na rua, na chuva ou na fazenda

segunda-feira, junho 17, 2013

a hora do espanto!

o que será que esta foto da karina costa quer dizer?
ainda que não tenha conseguido vislumbrar direito todas as razões que levaram e estão levando milhares e milhares de brasileiros às ruas, rendo-me a uma evidência. ainda que difusa, há uma tomada de consciência. pulverizada, inconstante, individualista em alguns pontos, coletiva mas nem tanto e acima de tudo, plural. a despeito das diversas tentativas de se varrer para baixo do tapete onde se escondem as inconveniências domésticas aos olhos dos estranhos, a movimentação dessas multidões em praças, ruas, avenidas, viadutos e ciclovias de alguma forma, mostra um brasil novo. ou um novo brasileiro.
em plena copa das confederações, arremedo de ensaio para a copa do mundo, o brasil do século 21 arrepia-se de prazer - e há quem diga de temor - pelo que se nos apresenta aos olhos. é a hora do espanto! o espanto de ver que ainda temos - bem lá no fundo, mas temos - o poder de nos indignar, a força de nos indignar! há, sim, nessas multidões, quem esteja apenas por outros motivos. há, sim, manipulações. mas há também o sentimento genuíno de que este país não anda por caminhos tão certos assim.

um comercial muito bem feito pensando apenas na "pátria de chuteiras" se tornou, muito apropriadamente, o melhor mote para toda essa onda que sacode algumas das maiores cidades brasileiras e, por tabelinha (lá vem o bendito futebol no meio!) o resto do país pela força das imagens que a televisão não tem como (embora tenha porquê) editar. acho que nenhum dos criadores desse anúncio que chama "vem pra rua que é a maior arquibancada do brasil" imaginou o efeito desse chamamento e o quão oportuno ele se tornou o quão coerente no seu apelo ele se fez. jamais. "...ame-o ou deixe-o" perde. de goleada!

li, no fáicebúk, o donaldsonpapaprêmiosgomes em uma linhas magníficas analisando e se questionando em seus porquês de grande jornalista. em seguida, no mesmo fáicebúk, outro amigo, também jornalista, o raimundo santana, com sua característica suavidade, cometer os mesmos porquês e até incorrer nos meus enganos de agora. no entanto, os dois puseram-se a varrumar na minha pobre cabecinha cinquentona e no meu coração de prazo vencido: apesar da aparente falta de direção, de argumentos; apesar dos excessos de protagonismo de alguns, alguma coisa de muito, muito importante se pôs em movimento nesses movimentos aparentemente contra tudo. o que será?

alguém já alardeia nas redes sociais um certo cansaço brasileiro ao berço esplêndido e alerta que os filhos teus não fogem à luta. hmmmm.

mesmo assim e ainda assim, alguns já querem, de alguma forma, capitalizar isso tudo. vide as últimas do dirceu, do ignatius e até de mim que não quero nada de nada a não ser que essa consciência cresça no coletivo e descubra um horizonte que abarque a todos nós.

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