na rua, na chuva ou na fazenda

segunda-feira, março 27, 2006

rhyno's dancing (de como o congresso enlameia até quem não é porco)

preconceitos à parte, algo em mim se partiu ao ver uma certa gorducha estrebuchando uma dança estranha no picadeiro da câmara dos deputados lá em 'brasilha'. sem quê nem pra quê, me peguei estupefacto fazendo mil e uma conjecturas: seria a dança da chuva? ou a dança da fertilidade? ou do acasalamento? ou a dança da dança? que diabos dançava ela? pensei até numa reencarnação ou renascimento, por assim dizer, da carla perez alguns xandis mais velha: a pança enorme, os oxigenados cabelos mais curtos, a bunda algumas (várias) vezes maior. com tudo em cima: a queixada em cima dos peitos, os peitos em cima da barriga e a barriga em cima de...bem, deixemos pra lá estes exercícios anatômico-imaginativos e ponhamo-nos a rever (muito embora seja extremo sacrifício) a cena escatológica: vestida numa roupa condizente com a sua performance, a nobilíssima deputada/dançarina festejava. o que ela festejava, em verdade, em verdade vos digo, ignaros e raros frequentadores desta página/telinha, era o nosso vilipêndio moral perpetrado por aqueles em quem depositamos incontáveis votinhos que os levaram aos píncaros da glória da imoralidade. e o sorriso dela? camarada? que sorrisão tratado a laser e o caceteaquatro bem distante da realidade banguela dessa gente que, enganada a telhas, dentaduras mal feitas em protético de esquina e camisas padrão de time espanhol com direito a nome de ronaldinho estampado nas costas entregou em urnas eletrônicas os votos necessários à perpetuação da bandalheira escancarada que assola 'brasilha' essa moça ostentava enquanto dançava! e o brilho de felicidade dos olhos dela?! só ví tanta felicidade junta numa cara só quando o sarney, fazendo de conta que não era com ele, pespegou-se a faixa presidencial pela defuncção de tancredo neves. ninguém viu porque aquele bigodão, tipo pára-choque de carreta, escondia. mas eu pressentia através do meu desconfiômetro de risadas largas escondidas atrás de bigodes vastos. e a desinfeliz da deputada nem bigode tem. e, se o tem, raspou para a apresentação. e o pior é que depois da sioux, ianomami, cinta larga ou sejaláquediabofor acabou, ela, candidamente explicou que comemorava a vitória da justiça! justiiiiiçaaaa! que justiça?... da moralidade. que moralidade, cara pálida?! aquela que livra a cara do escroto (no bom sentido - se é que há algum bom sentido nisto) e joga o inocente na cadeia?
talvez a gorducha esteja certa. afinal, tem aquela menina escrotíssima que entrou no mercado e roubou um negocim lá pro filhin dela distrair as idéias do estômago colado na espinha. por uma questão de justiça, a polícia agiu rápido, ela foi presa, o pacote de biscoitos meio aberto, não foi devolvido porque era a prova cabal do crime e ela foi pra cadeia. saiu semana passada. também, quem manda roubar biscoito?! tem que roubar é do povo! roubar a consciência, o direito, a honra, a vergonha... tem mais é que receber propina, falsificar documentos e acabar com a amazônia, com a mata atlântica, escravizar nordestinos que teimam em fazer a vida (em todos os sentidos) no sul maravilha e acabam em fazendas cujos donos tem endereços funcionais em 'brasilha' (tou me cansando dessa cidade!) porque isto não é crime, não é amoral. a bem da verdade, dá até um certo charme entrar num restaurante, andar numa avenida movimentada e ser reconhecido com reconhecida inveja: "aquele ali, aquela ali é fulana de tal, parlamentar. meteu a mão aí, por baixo, nuns cinco milhão!" certo charme porra nenhuma! dá mesmo é orgulho!
então por que a gorduchinha (e que me perdoem os gordinhos, desde lá de cima do começo desse negócio) não teria o direito de comemorar uma sacanagenzinha com o povo brasileiro? idiota foi o caseiro. de tão besta que é resolveu dizer o que disse do chefe e aí juntou um exército de defensores da moral, arapongas, araras, tucanos, macacos-prego, enfim toda a fauna brasilhense se transformou numa legião de combatentes da moral e dos bons costumes perpetrados naquelas bandas 'prassalto central (quero dizer planalto central) e mostraram que ele, sim. ele, é o verdadeiro bandido. como ousa mostrar as entranhas da moralidade dessa forma? como se atreve a apontar com seu dedo bastardo as esquinas (dá-lhe jeanny corner!) do poder que de tão puro, fede? pois então francenildo (pobre até de nome! teve de juntar dois pra se tornar um), dane-se na sua humilhante pobreza e na sua indigna necessidade de ser honesto e assim, tentar, em nome de milhões, resgatar a dignidade de um (país)! falta de aviso não foi. fica lá com os 30 mil reais que teu pai - que também te renega - te fez o favor de botar na conta poupança que tens e pede desculpas: perdoa-me pailocci, pois pequei! e depois corre pra casa dos teus amigos onde te escondes e vai assistir à vitoriosa gorduchinha na performance 'global rhyno's dancing'.

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