na rua, na chuva ou na fazenda

terça-feira, julho 12, 2005

dizei-me que o dízimo é genuíno e bom que eu gosto. por isso, também quero o meu

deus me perdoe, desde já por duas coisas: a primeira - e aí, ao digitar, vou continuar pecando - por escrever seu santo nome em minúsculas e, a segunda, por revelar o que me vai no mais profundo d'alma: dízimo é bom e eu também quero o meu. não que eu seja santo. não chego nem perto da sombra de um, mas porque ando vendo e lendo coisas que arrepiariam as bastas cabeleiras - e tome-lhe pecado - do criador que segundo a bíblia, além de bastas eram (será que eu matei o criador com este verbo no passado?) brancas de tão puras (será que ele se tornou impuro, recebeu uns mensalões paradisíacos e a cabeleira empreteceu? ou será que Roberto Jefferson apontou pra ele aqueles dedões, destilou algum veneno sorridente com voz de opereta e ele, zédircelianamente se arretirou?).
bom, voltemos ao dízimo: se pastor iurdiano pode carregar 7 malas endinheiradamente bíblicas (lembra daquela passagem pecaminosa dos 7 vezes 7? ou eram 77?) que cabem mais de 10 milhões de reais, todos iguais e até que nem tanto esotérico assim, por que pobre de eu (aprendi com os deputados e senadores que agora só falam lulianamente: "se ele fala pra mim..." se alguém mim falar" e assim por diante) não merece nem que seja um mensalinho pequenininho assim que seja que eu não sou lá sujeito de grandes ambiciosidades, nem tampouco deputado, muito menos senador e, o que é pior, passo distante de qualquer agência de propaganda no caminho de casa e nem tenho fazendas flutuantes no sul da Bahia apesar de ter nascido mineiro.
precisava grandes coisas não, um dizimozinho bem abaixo de 10 milhões me bastariam. qualquer conto de réis. nem precisava me tornar sócio da telemar numa empresa de joguinho eletrônico ou filho do chefe. era mesmo qualquer mensalinho. ahh...não pode mensalinho? então, coligado vossa excelência, liberaí um quinzeninho. também numpode? tudo bem, um semaninho, poisnão? qualquer coisa genuína (nomezinho azarado!) e eu fico severinamente "sastifeito". pelo menos vai me tirar do bico do urubu por uns tempos e, se a pf não me achar, é bem capaz de que até bote meu burro na sombra. aí eu vou me embora pra pasárgada. agora, aqui pra nós, excelências, aí tem mais lama do que o que sobrou na indonésia depois do tsunami, não é?

Um comentário:

  1. A expressão "mar de lama" no fim do texto me fez lembrar do Agosto de Rubens Fonseca e do governo de Vargas. Beirando a chegado do mês azarento, pergunto como vai terminar essa história?

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