ando meio desligado como diriam rita lee e os mutantes em tempos mais do que idos. paira sobre minha cabeça, além do chapéu e nuvens nordestinas, uma coisa assim meio non-sense, meio déja-vu. tudo isto por conta dessa tal de campanha eleitoral no rádio, na televisão, nas ruas, nos muros e nas conversas de botequins. essa última, muito interessante por causa dos tira-gostos, das biritas e, até mesmo, das fofocas que nada têm a ver com a política. já na televisão e no rádio... valha-medeusnossasenhora! é um deusnosacuda de deslavadas mentiras, de paternidades subitamente assumidas, de anúncios de projetos que sequer chegaram ao papel. de candidaturas a jesus cristo do século 21. salvadores da pátriaamadaómãegentiléstubrasil às carradas!
não aguento a cara sem cara de alckiminho! não ví - graças a deus! - a cara sem barba de meunomenéias! gosto até de ver a cara estranhamente miudinha daquela moça alagoana e gosto que me enrosco do seu sotaque com um "t" duro que só nordestino sabe falar! é muito bom de ouvir! bom demais da conta. e pára por aí. dos outros não se fala nada, inclusive porque não se ouve nada. quem será esse tal de luladasilva que mesmerizou mais de cinquenta por cento dos brasileiros? de quem será aquela voz saída do fundo da garganta, roufenha parecendo de fantasma de filme b que garante bolsafamíliaescolasalárioboteco pra todo mundo? sinceramente não sei. não consigo ligar a voz ao dono. minha memória de peixinho dourado é, além de tamanho nano, seletiva: apagou completamente uma possível imagem do cidadão. como era mesmo o nome dele? ele fazia o quê antes de se candidatar? ele já foi alguma coisa? esteve no abc paulista? é de ribeirão preto? bebe, por acaso? quem são os parentes mais próximos? fidel? chávez? evo morales? bush? quem serão seu amigos mais íntimos? de quem estou falando mesmo? esquecí. portanto, mudemos de assunto.
ameaçados de extinção, alguns bichos escrotos do planalto central de brasilha, juntaram-se em assembléia para deliberar sobre a forma de defenderem-se, com eficácia, de um novo animal recém introduzido no seu hábitat natural e que revelou-se mortalmente predador para sua espécie. no decorrer da assembléia, descobriram alguns artifícios que poderiam servir como camuflagem quase natural. o ruim é que essa camuflagem revelou-se de curta duração. chamada de renúncia, escondia a possível vítima por um curto período que levava a uma certa distração do predador na hora do rango e ele - o bicho ameaçado - voltava todo serelepe para a brasilha do bem bom agora protegido por mais quatro ou oito anos pela capa da imunidade parlamentar que era a carapaça da camuflagem quando dava - e, em certos casos, ainda dá. pois bem. agora, nessa deliberação, descobriram uma arma que pode ser letal contra o tal do predador pois engana-o definitivamente - ad seculum seculorum, amen - o voto aberto! hip!hip!hurra!!! ainda não se sabe ao certo quem foi o pai da idéia. mas, todos o aplaudem, seja lá ele quem for. descoberta a arma, resolveram para legitimá-la na base do voto - que por sua vez, é também a mais poderosa ferramenta do tal do predador - e puseram-se a alardeá-lo para que o predador se sentisse seguro na caça. isto feito ( o alarde, ó cara-pálida!) juntaram-se todos, às vistas do predador, e puseram-se a votar o voto aberto. votaram-no maciçamente. apenas uns poucos abstiveram-se ou esconderam-se. alguns por temerários, outros por já terem se dado conta de que o predador, apesar de feroz nos últimos tempos, é obtuso como uma porta de castelo medieval e não precisava tanto esforço.
uma notícia: câmara dos deputados aprova o fim do voto secreto!
outra notícia: crime organizado se espalha pelo país!
mais uma notícia: ferrão de arraia mata caçador de crocodilos na austrália!
voltemos ao assunto: apesar de aprovado o fim do voto secreto pelos deputados, os senadores de brasilha já sinalizaram de que não vão aprovar a história do jeito que ela foi escrita. resultado: bumbumpraticunbumprucurundum! rolou samba do crioulo doido em brasilha!
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