tá no texto de daniel pereira na
veja: “desde julho passado quando antonio palocci foi obrigado a deixar a casa
civil sob suspeita de enriquecimento ilícito e tráfico de influência, a
presidente dilma rousseff já realizou seis mudanças no ministério – uma
impressionante marca de uma troca a cada 24 dia.” (veja, 2241, 2 de novembro,
“escândalo latente”)
tá no texto bíblico: “... e deus
fez a terra e os céus e descansou no sétimo dia.” a se fazer a analogia entre
os dois textos, guardadas as devidas proporções dos respectivos feitos históricos,
a presidente brasileira, está bem perto da marca divina da criação do
mundo. se você se decidir a fazer um
exercício de imaginação e colocar os 24 dias de intervalo das trocas
ministeriais como se fossem 24 horas de um dia comum, e os quase seis meses, de
julho até agora, como dias de uma semana, bem que la rousseff chegou bem
perto...
daí você grita sua pergunta: “ô
pá, mas que raios é que ela está a criar?” em verdade, em verdade eu vos digo,
ela está a criar o próprio ministério já que este que ela está à frente foi
criado pelo seu antecessor luiz ignatius lula da silva primeiro e único com
embalagem retornável. e ele não está a gostar nem um pouco disso tudo embora, a
dilma, com um jogo de cintura de fazer inveja a qualquer ludopedista do quilate
de mané garrincha ou, mais recentemente, neymar et caterva, tem aplicado uns
dribles desconcertantes na insatisfação do ex-primeiro mandatário brasileiro
contumazmente tratado pelos massageadores de eco de plantão de “presidente” –
sem o ex que o caracterizaria como realmente o é.
e isto, os dribles
desconcertantes e a inexorável caminhada em busca do seu próprio jeito de
governar a partir do seu próprio ministério, dona dilma vem mostrando que é
quem foi eleita pra ser, e não um títere nas mãos de quem foi, me ganhando e
ganhando o brasil a despeito de todos os esforços da legião de seguidores do ex
que não se contenta com as exéquias prestadas quando entregou a faixa para a
primeira mulher presidente (e é isto o que ela é: presidente do brasil). lula teima em se achar “o” presidente.
insiste em mandar na presidente.
bom, ao fim e ao cabo, vendo suas
investidas resultarem, na grande maioria das vezes, infrutíferas, o barbudo
decidiu mudar de tática. como seu ídolo aqui do lado e, ao que parece, com uma
mãozinha biológica, o ex-presidente com pompa e circunstância, foi anunciado
esta semana, acometido de uma rouquidão que prenunciava um tumor, logo
transformado em câncer, na laringe e, sob holofotes e clarins, fez um primeiro
exame que confirmou o diagnóstico preliminar e mesmo com mais de 80 por cento
de chances de remissão, a sua tragédia pessoal transformou-se em nacional com
direito a protestos, apupos e muita, muita, muita oração. ê povinho
religioso!
nos intervalos, bêbados ao
volante matavam pedestres nas calçadas e pontos de ônibus em amanheceres
diversos, velhinhas e menininhas morriam nos hospitais por falta de atendimento
e outros tantos cânceres matavam outros
tantos brasileiros sem chances sequer do diagnóstico primário. mas nenhum deles
era lula. nenhum deles é o presidente lula. que, sem parafrasear getúlio, pode
nem querer deixar a vida porque já entrou para a história. mas pode muito bem
querer reencarnar depois desse novo papel: o de mártir de si próprio.
aliás, como alguém que deseja se
tornar um ser humano melhor e seguindo os ensinamentos do pai celestial, desejo
ao ex-presidente – como venho desejando desesperadamente ao meu filho – que o
seu tratamento seja totalmente eficaz e que saia dele plenamente curado (até
mesmo dessa sede insana de poder).
Excelente alusão, Carlos. Inegavelmente, Lula deixou sua marca como Presidente da República. Mas aqui evidenciamos uma disparidade no nosso país. Por ser uma figura pública, teve a oportunidade de ser diagnosticado e recebido o devido tratamento logo no início. O problema é que milhares de brasileiros descobrem esse mal e não tem recebem a menor condição para se restabelecer. A nossa presidente tem mantido boas relações com o mundo, preocupado em fazer que o nosso país seja uma grande potência. Porém é preciso lembrar que esse crescimento deve chegar a todos e contemplar áreas tão defasadas, como a saúde. Espero que coração que Lula se restabeleça, assim como seu filho, mas espero que outros brasileiros tenham condições dignas de lutar pela vida de forma humanitária.
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