na rua, na chuva ou na fazenda

quarta-feira, julho 11, 2012

seis por meia dúzia

só com o anjo da guarda (honório  jacometto/tv anhanguera
acabou o suplício do senador - desculpem! ex-senador - demóstenes torres. defenestrado por 59 companheiros, defendido por 19 e ignorado mas nem tanto assim por outros 5, o carecoso ilustre perdeu a patente por causa de suas relações perigosas com carlinhos cachoeira. bom? pro demóstenes, não. e pro senado? me perguntaria você com essa carinha desenxabida de quem quer ironizar a ironia. nem tanto assim. responderia eu com essa minha atávica mania de não saber de nada (devo ter adquirido a síndrome de luizignatiussilvaticus quando presidente). de qualquer forma, alguns muitos respiraram aliviados achando que deram um show de ética, que acabaram o corporativismo, que o brasil já não é mais aqueles e que cueiros de recém nascido são tão limpos quanto anúncios da johnson&johnson e com isso, o brasil fora de brasilha passa a acreditar mais nessa parcelazinha de brasileiros em quem depositaram sua fé transmutada em voto. o negócio foi tão sério que até o bigode do sarney retorceu-se de alegria. o meu, não. decididamente, meu bigode é do contra.

demóstenes despede-se da vida senatorial (acredite, ó enérgumeno!) e entra para a história (viva, getúlio!) como o segundo senador a ser cassado. antes dele, vários outros oscilaram perigosamente pela beirada desse desvio da política. deixemo-los todos em paz pois panela que muitos mexem acaba azedando o caldo. mas - o triste em todas as histórias, mesmo aquelas de finais felizes, é que existe um 'mas') trocamos seis por meia dúzia.sai demóstenes, entra demóstenes. quer dizer: sai um, entra o mesmo, com outro nome.

acusado disto e daquilo com carlinhos cachoeira, sai demóstenes torres e entra wilder moraes, acusado de ligações nebulosas com... carlinhos cachoeira! (se bem que pra mim, ser ex da atual mulher do cachoeira é privilégio e não desfavor). saímos do paraíso numa velocidade tão grande que nem chegamos a perceber que havíamos entrado! mas não há de ser nada. sempre haverá aquele momento em que, frente à sacrossanta urna, ergueremos os olhos aos céus em muda e súplice oração e pediremos ao senhor uma luz: como é mesmo o número dele? mas isto só lá pra 2027. até lá já terei ido abraçar meus ancestrais e não me importarei tanto com essas picuinhas.
 

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