na rua, na chuva ou na fazenda

quinta-feira, agosto 16, 2012

linha de montagem

no afã de abocanhar uma cadeira de vereador, prefeito, síndico, deputado, senador e até... de presidente, a gente se submete - ou submete os outros - a cada coisa! que deus duvida e o diabo diz amém. sério! pra valer!

com a estratégia petista - sempre eles! - criada por luizignatiusprimoetuno de colar sua carantonha pós tratamento quimioterápico às caras dos seus pupilos neste país de camisas vermelhas e estrelinhas cintilantes para servir como salvo conduto no caminho às urnas, candidatos à mancheia se digladiam por assentos em aviões e espaços (e tempo) em busca de um lugar mais alto junto ao líder maior.

nesse contexto, fazem fila como fãs descabeladas (antigamente chamadas "tietes") para uma foto e/ou uma tomada de vídeo com o chefe de josé dirceu. é simplesmente, surreal. num país que se diz a caminho de primeiro mundo, com ventosidades e veleidades de sociedade moderna, essa cerimônia de beija-pés descarada... não. não é surreal é vergonhosa.

não há plano de governo (baixa-se em qualquer prateleira do google um arremedo qualquer e pronto!), não há discurso, não ha sequer uma tentativa mais sólida, mais consistente de convencimento ao specimen mais abundante de idiota dessa terra brasilis: o eleitor. para este basta a isca rutilante daquele que "nunca, na história deste país" soube tão pouco de tanto furdunço que acontecia sob suas barbas.

hilariante, ridículo e prova mais cabal do ponto a que se pode chegar nessa busca desenfreada pelo poder e a que níveis pode subir esse culto, essa idolatria a ignatius, está no comportamento de uma candidata (petista, claro!) na fila para foto com o césar dos excluídos (dos mensalões, das benesses e das farras de brasilha). confira no vídeo arriba. por uma questão de postura - eu também tenho a minha - declino dos nomes da criatura envolvida e do seu digníssimo deputado/marido mas não declino das caras e vozes que compõem a peça.

mas ela está, até certo ponto, correta: num país em que ladrões ameaçam processar a quem roubam, onde se diz, em plena suprema corte, que inocentar esses bandidos é "envergonhar, conspurcar" a carta magna e, onde debates jurídicos perdem-se em citações de peças musicais alheias que, embora belas e profundas não se justificam em tal ambiente, fazer o quê?

talvez o melhor seja entrar no clima da batalha entre milionários advogados, milionários réus e cair no festival de música encenado em brasilha a que a mídia chamou de "julgamento do mensalão" e soltar o meu plágio: "que país é este?"

as fotos, que dão o mote deste post, saídas da linha de montagem percorrerão o brasil de cabo a rabo com a missão de assegurar o "habemus dominus" dos camisas vermelhas e estrelas rutilantes e convencer àqueles para quem tal firmamento é um tanto quanto indigesto de que a figurinha colada ali no lugar do dedo que falta ao lord of the rings priva da sua mais alta estima e é a salvação de todos os males até os mais comezinhos como aquela falta de apetite para acreditar que alguma coisa séria possa acontecer neste canto do planeta abaixo da línha do equador.

hugo chávez que nos proteja com a benção de ahmadinejad!
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

manifeste-se a respeito