
pois, eu te respondo na mesma moeda: somos primos! e aí, embora essa doença pareça ser um furúnculo na alma latina (vide todos os países com essa raiz e compreenderás o que digo), se eles lá pensaram em tomar vergonha na cara vai ver que um dia, um dia, nós, cá de baixo, talvez possamos pensar em fazer o mesmo. tudo bem que aqui a coisa é sistêmica, endêmica e tudo o mais que possa pretender a ser mas, quem sabe? quem sabe?
agora, tem um detalhezinho que pode até nos deixar orgulhosos: não é só do lado de baixo do equador (onde nos situamos) que isso de corrupção é lugar comum. mas a alma latina é corrompida por natureza e aí penam os franceses, os já citados italianos, os sugeridos chilenos - nem tanto quanto nós - argentinos então, nem se fala! pior ainda se formos citar os nossos ditatoriais vizinhos engalanados e que vivem a jactar-se bolivarianamente! isso sem contar os divididos espanhóis que se sabem mouros, catalães e o escambau a quatro menos espanhóis.
outro ponto a nosso favor é que, embora a itália esteja a estudar um conjunto de leis para combater a sua corrupção, nós aqui (leia-se dona dilmaignatiusdasilvarousseff) saimos na frente: já publicamos um pacote anticorrupção cuja importância foi diminuída por um ministro (agora tornado ex) distraído que não percebeu o quanto aquele calhamaço de papel cheio de boas intenções (iguais àquelas promessas que a gente faz todo final de ano) era fundamental pro ego desse brasilvaronil. e aí sua distração custou o seu emprego além de deixar toda uma comunidade parlamentar furibunda e plena da ira dos deuses do olimpo que é brasilha. afinal nem todo mundo gosta de ser elogiado em público.

se por um acaso, desses bem infelizes se implantasse aqui soluções como essas não ia sobrar ninguém pra fechar a porta. ou pra contar a história.