois bem, aí a "cumpanhêrada" reagiu e assim, logo depois das declarações do ministro baiano/carioca da gema, começaram a espoucar denúncias de todos os pontos cardeais do presídio lá do paraná onde se encontram os principais elementos capturados pelas redes das operações da polícia federal numa pesca capitaneada pelo juiz sérgio moro e pelo procurador da república, rodrigo janot. claro que as denúncias fazem parte da cartilha orientada por quem? a quem interessa a queda do homem que fez mea culpa e expôs ao país, pela primeira vez, a face compungida de um pecador que se
ajoelha e diz "perdoa, porque pequei!"?



o atual ministro de dona dilma está agora sob suspeição de ter participado de não sei quantas falcatruas de mensalão, petrolão, propina disto, propina daquilo... isto deste 1.500 quando cabral achou o brasil e pero vaz de caminha descobriu que aqui, em se plantando tudo dá. só faltam acusá-lo de ter roubado uma lata de leite ninho, uma dúzia de ovos e um quilo de farinha no mercado da rede carrefour. se o acusarem disto, meu amigo... sinto muito: vai ser cadeia pro resto da vida e mais seis meses.

em tempo: numa entrevista à folha de são paulo, um grande jornal lá do sul maravilha, uma conceituada brasilianista norte-americana disse que o que mais chama a atenção nos casos de corrupção brasileira noticiados nos estados unidos é a atitude dos envolvidos "com a certeza da impunidade". ela é barbara weinstein, professora da universidade de nova york.

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