ensinando o caminho das pedras |
de qualquer sorte, quem saiu perdendo foi eduardo cunha que, por conta do efeito-cascata, efeito-dominó ou efeito-seja-lá-o-que-for, pode se ferrar nesse perrengue que passa no conselho de ética e que pode lhe custar, além do cargo, também o mandato. delcídio - cidinho, para uns tantos - está numa sala que chamam de cela, num gabinete chamado prisão e ainda perdeu o cargo de líder do governo no senado. aqui, na bahia de todos os santos e de todos os browns, a prisão de delcídio - cidinho, para os mais chegados - também deu o que falar. não é por menos já que baiano fala pelos cotovelos. assim, delcídio - cidinho, para os mais carinhosos - virou assunto de mesa de bar, virou fofoca na praça da piedade, no beco dos artistas e na ladeira da montanha. claro que foi notícia em todos os meios de comunicação ou naquilo que políticos profissionais de camisa vermelha e estrela no peito convencionaram chamar de a "grande mídia".
pois bem, repercutiu tanto que um procurador de justiça baiano ligou para um programa de rádio, desses que discutem até mesmo o sexo dos anjos, e dedicou uma boa meia hora pra falar sobre o assunto numa defesa intransigente do delcídio - cidinho, para os livres - e numa crítica exacerbada aos juízes supremos que tomaram tal decisão. dizia ele ao apresentador e aos rádio-ouvintes (existe um tevê-ouvinte?) que o supremo acabara de rasgar ("lascar" como baianamente se fala) a constituição ao prender um parlamentar em pleno exercício do mandato; que o supremo acabara de quebrar o equilíbrio entre os poderes e etc, etc, etc. bom, o nobre jurista dizia ou tentava dizer que o supremo cometeu um supremo sacrilégio.
na sua argumentação, o procurador procurou mostrar que delcídio - cidinho, para alguns - não cometeu nenhum crime hediondo. tudo bem que ele podia ser enquadrado por formação de quadrilha, incitação ao crime, participação em organização criminosa e coisa e tal mas isso não chega a comprometer a sua reputação ilibada de senador a ponto de enviá-lo do gabinete senatorial direto para a "prisão" onde hoje amarga uns dias. e a conversa rolou, como eu afirmei, uma boa meia hora com esse discurso altamente encorajador no sentido de acreditar e confiar na justiça e nas instituições brasileiras coisa que o povo lá de brasilha se acaba de rir quando ouve algo assim.
finalizando, um rádio-ouvinte (existe mesmo essa figura?) perguntou então ao causídico procurador o
sugestão do procurador |
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