na rua, na chuva ou na fazenda

domingo, setembro 02, 2012

fogos de artifício

inventados pelos chineses, os fogos de artifício já tiveram uso diversificado pela criatividade brasileira: de anunciadores de alvíssaras a alarmes anti-polícia nas bocas de fumo de todo o país passando, claro, pela função primordial de espetacularizar festas - tanto populares quanto burguesas (nestas últimas apenas para deixar a plebe ciente e participativa ainda que à distância).

nesses tempos eleitoreiros, o foguetório também festeja palavras de ordem - ainda que lugares comuns de sempre - discursos ininteligíveis, promessas vãs e magrianamente (lembram do rogério, ex-ministro?) 'incumpríveis' feitas por candidatos boquirrotos mas cientes do efeito que elas tem sobre o populacho.

o foguetório é, na verdade, a 'claque' para esse auditório que, no próximo 7 de outubro, definirá nas urnas quem teve mais fogo nas algibeiras. quais girândolas tiveram mais cores e quais rojões espoucaram mais alto. é assim, na terra brasilis, do oiapoque ao chuí, do atlântico baiano às plantações de coca bolivarianas que fazem das nossas fronteiras florestais, secas e molhadas terra de ninguém.

discursos e intenções à parte, com a entronização da blogosfera no território das disputas políticas a liberdade de expressão tornou-se algo surreal. o "jornalismo" praticado por blogueiros - 99,99 por cento deles ditos "jornalistas" - parece mais escambo. algo bíblico até. falta apenas um nazareno para expulsá-los do templo.

há quem diga, e talvez cheio de razão (valha-me shakespeare!) que a imprensa sempre esteve a serviço de algo ou de alguém. não serei eu a discordar ou concordar. muito pelo contrário. no entanto, surpreende e muito, a olhos mais atentos ou que queiram se aprofundar além da telinha dos notebooks, ipads, iphones, tablets et caterva, o que se passa por detrás de cada nota que se propõe a analisar este ou aquele candidato, ato de campanha, movimento de partes (epa!) ou reunião de próceres. a única isenção que existe é a do imposto de renda ou de outros tributos como i.s.s., já que tudo que se resenha não deixa de ser um serviço.

todos tem cores partidárias (leia-se pecuniárias) embora disfarcem-nas publicando gotículas dos seus desafetos (por pagarem menos ou por resistirem ao seu canto de sereia - aqui a trilha sonora sugerida seria aquela marchinha que diz inocentemente "ei, você aí, me dá um dinheiro aí..."). venalidade teu nome é blogueiro?

uma olhada nos blogues das terras grapiúnas nos dá uma antevisão do que se passa sob as folhas do cacaual empesteado de vassoura-de-bruxa que uma campanha política pode ser. a blogosfera local - uma das mais exuberantes e diversificadas desta bahia de apenas um jorge - explode em cores, palavras, rubores, tons, sobretons e partidos altos e baixos. explodem e colorem os céus - faltando só pintar nos céus como uma esquadrilha da fumaça os nomes dos seus ungidos.

o novo "jornalismo" inaugurado nessa blogosfera é, deveras, novo. tão novo que ainda não aprendeu a escrever a palavra ética. muito menos o que pode significar. claro que existem aqueles que diferem, divergem destes mas, infelizmente, como tudo de bom, são suplantados em número e ardilosidade.

mas há sempre um contraponto. apesar de conduzirem a disputa política para dentro das suas páginas, os grapiúnas ainda estão léguas sem fim adiante de uma publicação lá de morro do chapéu, na chapada diamantina.


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