quando moleque, eu acalentava um sonho (valha-me, luther king!): queria ser piloto de caça. me via em céu de brigadeiro pilotando um potente jato cheio de metralhadoras derrubando andorinhas que eram meus inimigos (nazistas ou não). eram meus sonhos de guerreiro. no máximo cometia assassinatos de alados outros como morcegos, pombas-rolas, bem-te-vis e um dia, triste sina!, de um beija flor. crescí e, ao contrário do belicismo infantil, prosaicamente, tornei-me quase pacifista porque essa história de levar um tabefe de um lado da cara e oferecer o outro para mais um bofetão não cai muito bem nas minhas idéias.
bem, um outro cara, em menino provavelmente sonhava com uma mesa farta, água à vontade e roupas limpas. esse aí deu certo. sertanejo, deixou de sê-lo e pau-de-araramente, apaulistou-se, cresceu, abarbudou-se, politizou-se e deu no que deu: de luiz inácio da silva - sem "g" no meio do "inácio" sem "lula" no meio do nome, até porque apelido é apenas apelido - tornou-se presidente. primeiro de sindicato, depois, de partido político e, finalmente, de brasilha e dos brasileiros. e aí acrescentou o charmoso e elegante "g"no meio do "inácio" consolidou o apelido no meio do nome, caiu no gosto do povo como uma boa cachaça mineira ou santamarense de antigamente ou até mesmo das atuais de abaíra. de muito bom grado, trocou as cachaças do abc paulista pelos uísques importados. só não trocou de amigos (dirceu que o diga, delúbio, idem) ganhou novos, até. tão novos que falam outra língua. mas ele os entende e bem. afinal, a linguagem do coração - e dos interesses escusos - é universal. ficaram amigos de infância e um influencia o outro e outro influencia o um. é tamanha essa influência que tentando seguir os passos de um deles, o nosso ex-nordestino sonhador já se articula como grande chefe da nação brasilis e pensa permanecer sentado naquela cadeira de alto espaldar na casinha de brasilha por mais um tempo para que possamos apreciá-lo um pouco mais. nada mais justo.
justo e frouxo. afinal, ele saiu do nordeste que é um brasil que o outro brasil não conhece e maltrata mas recebe bem a sua força de trabalho; lutou, viu e venceu (valei-me, césar, aníbal e outros tantos da antiguidade!). mostrou-se íntimo dos pobres, por ter sido um; mostrou-se o campeão do povo, pois um dia chegou a sê-lo e, fazendo alarde da sua condição de trabalhador maltratado pelos poderosos, chegou ao poder. fica apenas uma peergunta: pra que diabos luiz ignacio lula da silva chávez contratou o célebre marqueteiro baiano joão irmão de balila santana? pobre patinhas! com a experiência que tem sem nunca ter posto os pés numa agência de publicidade, chávito brasileño o põe no chinelo de olhos fechados! e de tanta amizade que tem pelo caudilho de fala espanhola que desafiou um rei vai ver que, como justa homenagem, vai ficar com um nome retumbante. imaginem como ficaria! aceitam-se sugestões: luiz ignatiusluladasilvachavez é a primeira que me passa pela cabeça.
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