a bem da verdade e para me defender antecipadamente de quaisquer ilações ou de tentarem me pespegar o apelido de voyeur, aviso logo: jamais adentrei ou pretendi adentrar sem a devida autorização (escrito e expressa, carimbada em três vias) a nenhum banheiro feminino. este aviso é bem a propósito já que tratarei aqui do dito cujo e das suas diferenças para o seu similar destinado ao sexo oposto.
verdade seja dita (again and again) o banheiro feminino é todo metido a besta. a começar pela próprio indicativo nominal: "toillete". já aquele destinado aos homens - vixe!, não me chamem de preconceituoso - coitado, tem um dos apelidos mais horrendos do mundo das ditas necessidades fisiológicas: mictório. quer dizer, o homem (de novo?!) é permanentemente chamado de "mijão". se bem que, podia ser um pouco pior.
claro que mulheres devem ser tratadas com a delicadeza que as caracterizam. claro também que banheiro, sanitário, toalete, rest room ou seja lá que nome dêem (e dão) a esse espaço reservado tanto para limpeza (assepsia, diriam alguns chatos) quanto para depósito de sujeiras (dejetos, diriam os mesmos chatos) não tem que, necessariamente, ser aquela coisa transcendental cheirando a rosas (para esconder outros cheiros). mas, aqueles quartinhos destinados às abluções e dejeções masculinas tanto líquidas ou sólidas ou meio sei-lá-o-quê, são qualquer nota.
dia desses, apertado ao ponto de querer dar um nó no apêndice destinado à atividade mictórica em indivíduos já entrados numa certa idade e que já se esqueceram das outras utilidades, acabei sendo redirecionado por uma gentil atendente de delicatessen - nome fresco para os armazéns instalados em postos de combustível - para um banheiro feminino já que o masculino estava "em obras". surpresa das surpresas! o negócio - toillete - cheirava a lilases e rosas, limpo de dar vontade de nem sair. tudo nos conformes, rebrilhando, água cristalina no receptáculo de dejetos. me senti em outro mundo e, num espasmo sinestésico, me senti humilhado, vilipendiado, ultrajado, quando me vieram à memória as imagens e os cheiros dos banheiros que, à exceção do que fica na minha casa, frequento. se não chegam a ser imundos, não entusiasmam ninguém.
os da empresa que trabalho, por exemplo, não são fétidos, mas já carregam aquele odorzinho de "puta que pariu, esse cara come carniça!". outros, em outras delicatessen - qual o plural dessa palavra, meu bom deus das gramáticas? - desestimulam quaisquer pressões nos esfíncteres, nas bexigas e/ou movimentos peristálticos mais conhecidos pelo menos no nordeste brasileiro como vontade de jogar um barro. são um pesadelo,
pois bem, nesse dia, descobri que as mulheres levam vantagem pra cacete (trocadilho mais infeliz!) no quesito "se aliviar" das suas necessidades básicas no tocante a expelir aquilo que o corpo já não precisa. são mais bem tratadas que nós do lado de cá porque aqueles que ficam no meio, a bem da verdade, tem seu paraíso particular, independente do grau de limpeza ou de aperto em que estejam.
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