são coisicas assim que despertam em
mim o dragão, o monstro hediondo da inveja... aliás, inventaram, recentemente,
uma figura poética até certo ponto bonitinha – mas ordinária por ser algo
socialmente incorreta – para denominar essa coisa negra (ops!): “inveja
branca”. essas coisicas a que me referi acima são esses achados. a frase
lapidar (pode mesmo vir a sê-lo para a carreira política de um dos joões já que
a do outro não existe mais) me foi dita com uma fina ironia como uma explicação
para os tresvarios do simpático alcaide desta cidade chamada do são salvador da
bahia. uma explicação que nos remete então à carga genética herdada pelo
ex-marido da tornada ex-primeira-dama, suaaltesíssima real dona orge ainda
reinante nos corredores do palácio thomé de souza ainda que urjam os anseios de
dom henrique de entronizar a legalidade no leito palaciano (no sentido figurado
já que o thomé de souza não o disponibiliza pelo menos da forma como o concebemos) e ainda que pesem ou cheirem ou
emanem os eflúvios dos feromônios do mancebo recém emancipado, voltemos à frase
que me despertou tamanha inveja: joão é filho de joão. aaah, doutor hélio! sem
dúvida... sem dúvida alguma!
só à guisa de ilustração: conta a história que o
pai de joão, alcaide, o joão, senador, aquele que tira uma soneca em pleno
ensaio do olodum, temia tanto a ira da bem-amada que não hesitava em apagar um
hollywood sem filtro ainda não de todo fumado na própria mão para não ser
flagrado pitando um cigarrinho. manda quem pode, obedece quem tem juízo. na rua, na chuva ou na fazenda
terça-feira, janeiro 24, 2012
quarta-feira, janeiro 18, 2012
ouvindo ukelele
now he is probably floating on heavens seas |
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terça-feira, janeiro 17, 2012
yes we got the bomb!
uma granada brasileira matou uma criança de apenas seis dias no distante bahrein. uai, estamos em guerra com o bahrein? desde quando? adquirimos a síndrome de john rambo e não sabiamos? era uma granada de gás lacrimogêneo? ah...tá! então a criança morreu de chorar?! mesmo assim, fomos nós. e o que fomos fazer tão distante de brasilha?
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sábado, janeiro 07, 2012
resoluções de ano novo
como em todos os anos, no dia 31 de dezembro do ano passado debrucei-me sobre uma agenda lotada de anotações de compromissos (99,99 por cento deles não cumpridos), e tasquei-me a escrever as minhas resoluções para o ano entrante. firme como uma rocha, detalhei as decisões destinadas a mudar o curso da minha vida durante o ano que me serve como marco regulatório dos tempos que me sobram sobre as pedras deste planetazinha mesquinho.
diverti-me horrores ao me imaginar - pelo menos no arquétipo desenhado nas folhas - um sujeito correto, de conduta absolutamente ilibada, não fumante, não alcoólico, não isto, não aquilo, isto sim, aquilo não. também sofri horrores ao descobrir que jamais o seria. em momento algum desta sobrevida que me deram neste pais que tem arremedo de tudo. nada é definitivo. tudo é transitório nestas vastas e verdejantes (em alguns pontos) paragens do lado de baixo do equador.
até a justiça emanada das cortes olímpicas lá de brasilha é transitória. que o diga jader barbalho. quando não, faz jus à imagem que a personifica aos nossos olhos. uma senhora cega com uma balança e uma espada enferrujada vestindo um baby doll ou camisolão em pose de sei-lá-o-quê. aquela cegueira... aquela cegueira é que faz a festa de sarney, por exemplo. em outras terras, outras épocas, o bigodudo e toda sua prole - inclusive os agregados - já estariam devidamente hospedados n'alguma masmorra (não quero chegar aos extremos de desejar-lhes cabezas cortadas). mas não. aqui eles penam em ilhas paradisíacas, tem império de comunicação, ocupam os céus em helicópteros públicos e eternizam-se em fundações dedicadas a... eternizá-los no culto hedonístico da própria imagem.
assim, minhas resoluções de ano novo morreram no nascedouro ou antes de alcançarem-no. natimortas não podem jamais serem acusadas de não terem funcionado. abandonadas antes de serem algo, não foram sequer cogitações. apenas uma vingou e deve servir de farol, baliza, lanterna de afogados ou qualquer coisa que o valha para mim ao longo deste ano: não elucubrarei resoluções mais nunca em nenhum ano novo vindouro. apenas tentarei sobreviver a ele.
ou, simplesmente, virar fumaça!
diverti-me horrores ao me imaginar - pelo menos no arquétipo desenhado nas folhas - um sujeito correto, de conduta absolutamente ilibada, não fumante, não alcoólico, não isto, não aquilo, isto sim, aquilo não. também sofri horrores ao descobrir que jamais o seria. em momento algum desta sobrevida que me deram neste pais que tem arremedo de tudo. nada é definitivo. tudo é transitório nestas vastas e verdejantes (em alguns pontos) paragens do lado de baixo do equador.
até a justiça emanada das cortes olímpicas lá de brasilha é transitória. que o diga jader barbalho. quando não, faz jus à imagem que a personifica aos nossos olhos. uma senhora cega com uma balança e uma espada enferrujada vestindo um baby doll ou camisolão em pose de sei-lá-o-quê. aquela cegueira... aquela cegueira é que faz a festa de sarney, por exemplo. em outras terras, outras épocas, o bigodudo e toda sua prole - inclusive os agregados - já estariam devidamente hospedados n'alguma masmorra (não quero chegar aos extremos de desejar-lhes cabezas cortadas). mas não. aqui eles penam em ilhas paradisíacas, tem império de comunicação, ocupam os céus em helicópteros públicos e eternizam-se em fundações dedicadas a... eternizá-los no culto hedonístico da própria imagem.
assim, minhas resoluções de ano novo morreram no nascedouro ou antes de alcançarem-no. natimortas não podem jamais serem acusadas de não terem funcionado. abandonadas antes de serem algo, não foram sequer cogitações. apenas uma vingou e deve servir de farol, baliza, lanterna de afogados ou qualquer coisa que o valha para mim ao longo deste ano: não elucubrarei resoluções mais nunca em nenhum ano novo vindouro. apenas tentarei sobreviver a ele.
ou, simplesmente, virar fumaça!
domingo, janeiro 01, 2012
feliz ano velho!
sabe aquela visita tão indesejada
que sempre chega intempestivamente à sua casa sem o menor aviso? aquela, que
quando chega lhe dá ganas de se armar com todos os calibres possíveis e
imagináveis de engenhocas de destruição em massa e detonar todas elas de uma
vez na cara do (a) desinfeliz? pois, após um final aterrorizante protagonizado
por 2011, 2012 chega – sem que eu o tenha chamado – à minha porta, entra sem
ser convidado ao meu tugúrio e me deixa igualzinho a você em relação a visitas
indesejadas: com uma vontade sem par de pegar todas as vassouras disponíveis e
postá-las atrás de todas as portas existentes na casa. dizem os sábios que
vassouras atrás de portas são um dos expulsa-indesejáveis mais eficazes de todo o arsenal
de simpatias estocados na sabedoria popular.
vá logo, 2012! e vá de vez para
que não tenhamos que passar por tudo que 2011 se esmerou em nos prodigalizar.
não tenho, e que fique definitivamente claro, simpatia alguma pelo “novo”.
salvo algumas poucas exceções como o mais novo modelo de jato executivo para
três pessoas (infelizmente, tenho que aceitar a inevitável presença de piloto e
co-piloto já que não sei dirigir aviões); uma ilha tropical em pleno mar do
caribe com um sofisticadérrimo sistema anti-ciclone, anti-tsunami,
anti-terremoto, anti-brazil e brazileiros daqueles que habitam brazilha de
segunda a quinta e, sobretudo, com detector de penetras como a coitada
daquela capivara que achou que o prédio do stf seria um local livre das pestes
que assolam o país com origem (cientificamente comprovada) em brazilha. na sua
ignorância capivariana, a inocente parente dos ratos deve ter achado que
estaria em família.
claro que, nessa exceção posso
incluir também um castelo como aquele daquele menino lá das minas gerais; uma
empresa de consultoria turbinada como a do doutor palocci e alguns outros
“consultores” (e nisso vale até mesmo o ex-barbudo ignatius da silva que
idolatra tanto o venezuelano de botas que até somatizou e se deixou acometer
por uma neoplasia – com que finalidade eu não sei. me escapa esse tipo de
profundidade em idolatria). poderia também incluir uma maseratti tipo uma
daquelas que o berlusconi usava como isca para rabos de saia que borboleteiam
os bivaques do poder. e algumas outras novidades por aí afora. afinal, não
posso radicalizar, pois, como diria uma antigo rapaz latino-americano sem
dinheiro no bolso, sem parentes importantes e vindo do interior, “o novo sempre
vem”.
mas o novo, da forma como foi
engendrado pelo velho, sinceramente, eu não quero. como se diz na mesa do
dominó de arembepe, “passo”. e não estou blefando como em jogo de poker. passo
mesmo! a última e talvez melhor amostra do que vem por aí, nesse tal de novo
ano, foi aquela do filho de jader barbalho na posse – garantida pelos homens de
toga e pelos bobos que votam – de um mandato que a lei da ficha limpa, se não
fosse mais uma das lendas brazileiras, teria impedido.
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