na rua, na chuva ou na fazenda

domingo, janeiro 01, 2012

feliz ano velho!



sabe aquela visita tão indesejada que sempre chega intempestivamente à sua casa sem o menor aviso? aquela, que quando chega lhe dá ganas de se armar com todos os calibres possíveis e imagináveis de engenhocas de destruição em massa e detonar todas elas de uma vez na cara do (a) desinfeliz? pois, após um final aterrorizante protagonizado por 2011, 2012 chega – sem que eu o tenha chamado – à minha porta, entra sem ser convidado ao meu tugúrio e me deixa igualzinho a você em relação a visitas indesejadas: com uma vontade sem par de pegar todas as vassouras disponíveis e postá-las atrás de todas as portas existentes na casa. dizem os sábios que vassouras atrás de portas são um dos expulsa-indesejáveis mais eficazes de todo o arsenal de simpatias estocados na sabedoria popular.

vá logo, 2012! e vá de vez para que não tenhamos que passar por tudo que 2011 se esmerou em nos prodigalizar. não tenho, e que fique definitivamente claro, simpatia alguma pelo “novo”. salvo algumas poucas exceções como o mais novo modelo de jato executivo para três pessoas (infelizmente, tenho que aceitar a inevitável presença de piloto e co-piloto já que não sei dirigir aviões); uma ilha tropical em pleno mar do caribe com um sofisticadérrimo sistema anti-ciclone, anti-tsunami, anti-terremoto, anti-brazil e brazileiros daqueles que habitam brazilha de segunda a quinta e, sobretudo, com detector de penetras como a coitada daquela capivara que achou que o prédio do stf seria um local livre das pestes que assolam o país com origem (cientificamente comprovada) em brazilha. na sua ignorância capivariana, a inocente parente dos ratos deve ter achado que estaria em família.

claro que, nessa exceção posso incluir também um castelo como aquele daquele menino lá das minas gerais; uma empresa de consultoria turbinada como a do doutor palocci e alguns outros “consultores” (e nisso vale até mesmo o ex-barbudo ignatius da silva que idolatra tanto o venezuelano de botas que até somatizou e se deixou acometer por uma neoplasia – com que finalidade eu não sei. me escapa esse tipo de profundidade em idolatria). poderia também incluir uma maseratti tipo uma daquelas que o berlusconi usava como isca para rabos de saia que borboleteiam os bivaques do poder. e algumas outras novidades por aí afora. afinal, não posso radicalizar, pois, como diria uma antigo rapaz latino-americano sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes e vindo do interior, “o novo sempre vem”.

mas o novo, da forma como foi engendrado pelo velho, sinceramente, eu não quero. como se diz na mesa do dominó de arembepe, “passo”. e não estou blefando como em jogo de poker. passo mesmo! a última e talvez melhor amostra do que vem por aí, nesse tal de novo ano, foi aquela do filho de jader barbalho na posse – garantida pelos homens de toga e pelos bobos que votam – de um mandato que a lei da ficha limpa, se não fosse mais uma das lendas brazileiras, teria impedido.

o filhinho do jader – tal pai, tal filho – mostrou-nos com suas pantomimas, em caras e bocas, tudo o que somos. e tem gente que ainda duvida. 
  

Um comentário:

  1. Um novo ano e velhos costumes. É preciso sim uma nova era. Nova era de consciência, politização e participação popular no rumo de nosso país.

    A humanidade precisa tomar as rédeas de seu destino. Visualizar o todo e não somente o pequeno e restrito mundinho pessoal, focado nos bens que o trabalho irracional pode comprar. A nossa força de trabalho tem sido desperdiçada para enriquecimento de poucos, quando poderia estar sendo utilizada na construção de um mundo melhor para todos.

    Muitas vassouras não só atrás das portas para espantos dos indesejáveis, mas também para limpeza e transformação geral.

    Veja, queira e seja o mundo que podemos ter.

    E poucos palhaços! E, estes, que sejam amanhã os que hoje nos fazem de bobos.

    Feliz Era Nova para todos NÓS, com muita paz, prosperidade, esperança... políticos mais humanos e direitos humanos concretizados.

    Milena Roma

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