na rua, na chuva ou na fazenda

quinta-feira, setembro 29, 2011

bêbado na pista

em que pesem os maus costumes dos adeptos de baco e dionísio que, depois de devidamente abastecidos, jactam-se de parentesco com as divindades e, com isto  tornam-se poderosos, invulneráveis e indestrutíveis como o meu ex-herói superman das histórias em quadrinhos - de repente, fiquei mais adepto de clark kent do que do seu alter-ego - a alegria gerada pela álcool e seus eflúvios, é realmente algo divino.

uma outra qualidade do líquido - ou seria outro defeito? - é que, além de tornar mais belos, mais valentes e mais tudo os seus usuários, liberta-os das amarras sociais, das restrições a que nos impomos em nome do bem viver. deixa-nos sem recalques ou nos torna exageradamente recalcados. um belo exemplo disto, no pior sentido, foi dado pelo ex-deputado pedro lino, atualmente ocupando uma cadeira como conselheiro do tribunal de contas do estado da bahia.

parado em seu veículo durante uma blitz de trânsito visando coibir o abuso do álcool em salvador, o mui ilustre companheiro tão adepto do copo quanto de uma boa briga, aconselhou sua companheira - que estava ao volante e sem consumir nada etílico - que recusasse ser submetida ao teste do bafômetro (engraçado, eu sempre pensei no bafômetro como um grande nariz franzido ao cheirar um sovaco ou um bocejo de manhã cedinho...). obediente, ela assim o fez. vixe, maria!

aí o conselheiro de maus bofes, fígado estragado por ter sido parado - logo ele! uma "autoridade"! - em uma blitz destinada a pobres mortais! e aí soltou o verbo ou, melhor dizendo, os humores alcoolicos pra cima dos prepostos do trânsito desqualificando-os geral, tornando-os assim mais insignificantes diante da sua excelsa presença. até mesmo o diretor do órgão fiscalizador foi tirado da sua sesta dominical para levar carteirada do indignado representante do egrégio tribunal de contas do estado.
o quiprocó gerou imagens no you tube, conversa nos botequins, como era de se esperar, e imensas discussões radiofônicas e televisivas. mas juro pelo mais sagrado gole: ele não havia bebido absolutamente nada! nem água, nem refrigerante, nem suco de uva, nem o leitinho pra dormir, nem o néctar dos deuses. (bom, desse último eu duvido porque, a depender da safra, da idade, dos barris e da cana...)


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