na rua, na chuva ou na fazenda

quarta-feira, novembro 12, 2008

o inferno de dantes

respaldado por seu quase impronunciável nome, o delegado federal (brasilian marshall?) protógenes (isto é lá nome de gente?) queiroz arriscou-se por mares nunca dantas (vixe! dantes) navegados e tascou uma operação cujo nome se tornou verdadeira armadilha para jorna(radial)istas de todo o país: a operação sathiagraha – que alguns teimaram, meses a fio, de chamar de “satiágrarra” . pois bem, com essa operação, o tal do queiroz conseguiu a proeza de fazer com que homens togados se digladiem em público e na privada e nos jornais e nas tevês e nas rádios e nos púlpitos; que homens da lei subvertam-na ao arrepio dos códigos (perdoe-me, hamurabi!) coisa que nunca dantas (oooops, dantes!) víramos. De uma forma desabrochadoramente escandalosa, ele mostrou o escândalo da grana que ergue e destrói coisas belas (obrigado, caetano, pelo direito de fazer poesia com os versos alheios) mas, tem sempre um “mas” em histórias assim, o queiroz se queimou feio.
acusado de “vazamento de informações sigilosas” protótipo... quero dizer, protético... ou melhor, protógenes está no maior rabo de foguete do brasil, aliás, de brasilha. a polícia federal, metida a efebiái, está a investiga-lo por esse crime que expôs para a dita sociedade as relações espúrias entre poderosos do mais alto calibre e das mais altas coortes. assim, o herói perde a sua áurea e mantém-se intacta para a turba ignara, a elevadíssima honradez daqueles de cuja boca não saem só perdigotos. o inquérito da pêéfe brasileira contra o seu agente é aquilo que lulianamente podemos chamar de cortar na carne embora eu dissesse diferente mas o espaço não permite, portanto utilizemos este eufemismo: é defecar para dentro. se protó vazou ou não, é problema lá dele. no entanto, a corregedoria que o acusa é a mesma que se utiliza do seu estratagema: vaza, espalha, derrama aos quatro ventos detalhes da “investigação do inquérito sigiloso” sobre o delegado protó. Ele não podia ter feito isto mas a corregedoria pode. e faz. ô cazuza, que país é este? é o do velho axioma “manda quem pode, obedece quem tem juízo!?” o fato, que depois de escorrido são tripas, é que protó, mesmo tendo cometido seus deslizes, mexeu num vespeiro onde todos os zangões são rainhas. decidiu-se a pescar em mares nunca dantas (deusmeperdoe! dantes!) pescados e pegou peixes grandes, enormes! tão grandes que sua rede não agüentou, e assim, rede, barco e pescador afundam lentamente enquanto os grandes peixes nunca dantas (cruzes, dantes!) fisgados celebram em grandes saltos ornamentais (nunca daiane dos santos) que fazem rebrilhar o negrume de togas sob as luzes plenárias de algum lugar desse lamaçal que ainda chamamos país.

Um comentário:

  1. Nosso "país", nosso por que ainda sonhamos (ou eu sonho) em tê-lo como nosso, é apenas o lamaçal que serve para florescer todas as “flores de lótus” que estão a mandar e nos a obedecer. E só estamos ainda por aqui, por que elas precisam de nós para crescer.È só olhas para os "Valeras" e "Bocões" que se destacam no meio social.

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