de acordo com o vaticínio, “cadê dalila” foi premiada como a “música” do carnaval de salvador. oficialmente? extraoficialmete? informalmente? cafungadamente? são perguntas irrespondíveis por enquanto. porque, extraoficialmente, tudo é oficial no carnaval de salvador. varia de acordo com a emissora de tv, a emissora de rádio, o jornal “a”, o jornal “b”, o jornal “c” e, claro, o tamanho do jabá que corre nas laterais do campo.
não é a primeira vez que a música, de mãos dadas com a droga, caem na boca (no nariz, ouvidos e veias) do povo. temos exemplos clássicos que vem de kingstom; das ruas – abaixo do nível do mar – da holanda; de las plantaciones cocaleras de colombia y venezuela; e dos morrões fumegantes do brasil. nada a ver e tudo a ver. a explicitude é fantástica nesses tempos bicudos de crise financeira mundial. o melhor de tudo é que é um filão e tanto! enquanto as bocas se abrem – se escancaram, na verdade -, as burras de quem as comandam e, por comandarem-nas, comandam também quem se sustentam de la leche que elas emanam, se enchem.
no carnaval baiano não foi diferente posto que, indiferentes ao seu sentido, muitos se esbaldaram aos gritos de “cadê dalila?” e às súplicas de acharem-na o mais rápido possível. dalila desceu e subiu os morros para se consagrar no asfalto nas narinas e nas cabeças de todos. sem a serpente mas sendo serpentina branca, espalhou-se na bandeja negra dos circuitos carnavalescos e tornou-se hino de quem aprendeu e se tornou mestre na arte de ganhar com a desgraça alheia. aliás, o garotinho de pouco mais de oito ou dez anos que se perguntava por ela, visto nas telas da tevê nos últimos momentos do carnaval, terá o mesmo destino dos seus seguidores? tanto faz qual deles: se o que a exalta e enriquece ou se aquele que mata e morre por ela.
carnaval é tão bom que a maior pérola vem dele pela boca de um “cantor” que decretou: “que morra a poesia...!” ao dizer que queria “ouvir a galera fazendo barulho” o resto é quase todo impublicável como o que se disse que ivete sangalo disse a um renomado radialista em plena avenida ao ser 'premiada' como “revelação” depois de tantos anos de praia – ou asfalto! se dalila já é assim... como será sansão?
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