na rua, na chuva ou na fazenda

segunda-feira, julho 02, 2012

o sorriso do lagarto

não sei nem de onde me veio a ideia do título acima: se de joão ubaldo ribeiro ou se da imagem que crio quando vejo a foto que ilustra tudo que tem sido publicado envolvendo jorge portugal, agora alçado a alvo número um de professores revoltados e estudantes idem por ter sido contratado como salvador da pátria e judas idem na questão da greve do professorado estadual.

se de um lado, o empresário jorge portugal, representado na sua empresa abais pelas queridas (assim acredito) esposa e filha, tem todo o direito - como assim o tem aqueles moços lá de brasilha - de meter a mão no erário público, o professor e queridinho dos pré vestibulandos jorge portugal, deu uma escorregada feia na maionese com algumas declarações que contradizem o bom mocismo de que sempre foi protagonista (pelo menos assim aparentava).

a grana que portugal empresário defende está dentro da legalidade embora afronte todos os seus colegas. mas afronta menos do que algumas declarações dadas por esse alter ego do professor que desqualificou seus pares que queimam pestanas e suam camisas para ganhar alguns reais por hora/aula em detrimento daqueles que desfilam nos quadros dos seus programas de tevê "são professores de ponta, dos melhores colégios de salvador!"

a revolta que move céus e terras do planeta escola pública contra o empresário/professor/midiático/boa gente/sorriso fácil e generoso jorge portugal, tem lá suas razões de ser e todas elas, pertinentes. com um pé na escola, portugal está fora dela. pelo menos daquela de onde é egresso: a escola pública a que avilta e humilha publicamente na medida em que desqualifica colocando-a em termos difíceis de se definir. se os colégios privados são o que há de melhor e por isso mesmo, inacessíveis à massa (lembra, portugal?) as escolas públicas são então, o rebotalho. e, por isso mesmo, dignas da massa (lembra, portugal?).

mas se o populacho se revolta contra o portugal empresário, outro portugal, o midiático, toma as dores e o defende criticando justamente a mídia que o elevou ao topo ou, como ele mesmo diz em sua configuração empresarial, à ponta. "estou sendo bombardeado por um sensacionalismo moralista" discursou contra a imprensa.

melhor se saiu josé sérgio gabrielli em meio ás vaias do dois de julho, com ares de futuro governador e seguindo à risca a cartilha que o divino mestre lulaoniscienteprimoetuno concebeu e passou para wagner: "a gente não pode subordinar os interesses do conjunto do povo baiano a uma categoria."

é. dizer mais o quê?
   

Um comentário:

  1. Pelo visto, Jorge Portugal é mais um indivíduo pensado e não pensador. Imagina ser combativo de um sistema perverso e massacrador, mas apenas é um incentivador, alimentador e reprodutor do tal. Por trás de sorrisos,simpatia e de um sujeito midiático, existem sempre interesses individuais alimentados por uma atmosfera de cinismo legitimada pelo PT, um partido que imaginava também ser contra o sistema e dono exclusivo da moral e da ética na política, mas hoje vê-se apanas como pincel e tinta que pintam um quadro do descalabro e da semvergonhece que toma conta de todo país. Não quero ser pessimista, muito menos dizer que sou diferente, mas graças a Deus ainda não fui tentado pelas benesses do poder. Porém, como sou parte do sistema, certamente não fugirei a esse destino, se algum dia for alcançado pelas vantagens que alcançaram agora o nosso vernáculo Jorge Portugal. Porém não tenho a importância e a visibilidade do nosso patrício para ser tentado de tal forma pelo sistema. Ainda bem, porque senão teria que arrumar logo uma desculpa, e a melhor seria culpara a mídia, afinal de contas ela também faz parte do sistema e sem ela o sistema não teria voz.

    Parabéns, Carlos Alberto por mais este artigo.


    Tony Santos - Ribeira do Pombal

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