na rua, na chuva ou na fazenda

sábado, setembro 22, 2012

criador e criaturas

sem sombra de dúvida, luizignatiusprimoetuno fez história neste país. ao apropriar-se do latifúndio de um partido surgido de legítimos - e legitimados - anseios populares, tornou-se popularesco e, do torneiro mecânico que se transmutou em presidente de um país, tornou-se, ele próprio, um paradoxo.

vitimado por uma doença que grassa entre aqueles que experimentam o poder, ignatius sonha, pugna em tornar-se eterno, onipotente. e aqueles que o cercam - mesmo de muito longe - foram todos contagiados. de brasilha a quixeramobim, de sãpaulo a chorrochó. os aquinhoados com a estrela vermelha do partido dos trabalhadores em sua mais alta graduação, empunham a carantonha (até simpática) de ignatius como bandeira nestas eleições municipais e nem por isto tão menores como a que o endeusado pernambucano tornado paulista sonha disputar (ele deve pretender o lugar de deus - e já o é, pelo menos aos olhos petistas e daqueles politicamente inocentes).

deixemo-lo de lado com sua egolatria. voltemo-nos a paragens mais rasteiras eleitoralmente mas que são o cimento, o alicerce dos sonhos desse deus etilizado e etílico cujo olhar dardeja fulminante e mesmeriza hostes, multidões (já nem tão multidões mas ainda assim, hostes).

em todos os rincões onde há eleições e candidatos, estrelas se digladiam com ou se juntam a aves, corações e símbolos tantos quanto as letras das suas siglas em busca do... poder (algo a ver com edir macedo?). inimigos de outrora são amantes shakesperianos, inseparáveis até que o voto os separe. e em tudo emerge, soberana, a figura (ainda carismática) daquele que nada sabe e nada vê, o onisciente (ou seria nihilisciente) almight lula.

alçado com muito gosto a salvador da pátria, defensor dos frascos e dos comprimidos, ignatius vai aonde o (seu) povo está. não importa como. se o palanque é sólido, lá está ele para solidificá-lo ainda mais. se é mambembe e treme das pernas diante do adversário, lá está ele ungido para dar-lhe consistência. criou-se assim, no país do futebol, a mais imbatível das equipes pebolístico-eleitoreiras: o time de lula! ainda que com alguns atletas que envergonhariam a mais subterrânea das criaturas, o escrete está em todos os gramados.

sem perceber (na verdade, percebendo-o muito bem e disfarçando melhor ainda) ignatius desconstrói lula e destrói o pt. suja a história que construiu com o auxílio luxuoso de patinhas, duda mendonça e outros próceres da propaganda brasileira. uma história que, em outra história, não acabaria nada bem. mas convenhamos, vivemos no paraíso terrestre chamado brasil. bem podia ser shangri-lá, pasárgada ou algo que o valha.

no entanto, a olhos que costumam ver, o partido de lula se confunde a um cavalo desembestado em direção a um precipício e com o dono em cima.

Se bem que a imagem refletida poderia bem sugerir o contrário: o dono, desembestado, arrastando o pobre equídeo em direção ao abismo.

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