na rua, na chuva ou na fazenda

terça-feira, janeiro 24, 2012

joão é filho de joão!


são coisicas assim que despertam em mim o dragão, o monstro hediondo da inveja... aliás, inventaram, recentemente, uma figura poética até certo ponto bonitinha – mas ordinária por ser algo socialmente incorreta – para denominar essa coisa negra (ops!): “inveja branca”. essas coisicas a que me referi acima são esses achados. a frase lapidar (pode mesmo vir a sê-lo para a carreira política de um dos joões já que a do outro não existe mais) me foi dita com uma fina ironia como uma explicação para os tresvarios do simpático alcaide desta cidade chamada do são salvador da bahia. uma explicação que nos remete então à carga genética herdada pelo ex-marido da tornada ex-primeira-dama, suaaltesíssima real dona orge ainda reinante nos corredores do palácio thomé de souza ainda que urjam os anseios de dom henrique de entronizar a legalidade no leito palaciano (no sentido figurado já que o thomé de souza não o disponibiliza pelo menos da forma como  o concebemos) e ainda que pesem ou cheirem ou emanem os eflúvios dos feromônios do mancebo recém emancipado, voltemos à frase que me despertou tamanha inveja: joão é filho de joão. aaah, doutor hélio! sem dúvida... sem dúvida alguma!
só à guisa de ilustração: conta a história que o pai de joão, alcaide, o joão, senador, aquele que tira uma soneca em pleno ensaio do olodum, temia tanto a ira da bem-amada que não hesitava em apagar um hollywood sem filtro ainda não de todo fumado na própria mão para não ser flagrado pitando um cigarrinho. manda quem pode, obedece quem tem juízo. 

quarta-feira, janeiro 18, 2012

ouvindo ukelele

now he is probably floating on heavens seas

por acaso, li algo sobre este havaiano de mais de 300 quilos, morto aos 38 anos e, sinceramente, valeu a pena ouvi-lo cantando over the rainbow acompanhado por aquele cavaquinho bobo que os portugueses esqueceram no havaí e que os nativos botaram o apelido de ukelele. clique e ouça
    

terça-feira, janeiro 17, 2012

barretin vai ao shopping

convite para o lançamento do livro de barretin e cau gomez

yes we got the bomb!

uma granada brasileira matou uma criança de apenas seis dias no distante bahrein. uai, estamos em guerra com o bahrein? desde quando? adquirimos a síndrome de john rambo e não sabiamos? era uma granada de gás lacrimogêneo? ah...tá! então a criança morreu de chorar?! mesmo assim, fomos nós. e o que fomos fazer tão distante de brasilha?

sábado, janeiro 07, 2012

resoluções de ano novo

como em todos os anos, no dia 31 de dezembro do ano passado debrucei-me sobre uma agenda lotada de anotações de compromissos (99,99 por cento deles não cumpridos), e tasquei-me a escrever as minhas resoluções para o ano entrante. firme como uma rocha, detalhei as decisões destinadas a mudar o curso da minha vida durante o ano que me serve como marco regulatório dos tempos que me sobram sobre as pedras deste planetazinha mesquinho.

diverti-me horrores ao me imaginar - pelo menos no arquétipo desenhado nas folhas - um sujeito correto, de conduta absolutamente ilibada, não fumante, não alcoólico, não isto, não aquilo, isto sim, aquilo não. também sofri horrores ao descobrir que jamais o seria. em momento algum desta sobrevida que me deram neste pais que tem arremedo de tudo. nada é definitivo. tudo é transitório nestas vastas e verdejantes (em alguns pontos) paragens do lado de baixo do equador.

até a justiça emanada das cortes olímpicas lá de brasilha é transitória. que o diga jader barbalho. quando não, faz jus à imagem que a personifica aos nossos olhos. uma senhora cega com uma balança e uma espada enferrujada vestindo um baby doll ou camisolão em pose de sei-lá-o-quê. aquela cegueira... aquela cegueira é que faz a festa de sarney, por exemplo. em outras terras, outras épocas, o bigodudo e toda sua prole - inclusive os agregados - já estariam devidamente hospedados n'alguma masmorra (não quero chegar aos extremos de desejar-lhes cabezas cortadas). mas não. aqui eles penam em ilhas paradisíacas, tem império de comunicação, ocupam os céus em helicópteros públicos e eternizam-se em fundações dedicadas a... eternizá-los no culto hedonístico da própria imagem.

assim, minhas resoluções de ano novo morreram no nascedouro ou antes de alcançarem-no. natimortas não podem jamais serem acusadas de não terem funcionado. abandonadas antes de serem algo, não foram sequer cogitações. apenas uma vingou e deve servir de farol, baliza, lanterna de afogados ou qualquer coisa que o valha para mim ao longo deste ano: não elucubrarei resoluções mais nunca em nenhum ano novo vindouro. apenas tentarei sobreviver a ele.   

ou, simplesmente, virar fumaça!

domingo, janeiro 01, 2012

feliz ano velho!



sabe aquela visita tão indesejada que sempre chega intempestivamente à sua casa sem o menor aviso? aquela, que quando chega lhe dá ganas de se armar com todos os calibres possíveis e imagináveis de engenhocas de destruição em massa e detonar todas elas de uma vez na cara do (a) desinfeliz? pois, após um final aterrorizante protagonizado por 2011, 2012 chega – sem que eu o tenha chamado – à minha porta, entra sem ser convidado ao meu tugúrio e me deixa igualzinho a você em relação a visitas indesejadas: com uma vontade sem par de pegar todas as vassouras disponíveis e postá-las atrás de todas as portas existentes na casa. dizem os sábios que vassouras atrás de portas são um dos expulsa-indesejáveis mais eficazes de todo o arsenal de simpatias estocados na sabedoria popular.

vá logo, 2012! e vá de vez para que não tenhamos que passar por tudo que 2011 se esmerou em nos prodigalizar. não tenho, e que fique definitivamente claro, simpatia alguma pelo “novo”. salvo algumas poucas exceções como o mais novo modelo de jato executivo para três pessoas (infelizmente, tenho que aceitar a inevitável presença de piloto e co-piloto já que não sei dirigir aviões); uma ilha tropical em pleno mar do caribe com um sofisticadérrimo sistema anti-ciclone, anti-tsunami, anti-terremoto, anti-brazil e brazileiros daqueles que habitam brazilha de segunda a quinta e, sobretudo, com detector de penetras como a coitada daquela capivara que achou que o prédio do stf seria um local livre das pestes que assolam o país com origem (cientificamente comprovada) em brazilha. na sua ignorância capivariana, a inocente parente dos ratos deve ter achado que estaria em família.

claro que, nessa exceção posso incluir também um castelo como aquele daquele menino lá das minas gerais; uma empresa de consultoria turbinada como a do doutor palocci e alguns outros “consultores” (e nisso vale até mesmo o ex-barbudo ignatius da silva que idolatra tanto o venezuelano de botas que até somatizou e se deixou acometer por uma neoplasia – com que finalidade eu não sei. me escapa esse tipo de profundidade em idolatria). poderia também incluir uma maseratti tipo uma daquelas que o berlusconi usava como isca para rabos de saia que borboleteiam os bivaques do poder. e algumas outras novidades por aí afora. afinal, não posso radicalizar, pois, como diria uma antigo rapaz latino-americano sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes e vindo do interior, “o novo sempre vem”.

mas o novo, da forma como foi engendrado pelo velho, sinceramente, eu não quero. como se diz na mesa do dominó de arembepe, “passo”. e não estou blefando como em jogo de poker. passo mesmo! a última e talvez melhor amostra do que vem por aí, nesse tal de novo ano, foi aquela do filho de jader barbalho na posse – garantida pelos homens de toga e pelos bobos que votam – de um mandato que a lei da ficha limpa, se não fosse mais uma das lendas brazileiras, teria impedido.

o filhinho do jader – tal pai, tal filho – mostrou-nos com suas pantomimas, em caras e bocas, tudo o que somos. e tem gente que ainda duvida.